Nessa semana, o presidente Jair Bolsonaro completou 1000 dias como governante da República. Até aqui, temos visto tudo que pelo menos afasta, entre os fatores negativos, o tédio. Sim, tudo por conta da intensa atividade com direito ao...
Nessa semana, o presidente Jair Bolsonaro completou 1000 dias como governante da República. Até aqui, temos visto tudo que pelo menos afasta, entre os fatores negativos, o tédio. Sim, tudo por conta da intensa atividade com direito ao que pensamos ser inimaginável. |
Logo de cara, passado a oficial de posse, Bolso lançamento o Decreto 9661 que regulamenta lei de 2015 sobre política de valorização de salário mínimo a longo prazo, e o 9663, que aprova o estatuto do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão criado em .1998 por lei específica e muito citado na mídia sobre as malversações de recursos públicos cometidos pela classe política. |
Já sabemos que o mau uso de recursos públicos é parte essencial da nossa cultura política. Escaldados por tantas lições de nossa história sociopolítica, aprendemos que basta uma informação nova "de corredor" para já percerbermos que esquemas milionários já rolaram ou vão rolar, graças a denúncias de colegas da independente ou da imprensa. Mas, isso é só um detalhe, comum em todos os governos. |
Além desses esquemas, hoje em ápice até então desconhecido, Bolsonaro divulgado, por trás de seus olhos azuis (que certamente justificariam haver mulheres fãs) e de seu esgar aparentando sorriso, a sua verdadeira essência, que nos leva à referência no capítulo bíblico do Apocalipse , em especial sobre os quatro cavaleiros que revelariam como mazelas vividas pela humanidade. |
Vocês leitores perguntaram: "como assim?". Não é complicado. Se seguirá um compilado das quatro mazelas "apocalípticas" representadas nas atuações do governo Bolsonaro. |
Guerra |
Essa referência consta da " guerra cultural ". Baseando-se na intolerância radical contra a diversidade cultural, sexual, étnica e político-ideológica, a guerra cultural se revela de forma híbrida, ou seja, a soma da agressão verbal (pessoal ou por redes sociais, com uso de notícias falsas ou teorias da conspiração) e física, se for o caso. O radicalismo eliminatório se justifica na assimilação do princípio catastrófico, de aura mística, da destruição como o caminho para a reconstrução nacional. |
A guerra cultural aparece no bolsonarismo como direta do olavismo, conjunto de ideias pregadas por Olavo de Carvalho, autoproclamado filósofo e astrólogo que se coloca como um dos principais ideólogos não-políticos da extrema direita. Mas herda também traços tradicionalistas pregados por Steve Bannon, ex-braço direito do ex-presidente dos EUA Donald Trump, ideólogo do trumpismo. |
O trumpismo e o bolsonarismo têm pontos em comum, como a intolerância radical acima carregada e a anticiência. Outro elemento, o cristofacismo (ideologização autocentrada do cristianismo), revelação o caráter político-religioso da ideologia do tradicionalismo , já citado em artigo anterior neste canal. Com o trumpismo, o bolsonarismo ganhou seu corpo atual, solidificado na queda do petismo em 2016. |
Essa solidificação testemunharíamos antes da eleição. Ainda em 2018, foram divulgadas na mídia várias denúncias de agressões, em especial verbais e como corrigidos, praticadas principalmente por pregadores do bolsonarismo. Em certas igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais, o curral bolsonarista revelou o movimento político-religioso via aliança de Bolsonaro com esses segmentos. |
Já governante, Bolsonaro guerra a inimigos imaginários, depois tornados reais por sua culpa exclusiva, tanto externamente quanto internamente. BRigou com o mundo como o fez com a maior parte do nosso povo, composto majoritariamente de minorias as mais diversas: LGBTQIA +, negros e pardos, indígenas, não-cristãos e sem-religião, trabalhadores (incluindo servidores públicos de escalões mais baixos) e opositores políticos (também na direita). |
Os meios foram diversos: socioeconômicos (privataria de entidades públicas, retiradas de direitos conquistados a duras penas, demissões em massa, cortes sistemáticos e reiterados nas áreas sociais, extinção de conselhos populares), sanitários ( espalhe do vírus da C19), ecocídio ( destruição sistemática dos biomas somada a assassinatos de líderes indígenas e evangelização forçada), violação da liberdade de informação falsas, e perseguição a opositores políticos e servidores públicos. |
Peste |
