Vivendo a experiência
26
0

Vivendo a experiência

Já parou pra pensar que na grande maioria das vezes nós apenas desejamos aquilo que não temos? Parece óbvio né!? Mas olha só, quando queremos muito uma coisa, e conquistamos, em pouco tempo aquilo deixa de ser atrativo e perde o valor.

Partiu Poupar
4 min
26
0
Email image


Já parou pra pensar que na grande maioria das vezes nós apenas desejamos aquilo que não temos? Parece óbvio né!? Mas olha só, quando queremos muito uma coisa, e conquistamos, em pouco tempo aquilo deixa de ser atrativo e perde o valor.

Uma roupa nova, um celular novo, um carro novo, poucos dias depois aquilo já não tem mais tanta graça assim, e dia após dia, vamos esquecendo que há pouco tempo batalhamos muito por aquilo.

Sem falar nas cobranças. Precisamos ter uma profissão (e precisamos ser promovidos com frequência), precisamos ter nossa casa, nosso carro, precisamos garantir o futuro dos nossos filhos, precisamos fazer alguma coisa diferente, precisamos ter propósitos, precisamos ter um comportamento exemplar na sociedade, precisamos expor as nossas opiniões a todo custo, precisamos que as pessoas gostem da gente, precisamos mostrar para o mundo quem somos, o que fazemos, o por quê estamos aqui.

Calma, relaxa um pouco!

A comparação é inevitável, né!? Quantas vezes você abriu alguma rede social e pensou: “putz, eu queria estar aí” ou pior, “eu queria ter essa vida”. Já fez isso? Porque eu já! Mas as redes sociais são injustas, e sabemos disso. Sabemos que no fundo no fundo, nem tudo que ali está é de fato vivido, aproveitado. As vezes, as pessoas apenas estão ali por algum motivo.

Por isso é legal sabermos a importância de filtrar algumas coisas.

Afinal, sabemos que tem muita foto maravilhosa em lugares paradisíacos ou de pratos gourmet espetaculares, que os protagonistas nem que ser lembram onde ficam, ou do gosto daquela especiaria, ou até mesmo as paisagens de cinema, muitas vezes inesquecíveis, no caminho que percorreram até lá.

Mas me diga, qual é o seu real objetivo nessa vida? Como assim você não sabe? Pois é, eu também não faço ideia de qual seja o meu. Talvez observar coisas que eu já fiz antes, e tentar fazer diferente agora? É uma forma legal de tentar novas experiências, eu acho. Tipo assim, postar uma foto depois do jantar, do prato vazio, raspado, mas aquela raspada orgulhosa de deixar o prato quase limpo, como uma descrição detalhada das emoções que aquela experiência te trouxe.

O sabor, o cheiro, a apresentação, a companhia, as conversas desse momento, os planos que surgiram nesse tempo de conversa (nem que seja uma conversa com você mesmo, quando estiver sozinho). As “consequências” boas que aquela experiência te proporcionou.

Vivemos em ciclos, tudo tem um começo, meio e fim. Não deu certo agora? Não faz mal, outro ciclo se iniciará em breve e terá outra oportunidade fazer acontecer. Mas que ciclos são esses? Nosso dia, nossa semana, nosso ano, nosso curso, nossas conquistas ou tentativas delas (sejam profissionais ou amorosas).

No fundo no fundo, não tem muito como as coisas darem errado, ou você acerta ou você aprende. O difícil mesmo é conseguir entender isso no momento em que acontece, mas com o tempo vamos aprendendo isso. E vale muito a pena =)

O tempo está aí pra todo mundo. Sempre temos uma oportunidade de recomeço. Com toda certeza não está fácil, seja por problemas financeiros, familiares, de saúde ou emocionais que são muito atingidos em situações que passamos com certa frequência. Mas isso também é um ciclo, momentos bons passam, mas os ruins também passam.

Muitas vezes, precisamos apenas dar um pouco mais de atenção as detalhes, desacelerar. Os caminhos que percorremos, as casas ou ruínas, cheias de detalhes que nunca havíamos reparado. As viagens, o cheiro do lugar, da mata, da praia, as paisagens, as comidas. Os animais, com seus hábitos e rotinas. Nosso trabalho, o queremos e o mais importante, o que não queremos fazer (pra ter um caminho para buscar novas oportunidades). Nossa família, as conversas, as descobertas das crianças, a lembrança das histórias, a saudade dos que já se foram e o pensamento para fazer diferente com os que ainda estão por aqui.

Não sei se você convive com crianças, mas já deve ter visto por aí que elas geralmente brigam pra dormir. Tenho um filho de 3 anos que quer aproveitar até o último segundo de cada dia, não tem tempo ruim. Toda hora é hora de aprontar, brincar, testar coisas novas, experiências e descobertas o tempo todo. Aprendemos muito com esses momentos em casa. Geralmente as coisas simples e mais baratas (muitas vezes sem custo algum) são as que chamam mais atenção e são mais divertidas.

Isso não tem preço e nos faz repensar em muitas coisas.

Por fim, gratidão. Pelo que temos, pelo que conquistamos, pelas pessoas que atraímos pra perto da gente, pelas vontades que temos e nos motivam a acordar diariamente, pelas necessidades que nos faz superar obstáculos e nos tornam mais fortes. Pela oportunidade de viver, e sobreviver com problemas que, pelo simples fato de as vezes não vivermos as nossas experiências, nós mesmos acabamos criando.

Viva a experiência da sua vida, do seu jeito, no seu tempo, com as suas ferramentas, com as suas vontades, da forma que achar melhor. É por tempo limitado.

Ferpa.