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Transformando sua lata velha Windows em um Linux
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Transformando sua lata velha Windows em um Linux

Tá cansado do velho e tradicional? Enjoada das milhares de opções que parecem que são as mesmas ou simplesmente curiosa para usar algo diferente? Eu te entendo, as vezes é maravilhoso sair da rotina velha e antiquada.

Vanny
13 min
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Este post é baseado no vídeo abaixo, caso você tenha preguiça de ler, mas aqui será bem mais detalhado do que o vídeo, recomendo ler!

Tá cansado do velho e tradicional? Enjoada das milhares de opções que parecem que são as mesmas ou simplesmente curiosa para usar algo diferente? Eu te entendo, as vezes é maravilhoso sair da rotina velha e antiquada. Saiba que tem um mundo todo alternativo e cheio de possibilidades fora da mesmice.

Nossa, dava pra fazer campanha de uma casa de swing... Mas é para você experimentar usar o sistema operacional Linux!

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Se você está cansado de anúncios incorporados, atualizações constantes, coleta de dados, lock-ins de software e requisitos crescentes de hardware, não te culpo, principalmente se você usa um computador diariamente e depende dele frequentemente. O bom é que tem opções para você escolher.

O Linux é popular entre os programadores e por um bom motivo. O Linux e o Unix há muito tempo são os pilares da educação em ciência da computação. Se você sempre quis aprender programação, seja para desenvolver software profissionalmente ou apenas para se divertir, não há plataforma melhor para começar.

Se você ainda não está convencido, vou tentar de convencer, assim como fizeram comigo. Então antes de prosseguir com o tutorial, aqui estão alguns motivos pelos quais você deve usar o Linux (ou qualquer outro Unix, incluindo os BSDs) para aprender a programar.

Razões para se usar o Linux

Acho que quando o assunto é universitário, o que a gente mais se preocupa é: quanto essa desgraça vai me custar? Já que o Windows sozinho custa aproximadamente U$100. O Linux é mais conhecido pelo fato de que todas as distribuições e a maior parte do software estão disponíveis gratuitamente. Enquanto as ferramentas de desenvolvimento da Microsoft e da Apple podem custar mais de centenas de dólares, o Linux, uma vez que sua base de usuários é composta por muitos desenvolvedores, tem muitas ferramentas de programação disponíveis gratuitamente. Algumas distros até os têm pré-instalados, alguns os disponibilizam por meio de seus repositórios de pacotes. 

Existem editores, compiladores e intérpretes para quase todas as linguagens já criadas, depuradores, geradores de analisador, etc. Se esses programas custarem realmente dinheiro, você provavelmente poderá comprar uma pequena casa com o dinheiro que pagou por eles.

Além do mais, como disse Richard Stallman, esses programas também são "livres como expressão, não como cerveja". Stallman é mais conhecido por fundar o movimento do software livre nos anos 80, que foi uma tentativa de garantir que os usuários sempre tivessem acesso ao software que tinha o código-fonte disponível. Quer você chame isso de “software livre”,  “open-source” ou “código aberto”, ler o código-fonte de qualquer  programa é e sempre será uma das melhores formas de se aprender a programar. Imagine se você quisesse se tornar um escritor muito foda, mas não tivesse permissão para ler nenhum livro? Não sei vocês, mas eu pego muita criatividade baseado em influencia, na verdade, é da natureza humana mesmo a de aprender assistindo, ou lendo, ou ouvindo... Como poderiam esperar que você produzisse algo de valor sem conhecer a história da literatura? Como você cria um software sem saber a engenharia?

A Microsoft sempre muda suas ferramentas e na minha concepção (concorde se quiser) é que isso é uma aparente tentativa de simplesmente cobrar de seus clientes por seus produtos, forçando-os a atualizar. Assim como a Apple faz com seus produtos. E nós, trouxas, compramos. 

