Os justiçadores contemporâneos
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Os justiçadores contemporâneos

Adulteram os poderes da república e os transformaram em verdadeiros sindicatos do crime, um conluio digno de uma república bananeira...

HS Naddeo
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Uma das características do justiçamento, enquanto definição, fala do descrédito dos cidadãos nas leis e na justiça, optando por fazê-la com as próprias mãos, através da morte ou do linchamento. Isso obedece uma absurda lógica de que se o estado não faz o que deveria, o cidadão se sente motivado a fazê-lo, uma vez que deixa de se sentir protegido e seguro e, então, sente-se impelido à prática da justiça com as próprias mãos como forma de se defender dos que considera inimigos, e do próprio Estado quando esse deixa de praticar a justiça como deveria.

O justiçamento contemporâneo tem uma característica absolutamente inversa. Ele é praticado pela própria justiça que ignora as leis ao passo que ela mesma, a justiça, sente-se ameaçada pela sociedade quando está se dá conta de que aqueles que deveriam zelar pelo conjunto de leis e garantir ao cidadão proteção e segurança são exatamente os que não a cumprem. Então, tais autoridades sentem-se no direito de estabelecer quem são seus inimigos e passam a agir contra eles, como se eles mesmos fossem a lei. Nomeiam seu inimigos todos aqueles que os apontam e expõem, e agem contra eles, colocando-se no papel de vítima, e transformado a própria sociedade em ameaça.

É exatamente isso que vivemos no Brasil desde a posse de Jair Bolsonaro, não apenas eleito democraticamente presidente do Brasil com mais de 57 milhões de votos, mas escolhido por esse contingente como representante de seus anseios pelo enfrentamento desse sistema corrupto que, há pelo menos 3 décadas, fez do Brasil uma republiqueta de pequenos tiranos com grandes poderes que assaltam desavergonhadamente os cofres públicos, o dinheiro dos pagadores de impostos, e se protegem para garantir suas lagosta de cada dia. Adulteram os poderes da república e os transformaram em verdadeiros sindicatos do crime, um conluio digno de uma república bananeira que nem mesmo os melhores autores de ficção tiveram a audácia de imaginar possível nas tramas políticas que desenvolvem em seus livros, filmes e seriados.

E tudo funcionava muito bem até que um tal de Sérgio Moro apareceu e revelou ao mundo a dimensão da bandidagem que corroía o futuro da nação através do roubo sistêmico dos recursos gerados pelos trabalhadores durante os 5 meses anuais que trabalham apenas para pagar impostos que só geram riquezas para políticos e empresários corruptos. Não contavam com sua astúcia. E contavam menos ainda com um ponto fora curva que atende pelo nome de Jair Messias Bolsonaro, um azarão que entrou na disputa como um pangaré despezível e, apesar de ferido no percurso, terminou a corrida em primeiro lugar expondo que os tais cavalos de raça que estavam na corrida não apenas pertenciam ao mesmo dono como não passavam de jumentos disfarçados de cavalos.

A chegada de Bolsonaro quebrou o tripé da corrupção. O triângulo dos três poderes perdeu seu principal ângulo, exatamente aquele que tem as chaves do cofre. Foi, então, necessário começar o justiçamento, tanto de Sérgio Moro quanto de Jair Bolsonaro. Judiciário e Congresso Nacional se converteram em um único poder, a imprensa passou a atuar como torcida organizada, os artistas encheram suas mãos de pom-pons e foram torcer na beira do campo. Sérgio Moro foi infiltrado no governo, motivado também por sua própria ambição caiu na asneira de acreditar que seu sucesso o credenciava a tudo. Foi o primeiro a ser justiçado. Deixou de ser juíz, deixou o governo achando-se maior que o presidente que o colocou lá, ficou a mercê dos justiçadores e virou suspeito, enquanto aquele que ele condenou foi descondenado. Moro ainda tentou ser candidato a presidente até que a realidade o colocou na disputa por uma vaga de candidato a deputado estadual.

