Jogar videogame é bom ou ruim? E ter hobbies? E trabalhar?
Um texto que eu escrevi | ||
Fazer pra nada! | ||
Jogar videogame é bom ou ruim? E ter hobbies? E trabalhar? | ||
A primeira pergunta é dividida, a segunda é sim, a terceira é quase sempre um não. Engraçado, né? | ||
E por que, então, a gente continua trabalhando e quase nunca temos hobbies? | ||
Você vai me dizer: “Pô, é óbvio, eu tenho que sobreviver e não tenho tempo. Em que mundo você vive?” e você tem razão. Quase sempre a gente trabalha pra sobreviver e pega o que tá disponível. Pouca gente tem a oportunidade de escolher o que realmente gosta e seguir. E mesmo os que conseguem vão acabar reclamando do trabalho e perdendo um pouco do amor que tinham antes pela profissão. | ||
Alguns trabalhos, inclusive, começam como hobbie. Alguém adora fazer bolos, ou artesanato, ou x ou Y e faz “a toa”, até alguém dizer que deveria começar a vender, é muito bom. A pessoa se anima, vira empreendedor, e daqui um tempo já está com o mesmo saco cheio desse “hobbie” como estava do trabalho anterior. | ||
O primeiro problema que eu vejo é que a gente começa a colocar o trabalho como uma obrigação. Você tem que fazer. Mas se você parar para pensar, você tem que fazer não pelo trabalho, mas pelo resultado do trabalho. Você TEM que fazer porque você QUER o que ele te resulta. Se você não quisesse ter X ou Y, talvez não precisasse trabalhar tanto. O desejo não é o foco do texto hoje, mas sim a instrumentalização. | ||
Na modernidade, a gente aprendeu a sempre buscar alguma coisa, sempre fazer algo que vai gerar outro algo, sempre buscando pela consequência, pelo resultado. Isso é a instrumentalização da ação, do comportamento. A gente trabalha pelo salário, faz exercício pelo shape, viaja por que alguém falou que é bom, tudo é por alguma coisa. | ||
Quando foi a última vez que você leu um livro só por prazer? E aprender um instrumento musical pra nada? A gente faz isso pra ser feliz, para passar o tempo, faz por que gosta e ponto final. Ter essas experiências deve fazer parte da sua vida se você quiser ter um pouco mais de satisfação. | ||
Acredito que um pouco da ansiedade que existe no mundo hoje vem dessa instrumentalização. Você não pode perder tempo, tem que buscar, tem que correr atrás. Quando tal coisa acontecer, você vai ser feliz para sempre, mas até lá tem que trabalhar. E quanto mais se pensa assim, fazer qualquer coisa por prazer aumenta a ansiedade, já que não é pra nada. | ||
Ninguém precisa deixar de trabalhar, nem de aprender, nem de buscar e se superar, mas não esqueça de aproveitar. Mas se você acha que tudo tem que ter um propósito, pense bem: a maior parte do que a gente faz é pra algum dia ser feliz. E a gente vai ser feliz pra quê? Pra nada! A felicidade não serve pra nada porque ela não te leva a mais nada. A felicidade vale por ela mesma. | ||
Só espero que você não tenha lido até aqui pra nada… | ||
Uma ideia que eu tive | ||
Na mesma pegada de "fazer só o que tem valor e vai me levar a algum lugar", nos últimos anos eu li muitos livros diferentes e não raro, pouco depois da metade do livro eu já me pegava pensando em qual seria o próximo e acabava não tendo a mesma atenção o livro ao todo. | ||
Esse ano minha meta é diferente. Acredito que muitos desses livros foram subaproveitados e estou fazendo a minha lista de releitura. Vou tentar ler mais devagar, com mais atenção e profundidade e aproveitar tudo que eles tem a oferecer. | ||
Como uma serie ou filme que você revê várias vezes e a cada vez, percebe algo diferente, esses livros ainda tem muito a ser aprendido e entendido. Consumir muito conteúdo e ler livros diferentes me deu muita bagagem e me trouxe até aqui. Quem sabe a profundidade agora possa me levar ao próximo nível... | ||
Uma citação que eu li | ||
Foi necessário conseguir tudo que eu queria para ficar claro que tudo que eu queria não era o que eu queria de verdade? |