Paulo e nós

Assim como Paulo, muitos de nós, caminhou em direção contraria ao evangelho e, não só, mas invalidando, diminuindo e menosprezando as boas novas. Por ignorância, preconceito e falta de conhecimento.

Mas quando Jesus se revela, e vemos nossa pequenez, o quão nosso espírito é dependente d’Ele, para ser livre do mal que aprisiona a alma, nos rendemos e nos entregamos completamente à Ele.

Paulo, o inimigo de cristãos, se rendeu totalmente ao Pai, quando O viu. Em Jesus reconhecemos quem somos, de onde viemos, para quê estamos aqui, a essência de todas as coisas e o real objetivo de viver.

Um dos maiores perseguidores se tornou o maior adorador e disseminador do evangelho. Ele largou tudo o que havia construído e conquistado, até então. Todas as suas posses, sua posição social, a autoridade que possuía no seu cargo, deixou sua família e amigos para viver a verdade, em verdade.

Mesmo muitos cristãos não acreditando na conversão de Paulo, e, temendo-o, sendo excluído, julgado e perseguido de todos os lados, ele não se rendeu. Ele persistiu no caminho; um coração orgulhoso foi se quebrantando, a sede por revelar o evangelho era maior a cada dia e o seu dom em disseminar a Palavra, cuidar e orientar os filhos de Deus foi o seu propósito. Ele se entregou à Obra de Jesus. 

E porque não nós? Porque não nos entregamos com essa intensidade e verdade? Eu sei que o mundo nos pede para servi-lo, para que assim, nada nos falte. A escassez e o medo de passar necessidade nos tornam escravos e reféns de uma rotina que nos pressiona e aprisiona. Os dias se tornam pesados e cansativos, sem perspectiva de um futuro próspero e feliz.

Assim, perdemos nossos dias e nossas horas naquilo que não é nosso propósito. Ficamos ansiosos, depressivos e a vida passa a não ter mais sentido.  Pois a vida só tem sentido quando estamos seguindo os passos d’Aquele que nos deu a vida e, para isso, é necessário entrega, intimidade e muita oração.

“Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” 

O trabalho é precioso, lapida a alma e nos traz dignidade, mas não deixemos o nosso Senhor, não deixemos de lado os verdadeiros planos que Ele tem para cada um de nós. Que nos esforcemos para estarmos alinhados com o nosso verdadeiro propósito, que possamos viver intensamente nossa vida em Cristo e que todas as distrações caiam por terra.

De nada adianta nos esforçar-mos, entregar-mos nossa vida e nosso suor para aquilo que não são os planos de Deus. Que tenhamos cautela nessa caminhada, discernimento, gana e muita vontade em exercer a Obra de Deus, a vontade do Pai.

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem.” 

Que possamos viver em verdade, com entrega e pureza, no caminho de Jesus. Assim, como Paulo, que possamos combater o bom combate; passar pelos obstáculos sem pestanejar, sem murmurar mas, com alegria em Cristo, por servi-Lo, mesmo em meio às aflições.

“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”