O que vai acontecer com o Brasil?
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O que vai acontecer com o Brasil?

O poder judiciário, responsável por manter o funcionamento justo da sociedade, não é mais merecedor dessa confiança.

HS Naddeo
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Estamos chegando? Ainda falta muito?

Isso é tudo o que o brasileiro quer saber neste momento. Mais dura do que a certeza de um resultado eleitoral construído de forma, no mínimo, suspeita, é a incerteza por não saber o que, de fato, será feito a respeito disso, ou se será feito alguma coisa relevante que vá corrigir a tramoia histórica que, até o momento, roubou a esperança do nosso povo. Mais angustiante, porém, é a ideia de que possa não acontecer nada. Hoje, tal qual escravos, nos vemos submetidos à autoridade e à arbitrariedade de pessoas e não das leis, pessoas que não foram eleitas por ninguém e que agem em atendimento a demandas que não são as nossas, e que não tem a ver com o bem estar ou o desejo da população, mas com poder, e para nos submeter a este poder por meios escusos, contra a nossa vontade.

A imprensa brasileira faz um esforço gigante para caracterizar que as manifestações são a favor de Bolsonaro. Não são necessariamente. Mas são prioritariamente contra a eleição de Lula, um inequívoco condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em 3 instâncias, crimes cometidos exatamente quando e porque ele ocupava o cargo para o qual "foi reeleito". Ninguém definiu melhor isso do que o próprio "vice-presidente eleito" Geraldo Alckmin quando, antes de se vender, disse que Lula queria voltar à cena do crime. A revolta do povo brasileiro é sobre este fato. Porém, não se restringe só a isso, mas, o caminho utilizado para tanto. Através da mão pesada do judiciário, ao longo dos últimos anos a lei e a ordem foram escandalosamente subvertidas com o objetivo explícito de recolocar Lula na presidência da república. E os desvios são de tal clareza que mesmo as pessoas mais humildes, desprovidas de conhecimento de leis e trâmites legais entenderam o que estava acontecendo e fazem parte do enorme contingente de insatisfeitos que ocupam as ruas do Brasil.

Estamos sob um regime de vergonhosa censura e ataque das instituições que só existem para defender nossos interesses. Nós, povo, somos a razão da existência do sistema judiciário ou de qualquer outra instituição que constitui nossa república. Não é o contrário. Só podemos e devemos nos submeter às leis, jamais às vontades das pessoas cujas funções é aplicá-las como foram escritas, sem livre interpretação ou interpretações paralelas que visam seus interesses e dos grupos que representam. Mas, é o que está acontecendo, o que justifica o desespero e a angústia que está sendo manifestada pela população brasileira em todos os cantos do país. Todos enxergam a quantidade de ilegalidades que nos trouxeram a este ponto, inclusive quem as apoia, por total falta de noção de consequências de longo prazo ou por benefício próprio imediato. E é este o quadro mais grave, pessoas dispostas a apostar num futuro no qual elas sofrerão pessoalmente dos mesmos prejuízos que desejam que nós soframos agora.

Vivemos o momento de maior ilegitimidade da nossa república. O poder judiciário, responsável por manter o funcionamento justo da sociedade, não é mais merecedor dessa confiança. Os ocupantes do Supremo Tribunal Federal não são reconhecidos como dignos dos cargos que ocupam, uns pelo ativismo, outros pela cumplicidade tácita, os demais pela omissão. Da mesma forma os membros do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e da 1ª Instância do judiciário, que assistem passiva e bovinamente a destruição da nossa democracia, se limitando, no máximo, a assinar cartinhas que tem o mesmo nível de realismo que cartinhas endereçadas ao papai noel. Temos ainda um Ministério Público Federal omisso e acuado de um lado, e ativista e defensor de desmandos do outro lado. E não dá para não citar a Polícia Federal, que vem sistematicamente prevaricando ao cumprir ordens reconhecidamente ilegais, que, ao invés de serem cumpridas, lhes dá poder, inclusive, para prender quem as determina. E tudo isso determina um conjunto de sinais de que a lei e a ordem foram subvertidas de maneira que não há uma instituição de garantia dos direitos dos cidadãos em quem possamos confiar.

