Escolha Improvável, Resultado efetivo
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Escolha Improvável, Resultado efetivo

No dia 30 de outubro de 2020 chegava no time do Palmeiras um técnico português desconhecido chamado Abel Fernando Moreira Ferreira, vulgo Abel Ferreira, vindo do time turco PAOK, e que chegava para substituir Vanderlei Luxemburgo no comando d...

Vinicius Raeder
5 min
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"Se nem o Pep e nem o Klopp prometem títulos, eu também não posso prometer"
"Se nem o Pep e nem o Klopp prometem títulos, eu também não posso prometer"

No dia 30 de outubro de 2020 chegava no time do Palmeiras um técnico português desconhecido chamado Abel Fernando Moreira Ferreira, vulgo Abel Ferreira, vindo do time turco PAOK, e que chegava para substituir Vanderlei Luxemburgo no comando do time. No ano de 2021 conquista a Taça Libertadores da América duas vezes, uma contra o Santos no Maracanã e outra contra o Flamengo no Uruguai, e uma Copa do Brasil sobre a equipe do Grêmio e no ano de 2022, até a presente data, conquista a Recopa Sul-Americana sobre o Atlético Paranaense e o Campeonato Paulista sobre o São Paulo. Os resultados obtidos em dois anos de trabalho do time Alviverde mostram que a vinda do técnico português, gostando de seu estilo de jogo ou não, trouxeram títulos e resultados que o clube não obtinha em décadas, comparados ao anos 90 com a famosa parceria com a empresa Parmalat. 

Quando surgiu o nome de Abel Ferreira, muitas pessoas não o conheciam e, em um primeiro momento, levantou-se o questionamento de quem era o profissional que estava chegando, como ele trabalhava e como iria se adaptar a uma realidade em que existe um enorme Turn Over de técnicos no Brasil, além de que não era a primeira opção para ocupar o cargo de treinador do Palmeiras. A diretoria, como se diz na gíria do futebol, fez uma aposta em um técnico que possuía um perfil definido, não apenas de jogo, mas de mentalidade e de Gestão de Grupo. Conforme o treinador foi conhecendo o grupo e fazendo com que os jogadores, sendo alguns que estavam dentro do clube há bastante tempo, fossem melhorando suas performances nos gramados e os resultados fossem aparecendo, fazendo com que o dinheiro investido pelos patrocinadores tivesse um retorno maior, além da visibilidade do time em um cenário internacional e consolidação da marca.

Mas dentro das Organizações ocorrem casos parecidos como este do Palmeiras?

O Processo Seletivo para contratação de colaboradores é uma etapa fundamental na Estratégia das empresas, seja de pequeno ou grande porte, e elas procuram por um perfil que esteja alinhado com tal estratégia. Na hora de analisar um currículo, as empresas verificam se o candidato tem as características desejadas, seja na parte acadêmica ou em experiências anteriores de trabalho, e assim fazem a escolha conforme o processo vai avançando até a contratação do indivíduo e é este o ponto de reflexão: candidatos com um currículo "cheio" de informações, mas que não irão contribuir com a Organização, ou um candidato que possui menos Hard Skill, mas que irá acrescentar a empresa que fará com que ela tenha mais resultados. 

Neste sentido, podemos dizer que esta escolha de colaborador pode ser fundamental para o sucesso ou fracasso de uma estratégia, uma vez que o colaborador, mesmo que possua um currículo extenso, se não tiver alinhado com os objetivos da Organização, não irá ajudar a mesma a conseguir atingir a sua meta, porém um ponto interessante que deve ser observado pelos que fazem o Processo Seletivo é se um candidato, por menos experiente que seja, pode trazer um resultado melhor a longo prazo, desde que haja uma estrutura de trabalho, além de um suporte dos níveis hierárquicos para que o trabalho continue. Além disso, um fator a ser levantado é que muitos colaboradores, que podem trazer este resultado, não são contratados para a Organização por alguns  motivos como ser patentes de chefes da empresa, não ter conhecimento em determinada área que pode ser considerada secundária, o entrevistador estar "de mal humor" entre outros fatores, e, por consequência, serem contratados por concorrentes, contribuindo com que a empresa seja "derrotada" pelos seus rivais.

Quando a empresa deixa de contratar um colaborador, sendo por motivos que não sejam da esfera das Competências pode correr um risco imenso, além dos citados, de perder a oportunidade de obter novos conhecimentos com experiências que esses funcionários poderiam trazer para a empresa junto com novos métodos de trabalho e de produção e, consequentemente, se aprimorar e obter os resultados que ela almeja. Os níveis hierárquicos mais altos, junto com o setor de Recursos Humanos,  devem observar estes casos, uma vez que a sensibilidade de um gestor pode fazer a diferença em uma escolha de um colaborador que poderá ser peça chave dentro de uma estratégia maior da empresa, além de observar se um gestor mostrar que aquele colaborador pode ser útil para a mesma.

Se no mundo do futebol o técnico é uma figura que pode fazer o time ser campeão, no mundo das Organizações escolher o colaborador pode fazer a empresa ganhar de goleada dos seus concorrentes, mas é preciso que a diretoria tenha a visão de observar qual o profissional ela ira escolher para comandar o time, senão, quando o árbitro apita o final do jogo, o time pode estar levando uma goleada de 7x1 e para reverter o jogo já pode ser tarde demais.