Lula já está eleito presidente e a gente não sabe?
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Lula já está eleito presidente e a gente não sabe?

Lula continua sendo vaiado nas ruas e sendo humilhado pela própria esquerda que não consegue reunir mais de 500 pessoas quando se atreve a visitar alguma cidade para fazer comício – quando consegue.

HS Naddeo
10 min
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A presença de Lula na campanha eleitoral, sendo ele duas vezes condenado em três instâncias da justiça e descondenado por uma canetada sem vergonha de um ministro do STF dá muito o que pensar. Se já pressentíamos que essas eleições presidenciais não seriam normais, agora com uma série de evidências – aparentemente desconexas – já se pronunciam como, provavelmente, as mais anormais de todos os tempos. Se antes a suspeita de muitos brasileiros recaía sobre as urnas eletrônicas, hoje elas pairam todo o sistema da justiça, comum e eleitoral. Mas não fica nisso. Há muito mais coisas estranhas envolvendo as eleições de 2022.

Candidatos

Como protagonistas da corrida ao Palácio do Planalto, temos no páreo o presidente Bolsonaro, Lula, Ciro Gomes, João Doria, Sérgio Moro e Simone Tebet. E ainda que tentem inflar nomes como de Pablo Marçal como algo sério, são os nomes citados na frase anterior que realmente fazem parte do jogo, alguns como chance real, outros para fingir que são alternativas à polarização óbvia. No entanto, coisas estranhas acontecem todos os dias nos partidos.

Começando por João Doria. Mesmo se considerarmos que sua chance de pelo menos chegar a um segundo turno fosse de baixa a inexpressiva, ele venceu as convenções do PSDB (legitimamente ou não, vai saber) e seria o candidato à presidência pela legenda. Não há, também, possibilidade de imaginar que Eduardo Leite ou Arthur Virgílio Neto fariam mais bonito do que Doria. O problema, nesse caso, não estaria apenas nos possíveis nomes ou no nome escolhido pelo partido, mas reside também no fato de que a sigla PSDB, desde que revelado o teatro das tesouras PT X PSDB, não inspira confiança na população brasileira. E tendo sido Doria o escolhido (se fosse Eduardo Leite não seria diferente), pesa contra ele a péssima gestão no governo do Estado, além da prática explicita de tirania e autoritarismo que ele exerceu muito à vontade enquanto esteve no Palácio dos Bandeirantes. Hoje, Doria é sabotado dentro do próprio partido em nome de um projeto da famigerada terceira via.

Sérgio Moro é outro exemplo do obscurantismo reinante no processo eleitoral. Recebido pelo Podemos como “O Cara”, o partido sequer cogitava outro nome para disputar a presidência que não fosse ele. A legenda investiu um bocado de dinheiro e sua imagem como sigla alternativa junto ao eleitorado para viabilizar Moro. Moro não decolou, mas em nenhum momento foi descartado pelo Podemos. Porém, ao contrário, quem descartou o Podemos foi Moro. Correu para os braços do União Brasil, partido muito mais endinheirado e capilarizado, por ser fruto da fusão do DEM com o PSL. O DEM já era um partido tradicional, o PSL ficou grande nas costas de Bolsonaro. Sérgio Moro foi recebido com pompas e circunstâncias e tão logo chegou o tapete lhe foi tirado debaixo dos pés. Em pouco tempo o União Brasil anunciou seu presidente, Luciano Bivar, como candidato à presidência e, ao que tudo indica, Moro deve ficar com uma vaga para se candidatar a deputado federal por São Paulo. Foi de candidato a presidente a puxador de votos. Mas tem ainda um porém. Denúncia de fraude na mudança de domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo pode inviabilizar até isso. O que fica dessa paneceia toda, porém, é que também Moro foi sabotado dentro do União Brasil.

Simone Tebet é a candidata do MDB só porque quer ser candidata mesmo. Não tem chance, muito menos apoio, de verdade, dentro da legenda. Ao contrário, caciques como Renan Calheiros, o campeão de inquéritos no STF sabotam sua candidatura desde o primeiro dia e defendem que o MDB apoie Lula já no primeiro turno. Contudo, Simone Tebet continua investindo no seu postulado, mas é mais maleável que Doria, e topa ser vice de qualquer um dentro do projeto da terceira via, se isso ajudar a viabilizar alguma coisa. De fato, para ela, é isso ou assumir que vai ficar sem cargo por pelo menos 4 anos, a menos que reconsidere sua decisão e decida disputar sua reeleição ao senado. Ao governo do Mato Grosso do Sul, seu estado e domicílio eleitoral, não tem a menor chance. E se quiser garantir um cargo pode até optar por uma vaga na Câmara dos Deputados.

Ciro Gomes não emplaca. Ao invés de ter contratado João Santana para cuidar de seu marketing teria feito melhor a si mesmo se tivesse contratado uma junta de psicólogos e psiquiatras para cuidar da sua cabeça. Ciro é o pior divulgador de si mesmo. A diferença é que ele sabe que não tem chance, e utiliza sua candidatura para fazer bravatas. Em alguns momentos comete “sincericídios” tão realistas em relação à administração de Bolsonaro que até parece eleitor dele. Logo em seguida cai de pau utilizando temas genéricos usados pela esquerda e se perde no mesmismo. Mas, dentro desses “sincericídios”, o que é muito relevante é a quantidade de “pauladas” que ele dá em Lula, expondo como todas as letras a roubalheira da era PT e apontando Lula como comandante. Apesar de tudo isso, penso que Ciro seria o único candidato com chances de chegar a um segundo turno se a esquerda e os defensores da terceira via se aliassem a ele. É o único bravateiro que tem algo que se parece com um programa de governo, apesar de ser um programa estatizante e de viés socialista, mas isso já é muito mais do que tudo o que os outros, juntos, propõem.