O Linux, por outro lado, se baseia na tradição do Unix, oferecendo ferramentas testadas e comprovadas. Você pode pegar um livro sobre Unix dos anos 80 e muito dele ainda será aplicável a uma distribuição Linux moderna hoje. Embora o projeto GNU e outros tenham reescrito e aprimorado muitas das ferramentas clássicas do Unix, elas ainda funcionam da mesma forma que funcionavam nos anos 70 e 80.

Uma razão pela qual Unix e Linux se tornaram populares entre os programadores durante todos esses anos é que é incrivelmente fácil construir programas complexos sem muito esforço. O recurso mais notável do Unix é a maneira como os shells lidam com entrada e saída. É fácil enviar a saída de um programa para outro. Um exemplo trivial seria enviar a saída do comando “who” que mostra todos os logados em um sistema no less pager. Se você tentasse codificar algo semelhante em C do zero, estaria olhando pelo menos mil linhas de código. O uso de pipes, por outro lado, transforma Unix e Linux em “software LEGO”, que permite construir programas complexos a partir de um simples conjunto de blocos de construção. Esta também é a razão pela qual os usuários Linux sérios preferem linha de comando do que GUI... É quase impossível canalizar a entrada de programas gráficos.

Se você esta convencido, vamos então por a mão na massa!

Qual distro Linux usar?

Bom, essa é uma pergunta meio polêmica e antes que defensores de distro venham me esculhambar... Na minha concepção, toda distribuição é boa! Pois cada uma dela pode ser melhor dependendo da finalidade. Por exemplo, porque você usaria a distribuição Linux Oracle? A razão é óbvia!

Ao contrário do Windows e do macOS, não existe apenas uma versão do Linux, como ele é empacotado em muitas distribuições diferentes, ou "distros", cada uma com sua própria interface e conjunto de recursos, isso fez com que existisse uma lista gigantesca de distribuições. Um pode usar uma interface semelhante ao Mac com um dock e uma "loja de aplicativos", enquanto outros podem usar uma interface mais minimalista e exigir a instalação de aplicativos a partir da linha de comando.

Então fica muito difícil dizer qual você deveria usar, afinal, talvez a distro que eu te indicar não supra suas necessidades ou seja muito mais do que você precisa.

Explorar esse bando de distribuições Linux que existem é uma parte divertida do processo, mas para sua primeira instalação, você provavelmente vai querer algo popular e amigável, pois dai fica fácil obter ajuda quando você precisar resolver alguma treta relacionada ao SO. É por isso que recomendo nesse tutorial começar com o Linux Mint.

Existem muitas distribuições que visam imitar o Windows em layout e funcionalidade, como o Zorin OS, mas elas são menores e você não terá uma comunidade tão grande para explorar enquanto aprende a se virar. O Ubuntu, por outro lado, é indiscutivelmente a distro mais popular em PCs desktop, mas não é muito parecido com o Windows atualmente. Inclusive existe uma comunidade grande dedicada ao Ubuntu na Stack Exchange chamada Ask Ubuntu.

Na minha opinião, Linux Mint é uma opção intermediária perfeita: ele foi projetado para iniciantes, oferece um ambiente de área de trabalho familiar e é baseado no Ubuntu, então você pode fazer uso da enorme comunidade Ubuntu/Mint quando precisar de ajuda.

Mas você está livre para tentar qualquer outra distro, só não venham tentar ensinar o padre a dar missão que isso é chato pra caramba!

Instalando Linux Mint em cima do Windows 10

Antes de mais nada, vamos ao material desse nosso Art Attack!

Materiais

Vocês vão precisar de:

- 1 notebook que você quer converter em Linux.

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- Pendrive com no mínimo 2GB (ou mais) de armazenamento.

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Downloads

Você precisará instalar alguns softwares para poder criar um pendrive executável.

- Linux Mint ISO

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Vá para a página de download do Mint e escolha a versão "Cinnamon" de 64 bits. Cinnamon é o ambiente de desktop que recomendo para ex-usuários do Windows, embora o MATE também seja bastante parecido com o Windows, é tipo "menos moderno". O XFCE é ideal para PCs antigos ou de baixa potência, graças ao seu uso leve de recursos.

