O que dá tanto poder a Alexandre de Moraes?
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O que dá tanto poder a Alexandre de Moraes?

Se o sistema vencer as únicas saídas estarão nos portos e aeroportos, pois todas as fronteiras terrestres levarão ao destino do qual se pretenderá fugir.

HS Naddeo10/18/2022
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Foto: José Cruz/Agência Brasil<br>
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Não é a toga.

É preciso que saibamos, e uma hora dessas vamos saber, o porquê de Alexandre de Moraes ter se revestido de tanto poder, ao ponto de suas ilegalidades e inconstitucionalidades não serem contestadas nem por seus pares. Desde que foi nomeado de ofício (ilegal) por Dias Toffoli para conduzir o famigerado inquérito das fake news, que não acaba nunca, tudo o que ele fez recebeu o aval dos demais ministros do STF, com a exceção de Marco Aurélio Mello enquanto estava lá e, em raríssimos casos pontuais, de Cássio Nunes Marques e André Mendonça. Os demais abriram mão de suas funções constitucionais endossando tudo, alguns deles, como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski abrindo mão até do protagonismo que tinham na casa antes de Moraes colocar seu traseiro na cadeira amarela.

Não é normal, muito menos comum, que alguém assuma tamanha liderança sem ter quem a garanta. A toga representa autoridade, uma autoridade que seria comum a todos os ministros da casa. O domínio, no entanto, tem que ser oriundo de uma outra fonte de poder que nada tem a ver com o cargo que Moraes ocupa. E não se trata de domínio apenas dentro do STF. Os tentáculos do comando deste ministro se estendem à Polícia Federal, à parte do Ministério Público e ao Congresso Nacional. E, obviamente, é ecoado por grande parte da imprensa que não empreende nenhum tipo de combate à quebra do ordenamento jurídico brasileiro, na maioria das vezes aplaudindo as atitudes do atual presidente do TSE ou fingindo que não vê as ilegalidades que ele comete da mesma forma que finge não ver que passamos a viver uma verdadeira ditadura do judiciário após a posse dele. A imprensa, em geral, decidiu não ver até mesmo o regime de censura que foi instalado no país, com o agravante de que dezenas de jornalistas inclusive o aplaudem, como se num futuro próximo o aprofundamento desta situação não viesse a penalizar eles mesmo.

Só mesmo alguém com a mente totalmente dominada pelos conceitos de esquerda não é capaz ou tem dificuldade para perceber ou aceitar que Alexandre de Moraes tem lado nas decisões que toma. E mesmo quem percebe não entende que o lado do ministro não tem nada a ver com a esquerda diretamente. Não é uma posição ideológica, não é um reconhecimento de que o regime de governo proposto pela esquerda é melhor. Moraes não é marxista, socialista ou tem algum viés social para defender suas posições. E também não é contra o socialismo ou o que prega o conservadorismo de direita. A única coisa que ele pratica é a busca pelo poder, por se manter no poder que obteve depois que tomou posse no Supremo Tribunal Federal. Mas, ele só chegou onde chegou e se manterá nessa posição se garantir o poder de quem realmente o detém, e que não é ele.

Alexandre de Moraes é um fantoche empoderado pelo sistema, e já está mais do que na hora de todos entenderem que o sistema existe, dá as cartas no Brasil, manipula opiniões, decisões, votos, acontecimentos, e até mesmo quem deve morrer se essa pessoa for um risco para que ele exista. E é exatamente este o risco que Bolsonaro oferece, e por isso tem contra si o judiciário, o Congresso Nacional até o final desta legislatura, boa parte do Ministério Público e da Polícia Federal, e, talvez, a maior parcela da imprensa. Mas, o maior pecado de Jair Bolsonaro não foi apenas enfrentar o sistema. Diria que o pecado imperdoável dele foi despertar uma nação que estava caminhando cega rumo a um abismo mortal, e que não só passou a enxergar em detalhes o país em que vive, como se aliou ao enfrentamento ao lado do presidente. E aí foi necessário que o sistema elevasse alguém totalmente desprovido de escrúpulos  à uma posição de representá-lo com obediência cega para fazer o que fosse preciso. E o nome dessa pessoa parece óbvio.

E o que gera tanta covardia em uma massa que é a maioria desse país?

Se dependesse da minha família eu não escreveria as coisas que escrevo, não me posicionaria politicamente em redes sociais, porque eles me veem com a importância que tenho dentro deste núcleo familiar, o que não se reflete numa realidade quando sou colocado no contexto geral. Contudo, confesso que continuar escrevendo não caracteriza um ato de coragem, muito pelo contrário, tenho medo, por mais insignificante que eu tenha certeza que sou neste contexto geral. Tenho 58 anos, boa formação, um bom conjunto de habilidades profissionais além da escrita, mas não consigo trabalho, emprego, remuneração, muito em função de ter um posicionamento político conservador e de direita. Os departamentos de recursos humanos são dominados pelo pensamento esquerdista, mesmo que os empresários e empreendedores que os empregam não sejam.

