Meu Encontro com Jesus
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Meu Encontro com Jesus

Testemunho

Ariana Souza
10 min
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Desde adolescente busquei muito por assuntos e estudos sobre espiritualidade. Apesar da grande busca, conhecer diversas religiões, não me sentia satisfeita.

Um vazio ainda me incomodava e ele não era preenchido pelas práticas espirituais, pelos meus hobbies, pelas pessoas, pelos estudos e pelo trabalho. 

Então resolvi fazer uma viagem para Pipa- RN, mas dias antes, uma pessoa que orou por mim disse: “Jesus me diz que novas águas virão sobre a sua vida”.

Ela viu, ali, a minha libertação, o meu nascer em Cristo, um divisor de águas sobre a minha vida, a inauguração de um tempo novo. Mas, naquele momento eu ainda não podia compreender suas palavras.

Após minha estadia em Pipa, passei na Paraíba para visitar alguns amigos e logo depois iria para Recife, de onde regressaria à minha cidade natal. Mas, sabendo que haveria ali um ritual indígena, tive interesse em participar. 

Nos rituais indígenas é comum o uso das “medicinas da floresta”, eles a utilizam como forma de cura; seja para o fortalecimento imunológico, limpeza do corpo, tratamento de doenças e meditações. 

No início do ritual, todos se sentaram ao redor da fogueira para ouvir os cânticos indígenas e meditar. Quando me sentei e fechei os olhos, ouvi uma voz a me dizer:

“Eu sou a única medicina que você precisa. Eu sou tudo o que você precisa.”

Pensei: Quem vem a ser essa pessoa a dizer isso? Teria que ser alguém com muita autoridade, com muito poder, pois quando ouvi, parecia que eu não precisava de nada mesmo; nem de casa, nem de comida, nem de trabalho e nem de tudo mais quanto necessitamos.

E o próprio Mestre já dizia:

“Buscai a mim em primeiro lugar e o resto vos será acrescentado.” Mateus 6:33.

E assim é.

Senti alguém com muita autoridade, que crescia cada vez mais, à medida que se aproximava e, quando eu vi, era Jesus. Como se assentasse, Ele estava ali, falando perto de mim.

Sempre ouvi falar de Jesus mas, para mim, era apenas uma história, um homem legal que veio ao mundo fazer muitas coisas boas e deixou o seu legado. Mas quando O vi, naquele momento verdadeiramente me encontrei, e vi que Ele era tudo o que eu procurava, o amor que eu tanto procurei.

Busquei esse amor em pessoas, mas nada foi capaz e nem suficiente para preencher esse vazio, essa insatisfação e a falta de sentido na vida. E Jesus me mostrou um bezerrinho que tentava se alimentar em uma vaca que não tinha mais leite, então Ele disse:

"Não adianta você tentar tirar das pessoas o que elas não têm para dar”.

Só em Jesus vi esse alimento que sacia e liberta, que traz paz e amparo aos aflitos. Em Jesus eu vi abundância e fartura, andando com Ele eu não mendigaria mais amor, eu não mais tentaria tirar das pessoas o que elas não têm para dar.

Entendi que Ele era as novas águas que viriam sobre a minha vida, e um novo ciclo, uma nova história se iniciaria. Assim como a história da humanidade se dividiu entre antes e depois de Cristo, assim eu vi a minha história.

A busca incessante por encontrar a verdadeira fonte, a única e absoluta verdade, findou ali, pois eu vi a essência de tudo ser e existir, eu vi meu Pai, meu Criador, de onde eu vim e para onde eu vou.

Antes, eu estava perdida, em um labirinto escuro e sombrio e por mais que eu caminhasse e tentasse abrir todas as portas que via, elas não davam em lugar algum. Até que Jesus apareceu, acendeu a luz, abriu a porta e se fez caminho.

E as palavras que me recordei, de ouvir falar, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” fizeram todo sentido e se tornaram bem claras para mim. Realmente não existe outro caminho, a verdade é Ele, o seu evangelho, Ele nos traz de volta à vida, como se antes eu realmente estivesse morta, sem vida, sem direção e sem propósito.


