Todos gostamos de falar do Messi, não?
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Todos gostamos de falar do Messi, não? | ||
A idolatria converte algo ou alguém em deus e, a partir daí, se pede para que ele faça tudo. Não é por aí. A relação entre o torcedor e o ídolo é forte e conflitante. Acabam projetando sobre ele a expectativa que dê sentido às nossas vidas, e cada uma das suas derrotas são vividas como "tragédias pessoais". | ||
O psicólogo argetino Gabriel Rolón tirou o drama da derrota argentina, "basta ganhar as próximas", e pediu moderação ao falar de Messi: "Que as pessoas busquem seus próprios sonhos. Vamos agradecer a esse rapaz que, por talento e nobreza, nos deu motivos de sobra para batermos palmas de pé, na vitória e na derrota". | ||
O futebol é um evidente esporte em equipe. E ignorar isso para "cair matando" em Messi não faz sentido algum, segundo outra referência argentina da mente, Bernardo Stamateas. "Se ganha e se perde em equipe", analisou, em outra TV de enorme audiência, a Telefe. "Há uma grande diferença entre um grupo e uma equipe. É necessária uma sintonia e uma agenda comum para se conseguir um resultado esperado. O esporte é fascinante por isso. As melhores equipes se sobrepõem às melhores figuras. Quem joga coletivamente merece a vitória." | ||
"Um ideal é um ideal, uma parte humana é uma parte humana". | ||
Os humanos falham. A estrutura do humano é a falha, a falta. Isso é o que nos faz desejar. Isso é o que nos faz particularmente humanos. Quando alguém se identifica com algo, se identifica com algo completo, que usualmente não poderia falhar nunca, que nunca teria defeito ou problema. Quando não se toma a realidade com todos seus aspectos, caímos em situações como esta, de extrema frustração. Messi é um ser humano, que certamente estará buscando novas respostas a partir de agora. | ||
A Argentina é o país com o maior número de psicólogos por habitantes. São 106 profissionais para cada 100 mil pessoas, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). | ||
Atolados no mais recente colapso econômico do país, os argentinos vivem uma sensação cada vez maior de desesperança. A economia disfuncional provoca estragos não só nas carteiras, como também na cabeça da população. | ||
Uma pesquisa do Departamento de Psicologia Aplicada da Universidade de Buenos Aires (UBA), que diz que mais de 85% dos 1.700 entrevistados acreditam que a atual crise os tornou menos esperançosos para o futuro, com metade deles descrevendo as mudanças como "significativas ou drásticas". "O ciclo constante de crises enche muitos e muitos consultórios", afirmou Gustavo Gonzalez, diretor do Departamento de Psicologia Aplicada da UBA. "As coisas estão ruins, e de algumas maneiras, piores, em termos de saúde mental.". | ||
Abs. | ||
- Veja mais em https://www.uol.com.br/esporte/futebol/copa-do-mundo/2022/11/23/heroi-ou-amarelao-psicologos-argentinos-analisam-sina-de-messi-em-copas.htm?cmpid=copiaecola |