Talvez o grande azar percebido pelos brasileiros tenha sido uma pandemia de C19 ocorrer na era Bolsonaro, não atual recorde de mortos, seguindo de perto os EUA, que com o atual surto que causa 2 mil mortes diárias pela variante Delta, também dominante no território tupiniquim, segue à frente. No Brasil, além da Delta, Beta e Gama, há o recente Mu, identificado na Colômbia na época da Copa América. |
Com o Corona identificado em um brazuca vindo da Itália, por sua vez de tomada pelo primeiro surto, o ex-MS Mandetta quis fechar aeroportos e outras medidas cotidianas para evitar o espalhe do vírus, mas Bolsonaro negou mantendo tudo. Os governadores proibiram viagens interestaduais. Irritado, Bolsonaro criou como grandes aglomerações e propagou o kit-C19 (cloroquina e hidroxi-, ivermectina, azitromicina e dipirona), mesmo com os primeiros estudos já afirmando a sua ineficácia para uma doença - reiterada até hoje em novos estudos. |
Demitido Mandetta, entrou Nelson Teich que mal esquentou uma cadeira do MS, saindo em 28 dias, por discordar da panaceia kit-C19 de Bolsonaro, como tratamento oficial. Depois de meses de ausência, o Pazuello geral, sem formação em saúde, é nomeado ministro. E viria protagonizar a pior fase da sindemia, " cumprindo missão " após mais de 300 mil mortos. Em seu lugar, entra o cardiologista Marcelo Queiroga, um Pazuello civil. |
O horror na era Pazuello viria escancarar o que para os critérios já era óbvio: por trás da maior tragédia sanitária brasileira se desenhava um genocídio . Como algumas mídias divulgaram, o espalhe do vírus pelo mito da imunidade de rebanho foi estratégia proposital - o que se reitera a cada aglomeração festiva do presidente, após (oficialmente) cada números de mortes semanais. |
Alcançada a marca de 500 mil mortos (oficiais), veio a CPI da C19 a escancarar a dimensão multifacetada do horror cometido pelo conjunto de governo, empresários e parlamentares. A Prevent Sênior protagonizou, junto a políticos amazonenses e outros, práticas comparáveis às do nazista Mengele. Além de fraudes bilionárias em compras de vacinas inexistentes, no maior esquema de corrupção desde a redemocratização. Fora o que ainda não sabemos ... |
https://brasil.elpais.com/brasil/2021-01-21/pesquisa-revela-que-bolsonaro-executou-uma-estrategia-institucional-de-propagacao-do-virus.html (fonte de referência) |
Fome |
A fome é um flagelo mundial com altas opções nas nações socialmente desiguais e subdesenvolvidas, e todos sabemos disso. Muito mais do que resultado da má distribuição da disponibilidade alimentar, ela se tornou um problema fomentado pelo sistema econômico globalizado, pois existe até nas nações mais desenvolvidas. |
No Brasil, ela sempre existiu, sendo piorada no capitalismo clássico com êxito na ditadura militar, quando as desgualdades sociais bateram recordes. Com o plano Real de FHC e as políticas assistenciais e de incentivo à economia popular na era PT, o flagelo diminuiu. Mas a coisa voltou na era Temer (2016-8) devido ao teto dos gastos públicos que reduziu a responsa estatal na economia popular, ao e ao desemprego à fragilização dos direitos trabalhistas. |
Mas, a velocidade de empobrecimento extremo, miserabilização e fome dobrou nos 2 anos da era Bolsonaro, ao ponto de mais de 100 milhões estarem hoje em insegurança alimentar, quando não se sabe se no dia seguinte terá o que comer (vide https: // www.brasildefato.com.br/2021/06/30/afinal-o-brasil-esta-ou-nao-no-mapa-da-fome-da-onu ). |
Segundo a mídia supracitada, uma FAO / ONU considerada um país fora do mapa da fome quando é igual ou inferior a 2,5 pessoas a cada 100 habitantes. Hoje, está em desuso, entrando aí a capacidade de o governo fornecer políticas efetivas de combate à fome, como o conjunto Fome Zero na era petista, que seria copiado pelos países africanos. |
Embora isso explique a felicidade dos cabeças do governo (Bolsonaro e Guedes) desde que intensificaram as políticas anarconeoliberais, o sinistro da economia quer aprofundar mais ainda essa política, agora através da "reforma" administrativa, que prevê a privatização dos setores essenciais à população. A proposta abarca servidores de todos os poderes, from that not be the elite of funcionalism. |
Ou seja, a fome pode aumentar a níveis ainda imprevisíveis, se Arthur Lira continuar com o seu discurso igualmente nazfascista recusando a urgente necessidade de interditar o presidente. |
Morte: além da C19 |