Vi Jesus, andando nas ruas de sua época; vi um homem com um olhar fixo e firme no que teria que ser feito, na sua missão mas, ao mesmo tempo, seu olhar era manso e sereno e, seu sorriso, leve e alegre. Ele caminhava como quem tinha confiança, sem dúvidas e hesitações, não importava a quantidade de pessoas à sua volta, o quanto ele era conhecido e reconhecido pelas pessoas, nada o distraía. Eu vi um revolucionário, corajoso e humilde, que rasgou o véu da mentira, que deu sua cara a tapas, seu sangue e sua vida para que a verdade, a sua mensagem fosse revelada.

Me vi como um vaso de barro, com trincas e buracos e tudo que eu tentava colocar dentro se esvaía, por um momento me preenchia mas, logo, me sentia vazia novamente. Então, vi Jesus como um feixe de luz, selando todo o meu vaso, reconstituindo cada pedacinho dele, fazendo como um novo e derramou sobre mim abundante água, muita água, até transbordar.

Ao longo da vida é impossível não nos decepcionar, não sofrer com as adversidades e dificuldades. Quando estamos como um vaso, cheio de trincas, rachaduras e até buracos, não adianta nos enchermos de coisas, sejam boas ou ruins, não nos preencherá.

Tudo o que colocamos dentro se esvai e, somente o nosso Criador poderá reconstituir-nos e curar nossas feridas. E para que isso seja feito é necessário andar com Ele, seguir seus princípios, seus passos, ter comunhão com o Pai, com nossos irmãos e alimentar do seu evangelho diariamente. 

Eu perguntei para Jesus por que Ele demorou tanto tempo para se revelar para mim, porque eu poderia ter evitado dar muitas voltas, e poderia ter evitado muitos sofrimentos, então Ele disse:

“Para você aprender a não julgar.”

Conheci muitas religiões mas tudo tem um propósito. Precisei passar por tudo isso com a finalidade de jamais julgar qualquer religião ou crença, respeitar as pessoas, cada um no seu processo, de forma amorosa e gentil.

Antes eu não conseguia vê-lo como Ele é mas, por misericórdia e amor, Ele se revelou, mesmo eu não O buscando. E para cada um Ele se revela de modo singelo, único e especial, basta buscar a verdade, de todo o coração e onde estiver, encontrará!

“Fui buscado pelos que não perguntavam por mim; fui achado por aqueles que não me buscavam; a um povo que não se chamava do meu nome, eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui.” Isaías 65:1

Daí vi Jesus em um altar, olhando ansiosamente a me procurar e, logo quando alguém abriu o véu, Ele me olhou, como um noivo muito apaixonado e sorriu, eu entrei e caminhei até Ele.

Ele acariciou minha bochecha e disse:

“Não importa nenhum dentinho torto que você tenha, nenhum fiozinho de cabelo branco que você tenha, Deus, te fez perfeita para a minha Obra.”

Entendi que para nós, para as pessoas e para o mundo podemos ser imperfeitos, cheios de defeitos, por dentro e por fora mas, o nosso Pai, não nos vê assim. Deus vê aquilo que somos n’Ele e transformado por Ele.


No momento em que me encontrava sentada e Jesus ao meu lado, ele apontou e disse:

“Siga os meus passos.”

Ele levantou e caminhou. Via as marcas dos seus pés na terra e entendi que deveria segui-las, compreendi que esse era o caminho que me livraria das dores e das ilusões do mundo.

Ele caminhava com as mãos relativamente erguidas, com as palmas para cima e de suas mãos transbordavam poder, como águas. Da mão direita eu via cura e da mão esquerda eu via amor. Ele virou para mim e disse:

“O meu amor cura.”

E percebi que era assim que Jesus curava as pessoas; pelo seu amor, que transbordava por onde Ele passava. E era assim que eu iria me curar, buscando pelo seu amor, trilhando seu caminho. E é assim que iremos curar, a nós e as pessoas, amando como Jesus amou.

Logo me levantei para segui-lo mas, havia como um zíper na minha testa e quando abri, saí de dentro de mim, como se a minha pele fosse apenas uma roupagem. Ela caiu no chão e vi a Ariana, a vida dela, e tudo o que ela viveu foi com o único e principal propósito para estar ali, naquele encontro com Jesus.

E aí entendi o que era nascer de novo quando decidimos seguir os passos de Jesus. Nos despimos do velho eu, para que a essência de Deus, em nós, se manifeste ao longo da nossa jornada.

