A VERDADEIRA SANTIDADE

Diferentemente do que defendem, santidade não é sinônimo de semblante fechado e sério, pois os santos têm a alegria como fruto do Espírito, e a alegria do Senhor é a sua força e aformoseia o seu rosto (Ne 8.10; Pv 15.13).

Jesus não somente ensinou o caminho das Bem-aventuranças como também testemunhou com o seu próprio exemplo de vida. O pastor César Moisés apresenta uma boa síntese do exemplo prático de Jesus:

[...] Jesus levou às últimas consequências o que significava viver como pobre (Zc 9.9; Mt 21.5), chorar (Lc 19.41; Jo 11.35), ser manso (Mt 11.29; 26.66-68), ter fome e sede de justiça (Mt 17.17; 21.12,13), ser misericordioso (Mt 9.13; Jo 8.3-11), limpo de coração (Mt 11.29), pacificador (Mt 20.24-28) e ser perseguido por causa da justiça (Jo 11.46-53; 18.19-23). Jesus era o mestre do discurso e da prática, "profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo povo (Lc 24.19)" (CARVALHO, 2017, p.41).

Analisar essas citações ajuda o entendimento das Bem-aventuranças. Os seres humanos conduzem sua vida por meio das suas escolhas fundamentais. Essas opções que vão definir como se posicionar diante da vida, da sociedade, das outras pessoas, inclusive diante de Deus.

A cada dia fica mais evidente a necessidade de os cristãos, tendo o exemplo de Jesus, definirem bem as suas escolhas fundamentais e darem o testemunho de ser feliz no caminho do Reino de Deus por meio da sua vida prática no caminho da santidade.

Como recomenda Salomão em Eclesiastes, a vida somente vale a pena quando se descobre o seu sentido, fora isso, tudo é vaidade (Ec 12.1-8).

Mateus apresenta a lista das pessoas bem-aventuradas: os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os limpos de coração, os pacificadores e os que são perseguidos por causa da justiça. Por que bem-aventuradas? Porque delas é o Reino de Deus.

As pessoas que se comprometem com os ensinos de Jesus são o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13-16), pois Jesus salga e brilha por meio delas.

Na concepção bíblica, o sal: a)serve para temperar o alimento (Jó 6.6); b)está relacionado a sacrifício (Lv 2.13; Ez 43.24); c)purificar água potável (2 Rs 2.19-23); sugere lealdade e aliança, quando partilhado (Ed 4.14; Nm 18.19); serve como adubo (Mc 9.50; Lc 14.34). Como visto, não se fala especificamente do sal da cozinha como geralmente se interpreta nos meios evangélicos, mas vai além; o termo usado é o "sal da terra". O que chama atenção é a comunidade dos discípulos de Jesus que recebem a afirmação na segunda pessoa: "vós sois o sal da terra". Carter (2002, p. 187) alega que os discípulos de Jesus deveriam ter "este tipo de vida temperadora, purificadora e sacrificial, comprometida com o bem-estar do mundo e fiel aos propósitos de Deus. A terra é a esfera de ação e o objeto de sua missão."

O texto segue com um alerta: não poderiam perder o sabor. Sinal de que isso é possível. No Evangelho de Marcos, o sal é relacionado com o fogo (Mc 9.49,50). Um dos costumes da época, nas noites do campo, era "alimentar" as fogueiras com sal. No entanto, quando se perdia o seu material combustível, não servia mais para alimentar o fogo. Assim, a expressão de Marcos "tende sal em vós mesmos" passa a ter o significado de que o cristão deve ter vitalidade para aquecer a própria vida, fornecendo luz e calor no seu ambiente próximo. De qualquer forma, a figura do discípulo como sal da terra e luz do mundo está relacionada ao bom testemunho e à influência positiva na sociedade.

Orar em Secreto com Deus, e não para Ser Visto (Mt 6.5-7)

Se o que vale na oração é o que está centrado no interior do coração, esse é o modelo perfeito. Não é momento de demonstrar conhecimento teológico, de tentar mostrar uma espiritualidade e santidade que não existe, de forçar choro para agradar a Deus, mas simplesmente dialogar com sinceridade com o Pai. Isso mesmo! Oração deve ser um diálogo sincero.

Não busque recompensas ao dar esmolas, jejuar ou orar, apenas busque a justiça do Reino de Deus, que ela virá do jeito de Deus. a

ABS.