Na página de download do Mint tem vários links, dependendo de onde você mora. Onde eu moro só apareceu a opção por Torrent, talvez seja o mesmo para você (ou não). Então nessa lista também include o BitTorrent.

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- Rufus

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Rufus é um aplicativo portátil gratuito e de código aberto para Windows que pode ser usado para formatar e criar unidades flash USB executáveis ou Live USBs, onde você roda o software direto sem precisar instalar e criar arquivos em sua máquina local.

No vídeo tutorial eu tentei usar uma alternativa, pois eu tentei criar o USB executável no MacOs e o Rufus não roda no Mac, então acabei testando uma versão para Mac chamada Etcher. Não deu certo e então resolvi criar o USB executável usando o próprio notebook-vitima do experimento para que eu pudesse então usar o Rufus.

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Na página de download do Rufus você vai descer a página e clicar em download, a instalação é bem simples e sem nenhuma parte em especial que eu tenha que citar aqui.

- BitTorrent Web

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BitTorrent é um protocolo de comunicação para compartilhamento de arquivos ponto a ponto, que permite aos usuários distribuir dados e arquivos eletrônicos pela Internet de maneira descentralizada. Para enviar ou receber arquivos, uma pessoa usa um cliente BitTorrent em seu computador conectado à Internet e ele já é bem famoso pela galera que baixa filme usando Torrent, então grandes chances de que você já esteja familiarizado com isso.

Vamos precisar dele para baixar a ISO do Linux Mint que está disponível em formato ISO, como citado anteriormente.

Passo a passo

- Criar USB executável

Todos os softwares são tranquilos de instalar e não precisa que eu explique, mas caso tenha dúvida, existem diversos tutoriais mostrando como instalar!

Depois de baixar e instalar tudo, incluindo baixar a torrent da ISO do Mint, abra o Rufus e insira seu pendrive no laptop.

No vídeo tutorial que eu criei, eu ensino como criar o arquivo executável com o Etcher, mas o Rufus é tecnicamente a mesma coisa, uma vez com o software aberto e o pendrive conectado, tudo o que você precisa fazer é escolher o arquivo ISO e qual unidade flash você quer usar.

Você deve vê-lo aparecer no menu Device na parte superior da janela principal do Rufus, como mostrado abaixo.

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Em seguida, clique no botão SELECT que está do lado do campo Boot Selection e escolha o Linux Mint ISO que você acabou de baixar. Pressione o botão START e, se solicitado a baixar novas versões do Syslinux, clique em Sim. Importante ressaltar que isso apagará tudo no seu pendrive, portanto, certifique-se de que não haja nada importante nela antes de continuar. Quando terminar, você verá uma mensagem de sucesso e seu pen drive se chamará LINUX MINT.

- Backup dos seus arquivos

Se o computador-vitima do seu experimento é uma máquina que você costuma usar no dia a dia, você provavelmente tem bastante arquivos e documentos que você talvez queira salvar. Sugiro usar algum meio de backup desses arquivos, seja em nuvem ou em disco rígido externo, é sempre bom lembrar que esse processo do passo-a-passo vai apagar completamente tudo do seu computador.

- Configurando o Boot menu

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Reinicie o seu computador e faça o processo de acessar o menu de boot, pois grandes chances que você não tenha a opção de F12 Boot menu habilitada, então, quando o seu notebook estiver começado o processo de inicialização, o interrompemos apertando a tecla-atalho, que no meu caso era o F2.

Depois isso você pode ir para a aba Exit.

- Instalação

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Lembrando que o pendrive precisa estar conectado nesse passo inteiro, depois que você sair do boot menu e o seu notebook estiver novamente no processo de inicialização, interrompa o processo clicando a tecla F12 para acessar o Boot Manager.