O linchamento contemporâneo de Jair Bolsonaro começou no primeiro dia de seu mandato. Os justiçadores não lhe deram um dia de folga, assim como a torcida organizada da imprensa e os artistas pomponeiros. Só não acusaram o presidente de crucificar Jesus Cristo porque não acreditam em Jesus. E mesmo com todos os esforços concentrados, mesmo soltando "Barrabaz" para fazer frente a Bolsonaro, viram seus esforços irem por água abaixo. O povo rejeitou "Barrabaz".

A cada vez que batem em Bolsonaro ele sai mais forte. A cada vez que o diminuem seu apoio cresce mais. E a cada vez que se vêem obrigados a agir acima das leis para tentar derrubá-lo mais expotos ficam, assim como ficam expostos seus expedientes sujos.

Os justiçadores da justiça, que deveria ser um poder harmônico ao executivo e ao legilslativo, tratam o presidente verbalmente por "inimigo". Acusam-no de autoritário e ao mesmo tempo falam que os demais poderes funcionam normalmente e a imprensa continua livre. Acusam-no de inépcia no trato da crise sanitária e na frase seguinte dizem que eles, os justiçadores, tiraram do presidente os poderes para enfrentar a Pandemia e deram aos Estados e municípios o poder de conduzir tal enfrentamento localmente, como bem quisessem. E por incrível que pareça, na próxima frase concluem que as mortes são de responsabilidade do presidente e não dos estados e municípios que ditaram os rumos sob os auspícios dos justiçadores.

Um povo incrédulo assiste a tudo isso e se revolta. É tratado como anti-democrático por reagir ao justiçamento de sua própria democracia, por justiçadores sem legitimidade e sem moral. Corruptos vestidos de preto que saem do Brasil para contar mentiras sobre os brasileiros. Voam de classe executiva paga com nosso dinheiro para dizer que somos arruaceiros e anti-democráticos. Tratam as demonstrações cívicas e pacíficas de milhões de brasileiros como ameaça, enquanto, ao mesmo tempo, nos ameaçam com prisões ilegais, inconstitucionais e ilegitimas, perseguem e prendem políticos sem crime em pleno mandato e gozo de duas imunidades constitucionais, prendem e torturam jornalistas, desmonetizam rendimentos de cidadãos comuns, perseguem pessoas, derrubam contas em redes sociais, criam inquéritos e endossam leis para inibir o sagrado direito de expressão.

E o autoritário é o presidente da república. Por isso ele precisa ser justiçado pelos justiçadores. Porque fez o Brasil crescer mesmo com todos os revezes, ataques e perseguições, porque concluiu obras que ninguém concluía, porque não saiu um milímetro fora da constituição e não deu aos justiçadores uma chance de penalizá-lo, porque não houve um caso de corrupção comprovado em sua gestão, porque o número de apoiadores a ele cresce diariamente, e porque é impossível dar-lhe uma nova facada.

Senhor, não os perdoai. Eles sabem o que fazem, e merecem ser punidos por isso, pelo justiçamento divino, pois a justiça dos homens não é mais capaz de fazer isso. O poder judiciário virou poder justiçamentário. O descrédito dos cidadãos chegou ao limite, e sabemos que não serão as eleições que irão resolver isso. Nem em duas ou três eleições resolveremos isso. Essas pessoas precisam ser arrebatadas de onde estão e serem enviadas direto para o inferno.

Que Deus proteja a vida de Jair Bolsonaro até às eleições, independente dele vir a ser reeleito ou não. E que se tiver que perder, que seja nas urnas, em uma eleição justa, e não pela faca de algum assassino de aluguel pago sabe-se lá por quem, pois ele corre esse risco. Justiçadores tem essa característica. Se não conseguem através do linchamento, optam pelo extermínio.

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