Chegamos, então, às Forças Armadas, ainda reconhecidas pelo povo brasileiro como única instituição capaz de pôr um limite à bandidagem que tomou conta do Brasil e, assim, impedir que a desgraça se aprofunde se a posse de Lula for sacramentada com a garantia de sua diplomação em dezembro e sua posse no dia 1º de janeiro. Caso nada aconteça, perderão elas, também, a legitimidade e a credibilidade, nos condenando a um regime que fatalmente nos levará às mesmas condições que se encontram nossos países vizinhos, pois a receita de governança é exatamente a mesma, na qual está embutido o desmantelamento das próprias Forças Armadas. A exemplo dos mesmos países vizinhos, nos quais seus militares se omitiram ou aderiram aos regimes impostos pelos governantes eleitos, a maioria deles sob a mesma suspeita de fraudes eleitorais, a falta de ação dos militares brasileiros resultará na sua própria decadência e desimportância, passando, daí para frente, a bater continência para qualquer bandido que seja fraudulentamente eleito, e sem terem mais poder de reação. E sabemos que dentro da corporação há quem, em função de prestígio, benefícios e ascensão na carreira, veja isso tudo com bons olhos.

Hoje, 9 de novembro de 2022, deverá ser divulgado o tão esperado relatório produzido pelas Forças Armadas reiterando as suspeitas de fraude eleitoral. Mais do que o resultado, porém, nossa ansiedade é pelo tipo de ação que será resultante desta apresentação. Só podemos entender que os militares se prontificaram a apresentar um relatório se ele contiver comprovações de fraudes. Qualquer outra hipótese diferente desta não teria nenhum sentido. É impensável que se criasse tanta apreensão e angústia em milhões de brasileiros se não houvessem dados robustos e concretos para provar que fomos enganados e defraudados no ato mais sagrado da democracia, que é o voto. Também não cabe imaginarmos que ao comprovar tantas suspeitas a ação proveniente disso seja apenas um pedido de retratação ou correção por parte de quem agiu para que o resultado das eleições tenham sido fraudados para eleger Lula, pois a comprovação de fraude comprova também o acometimento de crimes de lesa pátria, os mais graves que qualquer um pode cometer em uma nação, e que devem ser punidos com o rigor atribuídos a eles pelas leis vigentes.

Sem os militares, só temos a nós mesmos, onde, talvez, resida o maior perigo para qualquer nação, que tanto pode nos levar a um acovardamento geral e ao agigantamento da ilegitimidade do poder que nos colocou nessa situação, ou descambar em um movimento civil, e porque não dizer uma guerra civil, no qual entenda-se que a única justiça a ser feita é com as próprias mãos, dando a mais drástica interpretação possível ao refrão que diz "ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil". E dada a animosidade e disposição da população é possível que, realmente, haja muita gente disposta a morrer pelo Brasil, gente que passou os últimos dez dias debaixo de sol e chuva, que dedicou seus dias e noites a professar um clamor pelo livramento do Brasil de um comunismo anunciado, defendido por muitos, especialmente jovens, que não fazem a menor ideia do que ele realmente significa, que ignorou os avisos e exemplos dos cidadãos de Cuba, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Nicarágua, que estão vivendo sob este regime nefasto e que também enxergam no Brasil a única esperança para impedir que a América do Sul se transforme no que foi um dia a falida União Soviética.

Tal qual uma criança no carro com os pais em uma viagem longa, estamos querendo saber se estamos chegando ao nosso destino, se ainda falta muito, pois estamos extenuados pela expectativa do que o destino nos reserva. Contudo, ao contrário da criança, não podemos simplesmente deitar no banco e dormir enquanto a viagem prossegue. Fomos passivos durante muitos anos, e toda atenção aos detalhes desse trajeto são fundamentais para entendermos onde ele poderá nos levar. Diferentemente dos pais da criança, que a cada vez que são perguntados dão referências vagas de quanto falta para chegar ao destino, não temos nada além da apresentação de um relatório, que tanto pode vir a ser nossa redenção, se for precedido de uma ação para pôr as coisas no lugar, quanto nossa condenação caso não tenha a conclusividade esperada e não enseje nada além de nos impor conformismo ou a drástica e insana opção de nos vermos impelidos a resolver a situação com nossos próprios recursos e termos contra nós mesmos os militares, em cujas mãos depositávamos todas as nossas esperanças.

Tomara que não falte muito. Tomara que estejamos chegando, e que o destino seja agradável. Precisamos mudar esta paisagem.


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