É nas mãos destas pessoas que nossos currículos ou indicações chegam, são analisados e na descartados sem resposta se determinadas pautas não forem reconhecidas no nosso histórico pessoal e profissional. Antigamente analisavam nossa experiência, nossas habilidades, nossas referências profissionais e pessoais. Hoje, dão um Google nos nossos nomes, pesquisam nas redes sociais e nas nossas manifestações na internet como tratamos temas como ideologia de gênero, LGBTetc, drogas, religião, aborto... Não importam mais os cargos que ocupamos, o sucesso que promovemos para as empresas que trabalhamos, a capacidade que temos para exercer uma função ou o que podemos agregar tecnicamente ao objetivo da empresa que, em tese, busca um profissional que possa contribuir com que foi estabelecido no seu contrato social. E não fica nisso. Pessoas deixam de se associar a nós por medo de virem a sofrer algum dano social ou financeiro em seu negócio, e com isso a muita gente acaba se acovardando e entrando na espiral de silêncio que o sistema promove.

Em um campo muito mais amplo, vemos a covardia de muitos que detém autoridade para participar deste enfrentamento ao sistema, especialmente no Congresso Nacional. Centenas de deputados e senadores tem processos no Supremo Tribunal Federal, que, graças às suas submissões não dão em nada, mas que também não terminam, pois são instrumentos de ameaça e controle permanente para que continuem fazendo as engrenagens funcionarem como funcionam desde a redemocratização do país quando criminalidade realmente atuou em diversas frentes para ser o crime organizado com a estrutura que conhecemos hoje em dia. O tráfico de drogas, armas, órgãos humanos, pessoas, crianças, madeira, minérios, pedras preciosas, não são comandados pelas pessoas que vemos nas favelas ou pelas que sabemos que existem nas cidades e na Amazônia. São todos soldados sob o comando de gente muito maior e mais importante, que fazem, controlam e aplicam as leis para que o sistema permaneça ativo e sem risco de ser ameaçado. E nos acovardamos frente a tudo isso, porque temos medo de perder nossos empregos, nosso sustento, mesmo que ambos muitas vezes sirvam ao próprio sistema ou que sejamos vítimas dele no ir e vir de casa para o trabalho por alguém adolescente ou jovem disposto a matar para roubar um celular e tomar uma cervejinha.

No fundo, quem dá poder a Alexandre de Moraes somos nós mesmos.

Dia 30 de outubro saberemos que rumo tomará este país. A disputa não é entre Jair Bolsonaro e Lula. O que temos é uma disputa entre o sistema que pretende implantar também aqui o socialismo e o controle social que destruiu as sociedades dos países vizinhos a nós, que regulou a imprensa, causou caos, fome e desemprego, que controla a vida das populações em todos os aspectos materiais e intelectuais e projeto de governo que, promete, respeita e nos incentiva a nossa de viver em um país que preserve a liberdade de ir e vir, a liberdade de expressão, a liberdade de se opor e expressar democraticamente à pautas contrárias às convicções de cada um, o direito à propriedade, a família, a religião.

É preciso pensarmos e entendermos que é impossível eliminar as desigualdades materiais de qualquer sociedade sem que antes sejam eliminadas as desigualdades perante as leis, e eis aí um grande motivo que explica o porquê do socialismo não ter dado certo em nenhum lugar do mundo e que também nos ajuda a entender ainda melhor como foi que o sistema tomou conta do Brasil. Somos um país onde empregos públicos e cargos eletivos dão aos seus ocupantes um status de cidadania e privilégios absolutamente diferentes do resto da população. E quem acredita que o socialismo colocaria todos no mesmo nível está completa e totalmente enganado, pois o socialismo só aprofunda e enraíza essa desigualdade, cria uma pequena casta com ainda mais autoridade que a que atualmente já vemos estabelecida, e transforma todas as demais camadas sociais em subalternos do regime.

Se hoje, com todas as suspeitas e indícios de que o nosso processo eleitoral não é exatamente o que podemos chamar de confiável, ainda temos a opção de votar e fazer este questionamento entendendo que é nosso direito expresso na Constituição Federal. E mesmo assim, vemos o sistema atuando contra os que se pronunciam ou protestam contra, caracterizando como antidemocrático o que é, na verdade, a mais livre expressão da democracia. Pessoas são processadas e presas ilegalmente, contas em redes sociais são derrubadas a pedido dos representantes do sistema, jornalistas e políticos são perseguidos e presos por crime de opinião que não existe na nossa Constituição. Então, não é difícil imaginar que a vitória do sistema implicará necessariamente na implantação do modelo socialista/comunista já imposto à Cuba, Venezuela, Nicarágua, Bolívia, e tentando - a passos largos - se estabelecer na Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Panamá, com eleições deliberadamente fraudadas, fome, desemprego, inflação, invasões de terras e moradias, desapropriações, perdas liberdades individuais e um tardio arrependimento dos eleitores que, apesar dos avisos, não entenderam o buraco no qual estavam entrando.

O que dá poder a mim, a você, é a consciência de tudo isso e, portanto, a obrigação de votar com responsabilidade pelo seu futuro, dos seus familiares e amigos, pelo seu emprego e, acima de tudo, pela sua liberdade. Se o sistema vencer as únicas saídas estarão nos portos e aeroportos, pois todas as fronteiras terrestres levarão ao destino do qual se pretenderá fugir.

Recomendo fortemente que assistam a este vídeo da guatemalteca Glória Fernandes em depoimento no parlamento europeu falando sobre o Foro de São Paulo, que, em parte, inspirou a elaboração deste artigo.


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