Ou assim, ou dificilmente será.
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Ou assim, ou dificilmente será.

Quando o povo ocupa a rua o político tem medo. Quando o político impede o povo de ir para a rua, quem precisa ter medo é o povo.

HS Naddeo
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Peço que voce dedique dois ou três minutos de olhos fechados, depois da leitura desse parágrafo, e tente imaginar uma saída institucional para o Brasil, dentro da constituição, que punisse todos os que têm que ser punidos, afastasse todos os que tem que ser afastados e desse a um presidente honesto, qualquer um que seja honesto, o comando de um país com um legislativo e um judiciário que trabalhassem de verdade pelo bem da nação.

Bom, eu não consegui. E já fiz isso por bem mais de três minutos, e muitas e muitas vezes. Em nenhum cenário otimista, nem no mais otimista, consegui ver Renan Calheiros preso, Lula de volta a cadeia, esse bando de ladrões que infestam as casas legislativas em todos os níveis afastados da política, ou um judiciário renovado que se restrinja ao estrito cumprimento da lei e sem relacionamentos escusos com qualquer dos outros dois poderes.

Não consigo enxergar saídas, nem pelas urnas, para desatar essa infinidade de nós que foram dados em todas as instituições da república, em todos os níveis, sem que haja uma ruptura significativa que defina e declare um vencedor nessa briga, e que de preferência seja a derrota desse modelo comuno-socialista que a bandidagem travestida de esquerda ideológica quer porque quer implantar no Brasil.

Nossas instituições estão rachadas. Há um conflito entre bons servidores públicos e servidores ideológicos partidários dentro de todas elas. Gente que quer fazer seu trabalho pelo Brasil e gente que dói colocada lá para fazer, ou desfazer, ou não fazer, o trabalho, pelo partido.

Por maior que seja o esforço de Jair Bolsonaro, a tarefa de lutar sozinho contra um sistema que engloba imprensa/artistas/políticos/judiciário é inglória, e não serão apenas redes sociais e motociatas/carreatas/tratoratas que sustentarão essa briga.

Quando o povo encheu Brasília em junho de 2013, o congresso tremeu. Quando as pessoas ocuparam o cartão postal da nossa capital federal os deputados e senadores começaram a votar projetos que estavam parados já meses, anos, respondendo à pressão de ver uma multidão gigantesca, com "sangue nos olhos", a poucos metros da entrada de seus gabinetes. E foi em dias de semana, foi mais de um dia seguido, em pleno horário de expediente de vossas excelências, não só em Brasília como também em centenas de cidades.

Quando o povo ocupa a rua o político tem medo. Quando o político impede o povo de ir para a rua, quem precisa ter medo é o povo.

O desfecho das eleições de 2022 são uma incógnita. Não há mais segurança jurídica de que as regras que estão escritas na constituição estão valendo ou se serão cumpridas por quem tem como premissa básica defendê-las. Desconfiamos das urnas eletrônicas não apenas por sua evidente fragilidade  e vulnerabilidade à fraudes, ou pelos diversos indícios apresentados nas últimas 4 eleições com milhares de vídeos apresentando provas e situações muito estranhas. Desconfiamos das urnas eletrônicas, sobretudo, porque não confiamos nas pessoas que controlam o sistema eleitoral.

Diante do ativismo judicial, fartamente demonstrado nas cortes superiores, STF e STJ, cujos membros compõem e comandam o Tribunal Superior Eleitoral (excrescência exclusiva do Brasil entre as nações), que comanda as eleições e se atreve a chamar de retrocesso uma proposta de aprimoramento, se atreve a fazer movimentos visando interferir na independência do Congresso Nacional e na soberania popular para defender um sistema que não auditável e que não atende mais a busca do povo por transparência, não há porque confiarmos, nas pessoas e no sistema.

O Congresso Nacional precisa voltar a sentir o peso do eleitor, literalmente, durante o expediente, de preferência em dias de audiência dessa CPI, tão confiável quanto a urna eletrônica. Deputados e senadores covardes tem que temer o povo, pra que os poucos deputados e senadores que tem alguma coragem sintam-se fortalecidos e não se deixem vencer pelo sistema.

Tente aí mais uns cinco ou dez minutos de olhos fechados, ou quantas vezes tiver tempo disponível para pensar e me diga se vê alguma solução para esse conflito político/ideológico = bandido/mocinho que possa ser resolvido com diálogo, acordo, diplomacia, entendimento, considerando esses personagens que já estamos cansados de conhecer, inclusive suas "capivaras".

O povo brasileiro precisa tomar o Brasil. Ou fazemos assim, ou dificilmente será.

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