Os meus 5 títulos favoritos do Palmeiras!
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Os meus 5 títulos favoritos do Palmeiras!

1- Paulista de 93

Randall Neto
5 min
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1- Paulista de 93

2- Copa do Brasil de 2015

3- Paulista de 2022

4- Libertadores de 2020

5- Libertadores de 2021

A ordem é crescente, sendo que o quinto é o favorito, o mais querido, o que eu levaria para viver comigo pra sempre em Tristão da Cunha, só nós dois!

E antes de falar deles, é bom esclarecer algumas ausências.

O título da Libertadores de 99, por exemplo, não está aí...

E não está porque em razão de uma série muito intrincada de circunstâncias, eu não consegui ver o jogo decisivo. É que era a única chance que eu tinha de estar num ônibus e ir para Belo Horizonte fazer uma audiência e de lá, para Sorocaba, ver uma namorada com quem viria a me casar e ter dois filhos.

Em 99, eu não imaginava que nada disso iria acontecer, nem mesmo que eu iria embora de Goiânia, mas quem me conhecia de verdade, ao saber que eu não veria a final para "ir ver uma namorada", sacou que o negócio era sério.

Era. Foi. Hoje, nesse exato momento em que escrevo, penso num metaverso onde aquele Randall falou para a namorada que não ia dar pra ir pra Sorocaba, pois tinha Final da Libertadores...

Por isso, receber a ligação de um ex-sogro dentro de um ônibus e ter que ir para o banheiro ouvir os detalhes da conquista não foi um jeito muito emocionante de ser campeão.

Outra coisa que talvez chame atenção: nenhum título brasileiro e dois paulistas?

Bom, os campeonatos brasileiros de 93 e 94 foram, com o perdão da soberba, meio fáceis.

E toda a catarse envolvendo o título paulista de 93 meio que esgotou todo o potencial para gáudio e êxtase por um bom tempo, tanto é que o ano de 96 me marcou muito mais pela imperdoável derrota para o Cruzeiro do que para o tal time dos 100 gols que encanta tanta gente.

Os outros dois vieram nos pontos corridos e eu não sou propriamente um entusiasta desse formato. Claro que é muito legal ganhar e a gente comemora, mas não oferece o mesmo tipo de emoção que as grandes decisões.

Como a de 93, que eu falei e a desse ano, 2022, por tudo o que cercou: a reversão do placar, a tunda inédita no Inimigo, a afirmação do Abel, tudo isso foi maravilhoso!

E tem a mesma coisa que cerca todos os outros títulos, a começar por 2015: meu filho!

Eu acho que todo mundo que tem um interesse psicótico por futebol, ao ter um filho, pensa em algum momento da vida que pode sofrer uma traição inominável e ele se tornar torcedor de um rival.

Ou pior, não gostar de futebol, embora em ambos os casos, acho que é culpa exclusiva do pai.

E não estou falando de doutrinação, chantagem ou coisa do tipo, é mais como a doma gentil que aquele cara que foi interpretado pelo Robert Redford faz com os cavalos.

É um "ir levando" e demonstrando o que significa o futebol, o time, o pertencimento, as vitórias e as derrotas... até 2015, a parte das derrotas ele vinha entendendo super bem! Nascido em 2007, ainda desconhecia o doce sabor de um título e aquela Copa do Brasil trouxe isso para a nossa casa!

E as últimas Libertadores foram épicas!

A do Santos, eu acabei ficando mais bêbado do que deveria e confesso que tive um pouco de dificuldade de acreditar que o Breno Lopes tinha feito um gol com um passe do Rony, mas deitei no chão e chorei com meu filho em cima de mim assim mesmo!

Agora, contra o Flamengo, é um daqueles momentos em que você precisa pedir licença a eventos marcantes da sua vida como o nascimento de um filho, formatura, aprovação no vestibular, para dizer que foi o melhor dia da sua vida!

Porque foi!

A vida por levar sempre vai nos trazer um acontecimento conectado com outro e com outros e pessoas que vêm e vão e a vida é algo muito bacana!

Ainda que viver seja muito perigoso, como disse alguém...

Mas a possibilidade de estar de novo, com o meu filho e com amigos da melhor qualidade nesse dia e ver, do gol do Veiga ao momento em que o Deyverson rouba a bola do Andreas Pereira passando em looping na minha memória, é algo de valor inestimável!

Como diz o Nick Hornby, eu não levo uma vida pálida e árida, que depende de um momento futebolístico para ser extraordinária, mas é que os acontecimentos da vida em si não oferecem nada em termos de aleatoridade imponderável, imprevista e avassaladora, como o futebol!

E um dia, meu filho estará contando para os meus netos, como foi que a gente viu o Prass bater o pênalti que valeu o título, como o Danilo lançou para o Rony na beirada e como a gente comemorou a bola na rede pelo lado de fora do Danilo Barbosa...

E esses dias estarão vivos na memória, graças ao futebol!