Então, caminhei até Ele e fomos para um jardim, Ele apontou para o céu e disse:

“O céu é a sua casa mas, também, o seu teto, ide até aos confins do mundo falar do meu nome.”

Ali compreendi o meu propósito de vida, mas questionei: Para quê falar do seu nome? Não basta ser um homem bom, que ajude as pessoas e contribua para um mundo melhor? E Ele disse: “O meu nome é o único que salva e liberta”. 

E entendi que existe um propósito muito maior, um trabalho do espírito muito mais grandioso do que simplesmente viver, trabalhar e contribuir para um mundo melhor. Eu vi que as pessoas precisam ouvir falar de Jesus, precisam conhecer mais d’Ele, conhecer mais de sua grandiosidade e autoridade, pois só o nome d’Ele será capaz de nos libertar e de nos desvencilhar de coisas, de sentimentos, de histórias e de vícios que não conseguimos fazer com nossas próprias mãos, somente com a nossa vontade e nosso poder.

Antes eu não compreendia como era importante crer em Jesus, no seu nome. Eu tinha uma resistência, talvez uma soberba; como pode as pessoas endeusarem e serem tão fanáticas por alguém, que viveu século atrás, ao ponto de entregarem suas vidas, de largarem suas riquezas e tudo o que tem, de serem torturadas e mortas para falar de um nome, de uma mensagem?

A mente humana e racional não é capaz de compreender isso: é considerado apenas tolice de pessoas manipuláveis, sem conhecimento, destituídas de inteligência e discernimento. Mas somente Deus é capaz de nos fazer entender e compreender com o coração e com a alma, quem Ele é, quem Jesus é e quem somos nós por meio d’Ele.

Alguns não viram e creram, alguns de ouvir falar entenderam e, outros precisaram ver para crer e entender, por graça e misericórdia do Criador. Mas outros, mesmo vendo, não creram. Assim foram os fariseus, religiosos da época, em que muitos não conseguiram admitir a grandeza e autoridade de Jesus e, que, por inveja e soberba, o crucificaram.

“De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.” Mateus 13:14,15

Mas ainda no jardim, Ele agachou, tocou a terra e disse:

“E da terra você tirará o seu alimento”.

E quando ergui a cabeça e olhei para o lado tinha um abacate!!! O abacate é o símbolo de uma alimentação vegetariana e, desde quando iniciei os meus estudos sobre espiritualidade, abstive os bichos das minhas opções como alimento.

Quando Jesus disse isso, entendi que era para permanecer assim; alimentar do que nasce da terra. 

E, por fim, Jesus me disse:

“Volte para Pipa e procure o lugar em que mais se fala o meu nome.”

Apesar de Pipa ser o caminho oposto dos meus planos e, procurar o lugar em que mais se fala o nome dEle, que é a igreja evangélica, nunca esteve em meus planos, eu disse: “Tudo bem. Se tudo fluir, eu vou.” Ele caminhou pela floresta, virou, me chamou e se foi.

O chamado de Jesus é irresistível, uma vez que os olhos podem vê-Lo e que podemos sentir a sua presença, quem Ele é, é impossível não segui-Lo. Como a ovelha perdida que ouve a voz do seu pastor, é o homem que reencontra o seu Criador.

E assim tudo fluiu. Voltei para Pipa, para ficar três dias, mas no segundo dia tive um pequeno acidente, que machucou minha perna e não consegui retornar a tempo para o meu voo em Recife.

Um tempo depois da minha recuperação, procurei por esse lugar, e encontrei. Quando Jesus disse sobre a igreja eu vi muitas pessoas com dedos apontados e pedras nas mãos, como símbolo de opressão e julgamento, era essa a impressão que eu tinha daqueles que se diziam seguidores de Cristo.

Sei que muitos de nós, cristãos ou não são assim, mas nesse lugar encontrei pessoas receptivas e amorosas, cada qual com seu estilo, com seu jeito, com suas histórias, com suas marcas e com suas dores, mas todos ali amavam muito Jesus.

E entendi que era necessário estar perto de pessoas que compartilhavam da mesma experiência e sentimento que o meu, do mesmo amor. Percebi que em nossa jornada espiritual não é possível caminhar só, é necessário estar próximo de pessoas que têm o mesmo Mestre em comum.