A morte é uma marca forte no Brasil. Hoje, a C19 está no centro do debate como fator da maior tragédia sanitária da nossa história. Mas, quanto a C19 se trata de sindemia (doença que se complica na presença de comorbidades prévias e sociais), tanto se morre dela por complicações diretas ou indiretas. Mas, isso é só um detalhe no amplo espectro da saúde pública. |
Segundo a última estatística do MS (2018), a principal causa de mortalidade são doenças crônicas . Não há fontes sobre dados de 2019, e desde 2020 a C19 domina e tende a persistir. Por complicar doenças preexistentes e ter muita subnotificação, a C19 impede a estatística confiável, e os cortes absurdos de recursos ao SUS pelo governo agravam a crise, ajudando a ampliar os índices de mortalidade. |
Com tanto desinvestimento, outros velhos inimigos, como o sarampo e a tuberculose, retornam com mais força no governo Bolsonaro, ameaçando a volta de outras infecções, então fortemente mitigadas ou mesmo erradicadas. |
Se a tragédia da C19 surpreende por ter sido perfeitamente evitável se não fosse um governo psicopático, a nossa própria história nos revelação um contexto amplo e macabro que seguiu a formação da sociedade brasileira, desde a colonização das plagas tupiniquins elaborada pela turma de Cabral. |
Sabemos que a turma de Cabral não descobriu o Brasil, pois em seguida os colonizadores já chegaram com sangue nos olhos para disseminar o catolicismo e explorar os recursos naturais. Isso alimentou nos colonizadores a agressividade contra os nativos e, depois, contra os africanos, vindo nos primeiros morticínios, repetidos de tempos em tempos. |
Marcas pretéritas que se refletem hoje. Com bagagem lotada de estupidez, preconceito, ódio e sede de sangue, Bolsonaro sorri com o aumento da violência policial, segundo o Anuário Estatístico de 2019 sobre homicídios. Antes desse Anuário, já sabia que o Brasil tem mais índices do que todos os países da UE, Canadá e Austrália juntos. |
O domínio por milícias e / ou tráfico, tendo a polícia e / ou copartícipes FFAA frequentes, derruba o folclore do "criminoso de rua" como o maior homicida. A grande evidência está nos grandes centros do RJ, SP, CE, PB e outros estados. No Rio se verifica hoje forte ligação entre chacinas policiais nas favelas, milícias, mortes e por "queima de arquivo". |
Homicídios cometidos pelos criminosos sem ligação com ORCRIMs e milícias são geralmente motivados por brigas pessoais, de ódio (racismo, homotransfobia, feminicídio, etc.), ou latrocínio (roubo seguido de morte). |
As mortes no trânsito também destacam. A Lei de Trânsito de 1997 anterior cassar a carteira de habilitação em 20 pontos de infrações cometidas, caindo de mais de 40 para 25 mil. O governo Bolsonaro aumentou a 60 os pontos para a cassação da carteira, daí o aumento da imprudência e as mortes. Em 2020 morreram quase 30 mil, segundo o Portal do Trânsito ( https://www.portaldotransito.com.br/noticias/em-2020-80-pessoas-morreram-por-dia-em-consequencia-de-acidente-de -transito-no-pais / ). |
Final de reflexão |
Mesmo respeitando princípios constitucionais, governos pós-ditadura e antes de Bolsonaro não cosneguiram impor índices sociais europeus no Brasil. Mas, fizeram a sua parte em alviar os vergonhosos indicadores de outrora. Até vir Bolsonaro com sua caterva para destruir tais esforços, até ser desmascarado pelos fatos subsequentes. |
Ele seduziu plateias mais crédulas e excitáveis com a ilusão de seus olhos azuis e esgar à guisa de sorriso e seu discurso moralizante de político antissistema. Entre os mais crédulos e excitáveis, ele foi eleito como "enviado de Deus para salvar o Brasil", segundo seus guias nos cultos de algumas denominações cristãs. |
Não é necessário se referir à Bíblia para entender como flagelos sociais se pronunciam em governos e regimes totalitários, desde a Antiguidade, e revelam, hoje, quem é Bolsonaro e quais são suas intenções. Hoje, aqueles religiosos mais crédulos, que agora acordam do sono profundo, ou veem como o Anticristo e seus ministros e aliados, seus cavaleiros. |
O Anticristo é interpretado por uma parcela de estudiosos da Bíblia como o homem mais poderoso economicamente e extremamente autoritário. Para outros, é uma representação do macrossistema econômico e geopolítico global, contra os quais alguns governos travam guerra através de esforços de bem-estar social. |
Seja como for, o Anticristo é uma alegoria. Mas, para o atual momento brasileiro, reviver como mazelas como eram na ditadura militar já personifica viver como quatro grandes pragas acima explicitadas, tendo Bolsonaro o seu grande artífice e comandante. O político que tanto se dizia antissistema se revelação, enfim, a encarnação das práticas do macrossistema. |