A Música como aproximação à Deus
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A Música como aproximação à Deus

Neste primeiro Domingo de Quaresma, gostaria de, humildemente, sugerir a contemplação do amor de Deus de uma forma não usual, através da música.

Cris Resende
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Neste primeiro Domingo de Quaresma, gostaria de, humildemente, sugerir a contemplação do amor de Deus de uma forma não usual, através da música.

Muitos foram os grandes compositores que viveram todas as suas vidas para contemplar e traduzir para nós a face de Deus através dos seus dons magistrais. Bach foi, talvez, o mais notório deles. Pode ser que eu esteja sendo tendenciosa, perdoe-me se assim for.

Grande expoente do gênero Barroco, Bach dedicou toda a sua vida para louvar à Deus e é claro que isso influenciou de maneira pungente a sua produção musical. Sua fé o conduzia em suas composições a ponto de, em suas partituras, ele suplicar pelo auxílio divino, assinalando as letras J J (que quer dizer Jesus Juva – Jesus ajude-me) no início dos escritos.

Note as iniciais no início da partitura: JJ
Note as iniciais no início da partitura: JJ

Ao final das composições ele assinalava as siglas DSG, que quer dizer  Deu Soli Gloria, ou seja, somente para a glória de Deus.

Deu Soli Gloria - Somente para a glória de Deus
Deu Soli Gloria - Somente para a glória de Deus

Acredito que as suas súplicas foram amplamente atendidas, assim, uma das peças de grande harmonia, algo quase angelical que nos faz levitar ao encontro de Deus, é apresentada em seu álbum Cravo Bem Temperado. No Prelúdio No. 1 em C Maior – BWV 846, ele não só explora de maneira magnifica a potencialidade de elevar a nossa alma em direção à algo divino, como também exercita de maneira formidável a recém criada afinação temperada, técnica criada por ele, que traz todo um novo contexto de sons à música Barroca.

Acredito ser o exemplo de manifestação artística que não só nos eleva, mas nos faz querermos ser melhores. Faça uma oração enquanto a escuta a música e sinta a capacidade que uma manifestação artística tem em nos elevar, de apontar nossos pensamentos à algo atemporal, sublime, verdadeiro, pacífico, caridoso.

Esta música é tão eficaz no que se propõe, que 137 anos depois, Charles Gounoud utilizou sua melodia para compor a sua notória Ave Maria, amplamente utilizada em casamentos, funerais, e outras datas importantes nos dias de hoje.

Estes dois exemplos de alta musicalidade cumprem com o papel primordial da arte em nos aproximar da beleza, da verdade e da bondade contida não somente em Deus, mas em todas as Suas manifestações.

Queria deixar esta dica de exercício não somente espiritual, mas também do imaginário, aquilo que nos eleva e nos faz querermos ser pessoas melhores e mais completas. Somente na presença de Deus isso é possível. Contemple a face de Deus através destas duas músicas maravilhosas e assim, receba Sua bênção.

Um excelente Domingo à você.