Os crimes não relatáveis da CPI de Renan Calheiros
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Os crimes não relatáveis da CPI de Renan Calheiros

Em nenhum momento essa comissão dos integrantes que a conduzem de se estabelecer alguma verdade sobre o enfrentamento da Covid no país.

HS Naddeo
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Enfim, Renan Calheiros vai ler o relatório que já estava pronto desde que a CPI começou. Ou antes dela. Segundo notícias, mais de 1000 páginas de ficção, mais se 60 indiciados, e a cereja do bolo, o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro, o que certamente foi a primeira coisa a ser escrita no relatório, o resto é só encheção de linguiça para não parecer (mais) suspeito.

A peça literária de Renan Calheiros nos traz um apanhado de sandices, como a que identifica 7 núcleos de uma trama que se subdivide em: comando; formulador; execução e apoio às decisões; político; produção de fake news; disseminação e, por último, financiamento. Nada de Covid. Nada a ver com o objeto da CPI. Nada a ver com salvar vidas ou encontrar culpados por mortes. Apenas 7 atos ficcionais para justificar o propósito de incriminar o presidente.

Não é difícil, porém, encontramos na própria CPI uma divisão de núcleos, essa real. Eu chamaria de Inquisição, Acusação, Interrogatório, Achacamento, Promoção de Tumulto, Intimidação e Ameaça, Difusão de Fake News e Vazamentos de documentos sigilosos e Assessoria DA imprensa. Não coloquei produção de relatório porque o relatório já está pronto. Esse é o primeiro caso da história no qual primeiro se inventou o criminoso para depois definir o crime e como ele foi praticado.

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O que se pode esperar de uma trupe circense com integrantes do quilate de Omar Aziz(PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE). E não nos esqueçamos da gralha do Maranhão, Eliziane Gama, responsável direta pelo núcleo de Produção de Tumulto toda vez quem um interrogado é aliado ao governo ou o interrogatório compromete o objetivo do relatório que já está pronto.

Senadores como Omar Aziz, investigado por desvio de pelo menos 260 milhões da saúde do Amazonas, Renan Calheiros, recordista de processos no STF por corrupção e lavagem de dinheiro, com ainda 11 processos ativos, conduzindo um processo investigatório do vulto de uma CPI é  algo que só acontece em um país cuja justiça é cúmplice da canalhice. Não por acaso Renan acusa Jair Bolsonaro de 11 crimes, uma tentativa ingênua de tentar igualar o presidente a ele mesmo. Relaciono e comento abaixo os crimes dos quais o cupincha de Lula vai acusar o presidente:

- epidemia com resultado morte; Bolsonaro inventou o vírus?
- infração de medida sanitária preventiva; mais do que decretar emergência sanitária dia 5 de fevereiro de 2020 e mesmo assim prefeitos como o do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador fizeram carnavais com milhões de pessoas sabendo do risco?
- charlatanismo; só rindo!
- incitação ao crime; alguém viu Bolsonaro sugerindo que alguém cometesse algum crime?
- falsificação de documento particular; inventa outra.
- emprego irregular de verbas públicas; só se foi dar dinheiro para governadores e prefeitos ladrões.
- prevaricação; viu dinheiro público sendo roubado por prefeitos e governadores e não fez nada?
- genocídio de indígenas; peça de propaganda internacional, marketing puro.
- crime contra a humanidade; se existir é crime contra a humanidade Bolsonaro é criminoso mesmo, seria a única forma dele ser criminalizado.
- crime de responsabilidade - por violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo; balela ridícula.
- e homicídio comissivo por omissão no enfrentamento da pandemia. Um presidente proibido pelo STF de agir dentro de suas atribuições constitucionais não é e jamais será omissão, o nome disso é invasão competência de um poder sobre o outro.

Não há possibilidade do ministério público dar andamento a qualquer que seja o resultado do relatório de Renan Calheiros. E ele sabe disso. Mas sabe também que pode contar com a imprensa militante para martelar toda essa mentirada fantasiada de "salvar vidas"tanto no Brasil como na imprensa internacional, não importa o preço que o país pague por essa insanidade.

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Não haverá nenhuma contribuição ao Brasil vinda da CPI de Renan Calheiros. Em nenhum momento essa comissão dos integrantes que a conduzem de se estabelecer alguma verdade sobre o enfrentamento da Covid no país. O enfrentamento sempre foi político, e do estilo mais sujo que se pode fazer política. Mas ali no G7 são todos sujos. Não se pode esperar nenhuma recaída de honestidade ou bom senso vindo dessas pessoas, muito menos algo que seja realmente de interesse da sociedade.

Mas, por incrível que pareça, há o que se tirar de bom dessa CPI, e não é pouca coisa. Ali muitas faces se revelaram, se tal forma que é quase impossível associar alguma verdade vinda dos senadores opositores. E o que era para desgastar a imagem do presidente teve efeito contrário, desgastando (em vários casos ainda mais) a imagem desses senadores. Quem confia em uma palavra sincera de Omar Aziz, Renan Calheiros ou Randolfe Rodrigues? Quem acredita que Otto Alencar, Humberto Costa ou Eduardo Braga  pensaram no número de mortos exceto na hora de imprimir as plaquinhas fúnebres que diariamente mostravam essa contabilidade para gerar empatia? Quem acredita no patriotismo de Alessandro Vieira, Eliziane Gama ou Rogério Carvalho?

E para finalizar, o último lado bom: a CPI acaba. O circo vai recolher a lona. Seremos privados do capítulos diários do mais grotesco dos folhetins já produzidos pela política nacional. E agradeçamos que os atores são todos canalhas declarados, de quem realmente não se poderia esperar muito.

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