Continuo acreditando que Lula na última hora não será candidato e colocará um poste em seu lugar. O candidato que faz ameaças ao invés de promessas, mesmo com sinais claros de que não tem saúde para o que pretende, até sua voz revela isso, diariamente engrossa o tom de sua rouquidão, prometendo um governo de esquerda radical, estatizante, socialista, e “mais Maduro, mais Maduro”, como disse ele em um de seus pronunciamentos para a militância mortadelística sindical. Lula continua sendo vaiado nas ruas e sendo humilhado pela própria esquerda que não consegue reunir mais de 500 pessoas quando se atreve a visitar alguma cidade para fazer comício – quando consegue. Lula não encanta mais nem asnos. Todo apoio explícito que recebe vem da lama, que se estende pela esquerda, pela imprensa e pelo judiciário, sendo esse último o mais perigoso e danoso dentro do processo eleitoral.

Chegando em Jair Bolsonaro, chegamos novamente à lama da imprensa e do judiciário, duas instituições determinadas a impedir sua candidatura, seja qual for o meio necessário para atingir esse fim. Ao contrário do que mostram as pesquisas (sabe Deus como), Bolsonaro é aclamado por multidões em qualquer lugar que vá, enquanto Lula, líder nessas pesquisas, não vai, e quando vai é escondido da multidão que, invariavelmente, lembram a ele da cadeia em Curitiba e da sua mãe, com adjetivos que não vale a pena repetir. Bolsonaro tem um legado, apesar da pandemia, construído, inclusive, concluindo obras que o PT não fez enquanto esteve no governo. Considerando eleições limpas, Bolsonaro ficar fora de um segundo turno não é imaginação, mas delírio. O problema é que muita gente tem delirado em relação a isso e em como fazer isso. E não é preciso forçar a memória para lembrar que o último que levou um delírio desses a sério foi Adélio Bispo. E quase deu certo. Portanto, é preciso que tais delírios sejam levados muito mais a sério do que são, tem muita gente delirando de várias maneiras sobre isso.

Judiciário

São muitas os atores e as ações, na justiça comum e na justiça eleitoral, que visam impedir Jair Bolsonaro de ser candidato, seja atingindo diretamente a ele ou ao seu entorno, como, por exemplo, seu filho Carlos Bolsonaro, responsável pelas atividades de defesa do pai, dos feitos do governo e da campanha eleitoral nas redes sociais. Os ataques vêm de todos os lados com a colaboração daninha da imprensa transformada em consórcio de notícias contra Bolsonaro e seu governo. E são nessas ações que temos que ficar de olho, pois algumas evidências sugerem que o que está sendo preparado nos subterrâneos é algo muito pesado, contra o qual a população precisará saber como reagir e na mesma proporção do estrago que pretendem fazer, que não se resume em tirar Bolsonaro da disputa, mas eleger Lula presidente do Brasil.

Então chego ao título deste artigo, e peço muita atenção ao fato, porque ele é revelador e determinante como evidência de que algo muito errado não está certo.

Lula já está eleito presidente e a gente não sabe?

Reunião na casa de Kátia Abreu

É muito, mas muito suspeito, que uma reunião na casa da senadora Kátia Abreu tenha reunido em volta da mesma mesa Rodrigo Pacheco (PSD-MG) Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Marcelo Castro (MDB-PI), Jaques Wagner (PT-BA), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e a própria anfitriã, Kátia Abreu, e também participaram do jantar os ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski e que o tema de fundo, pelo menos o que foi dito publicamente, tenha sido a criação de um grupo no senado para defender o STF. Estranho que dentre os assuntos tratados tenha tido relevância uma reclamação de Rodrigo Pacheco sobre o programa da Jovem Pan Os Pingos Nos Is e que o objetivo da reclamação seria calar os jornalistas. Muito suspeito também é que estavam ali Renan Calheiros, sabotador da candidatura de Simone Tebet pelo MDB e Tasso Jereissati, cujo partido sabota a candidatura de João Dória, além de ser adversário histórico de Ciro Gomes. E não menos estranho ou suspeito, muito pelo contrário, a presença dos três ministros do STF responsáveis diretos pelo combate ao governo Bolsonaro e principais artífices do fim da Lava Jato.

Para ficar ainda mais estranho – Jaques Wagner

O petista Jaques Wagner, também presente na casa de Kátia Abreu, segundo declarações de Jair Bolsonaro, teria ligado no dia de ontem para os embaixadores da França e dos Estados Unidos para tratar da transição de governo, de um governo Bolsonaro para um governo Lula. Então, repito a pergunta pela terceira vez e deixo você pensando a respeito: Lula já está eleito presidente e a gente não sabe?

*Artigo publicado originalmente em nopontodofato.com  em 18/05/2022


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