Nesse menu, como exibido na imagem acima, deve listar seu pendrive. E para acessa-lo, é só apertar Enter.

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Você então será saudado pelo GRUB, o menu de inicialização do Linux Mint, onde você pode escolher inicializar no Linux Mint. Se você encontrar algum erro, pode ser necessário procurar uma correção no Google. Talvez você tenha que ajustar ou desabilitar a inicialização segura no BIOS. Mas se você chegou na tela da imagem a cima, então escolha opção Start Linux Mint 20.2 Cinnamon 64-bit.

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Esse instalador é o que chamamos de Live CD, onde você pode realmente fuçar e usar a área de trabalho do Linux Mint antes de instalá-lo no seu PC, até recomendo tentar, mas se você tirar o pendrive, vai dar pau, só faça isso depois que desligar o computador seguramente, fica o aviso da titia.

Isso lhe dará a chance de ver se esta distro em particular atrai você sem realmente tocar na unidade do sistema. Quando estiver satisfeito, clique duas vezes no ícone Instalar Linux Mint e siga com o assistente de instalação.

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Você passará por algumas etapas como escolher o idioma, localização que é importante para timezone, certifique-se de escolher localização correta, por exemplo, eu escolhi New York, pois é o timezone de onde eu moro aqui nos USA, na Florida. Também terá passo de conectar-se a internet conectando com o Wifi e criar um usuário e senha...

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Certifique-se de marcar a caixa ao lado de Install third-party software, pois ele contém drivers e codecs úteis que você quase certamente deseja. A partir dai, você pode limpar todo o seu disco rígido, apagando todos os vestígios do Windows e usando o Linux como seu único sistema operacional. (Certifique-se de ter feito backup de seus dados antes de fazer isso como citado anteriormente, só certificando que você fez isso antes.)

Alternativamente, você pode dividir sua unidade em duas partições e dual boot do Linux junto com o Windows. Isso permitirá que você reinicie em um ou outro sempre que desejar. É até reconfortante saber que você tem essa rede de segurança durante a transição, antes de remover o Windows completamente.

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Escolha a opção relevante no menu Type de instalação e clique em Instalar agora. O processo pode demorar um pouquinho, mas quando estiver concluído, você receberá uma mensagem de sucesso. Clique no botão Restart Now, agora você terá o Linux Mint instalado de vez em sua máquina. YAY! We did it! 

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Os princípios básicos são bastante familiares: clique no botão no canto inferior esquerdo para ver os aplicativos, gerenciar as janelas na barra de tarefas inferior e assim por diante. Existem, no entanto, algumas coisas no Linux que funcionam de forma diferente do Windows, sendo os aplicativos os maiores.

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No Linux, é menos comum baixar aplicativos da web. Em vez disso, cada distro tem seu próprio repositório - como uma loja de aplicativos gratuita, com um diretório de aplicativos populares. O conceito talvez fique mais fácil de imaginar comparando com os marketplaces do Android, se você for usuário. E por falar nisso, O Android é um sistema operacional móvel baseado em uma versão modificada do kernel Linux. Grandes chances de que tu não sabia disso (ou talvez saiba...).

Você pode instalar um aplicativo a partir dos repositórios de uma das duas maneiras: a partir de um gerenciador de software gráfico (novamente, que se parece com uma loja de aplicativos) ou por linha de comando.

Para abrir o Gerenciador de software do Linux Mint, clique no botão de menu no canto esquerdo inferior e vá para Administration > Software Manager (ou simplesmente comece a digitar "software manager", igual tu faria no Windows). A partir daqui, você pode baixar muitos aplicativos gratuitos de código aberto.


Acho que partir de agora, com o novo sistema operacional rodando zero-bala, agora é preciso me despedir e deixar que essa sua nova jornada de descobrimento seja realizada. Espero que ocorra tudo bem e que você goste tanto quanto eu! 

Inclusive, muitos dos meus próximos posts serão sobre Linux, então nada melhor do que já ter o ambiente preparado!

Bons estudos!