E agarra-me a saudade, de pronto corrijo, não apenas a mim, mas a milhões. Nestes tempos pandêmicos, confusos e doloridos, somos privados de nossos encontros com a beleza, com a alegria, com o suspense, com tudo aquilo que nos realimenta de h...
E agarra-me a saudade, de pronto corrijo, não apenas a mim, mas a milhões. Nestes tempos pandêmicos, confusos e doloridos, somos privados de nossos encontros com a beleza, com a alegria, com o suspense, com tudo aquilo que nos realimenta de humanidade. | ||
Uma saudade que vai se embronhando em enfado, ao mesmo tempo em um passar de ponteiros nervoso pois tudo o mais fora é só perturbação. O rubro negro é, antes de tudo, um ser coletivo, um ser sedento de sua própria natureza holística, superlativa e graciosa. Sem motivo para troças e regozijos, nos transformamos em uma horda amuada. | ||
A contagem de dias nos cobra a missão da esperança em forma de disciplina, na certeza em rubro negro que o sonho será ainda melhor, que o amanhã nos trará ainda mais do que já sonhamos. Fora, o amargor está grande demais para que meu coração rubro negro não padeça de inanição, de sonho. Dias inglórios sem jogos do nosso Mengão, do mais querido do Brasil e o dragão da maldade nos devora. | ||
Um país em que a fome real apavora e agride, um país em que as dores são esfregadas em cada face com todo seu esplendor, precisa do Flamengo! Não para nos deixar inertes ou inebriados a ponto de não entender o caos, mas fonte de energia de esperança. A saudade vai passar, de dentro, daqui a 11 longos dias, o caos, de fora, continuará, mas haverá outro dia, e, que estejamos vivos para este novo dia, em que a saudade, de fora, de um país, um pouco mais digno, irá ser possível. | ||
Vai passar. | ||
Eles passarão, eu passarinho, a Nação passarinhada | ||
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