Hoje é o dia de São Francisco e gostaria de fazer um alerta às pessoas de bem. Um alerta para que resgatemos o verdadeiro significado deste santo para que consigamos enxergar sem filtros a magnificência de seu exemplo. Mas para isso é necessá...
Hoje é o dia de São Francisco e gostaria de fazer um alerta às pessoas de bem. Um alerta para que resgatemos o verdadeiro significado deste santo para que consigamos enxergar sem filtros a magnificência de seu exemplo. Mas para isso é necessária uma chave muito esquecida que diz respeito à magnitude de São Francisco. | ||
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Existem várias maneiras de se contar uma história. Cada uma delas é uma escolha, à isso chamamos narrativa. | ||
Numa narrativa, pode-se pretender ser fiel à história sem ser “historicista”, ou seja, assumir com simplicidade o que nos dizem de Francisco os principais testemunhos da época, sem varrer para baixo do tapete os aspectos extraordinários de sua vida. | ||
Esses aspectos extraordinários são, muitas vezes esquecidos, negados, por uma vontade de se identificar com alguém tão excepcional, mas sem ter que carregar a cruz que o expoente carregou. | ||
Assim, temos a apropriação indevida de símbolos. Símbolos estes originalmente fortes, são reduzidos à aspectos parciais que não refletem verdadeiramente o que realmente é. Torna-se uma ideologia que tenta adequar aquilo que é a verdade à uma ideia, uma ilusão. | ||
Com São Francisco não é diferente. | ||
Podemos perceber claramente na atualidade a tentativa de reduzir a figura do santo, à de um homem admirável, mas prescindindo de Deus e de toda referência ao seu catolicismo. | ||
É o método seguido pelos que pretendem apresentá-lo como um “amante ecológico” da natureza ou como um “devoto socialista”, empenhado em erradicar do mundo as injustiças socioeconômicas. | ||
Não é preciso conhecer previamente a vida do santo para se dar conta do inadequado que é esse método e do quão extemporâneas, para não dizer mentirosas, são as categorias sob as quais procura-se reler a história de São Francisco. | ||
Outra narrativa adotada é tão deformante quanto a anterior, e no entanto também inadequada, ao menos sob certo aspecto: consiste em acentuar em excesso a radicalidade da vida franciscana, a ponto de converter o santo de Assis em um “devoto agressivo”, quase “descerebrado”, uma borboleta avoada, ou um revolucionário, tornando-o inteligível aos que, apesar de se encontrarem fora do catolicismo, o desejam conhecer um pouco de mais perto. | ||
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Estes métodos são deformações tendenciosas que não refletem a magnitude da história de meu querido Santo padroeiro. Por simplesmente ser um método fácil de compreensão de tamanha grandeza, essas ideologias acabam moldando uma forma claudicante de vermos São Francisco, desligando-o de toda a realidade que o fez. | ||
Por isso venho aqui, hoje, no dia deste tão amado Santo chamar atenção para este fato. De que São Francisco é muito, muito mais do que talvez você esteja aí pensando. | ||
Ele amava a pobreza sim, mas não porque ele queria justiça social, e sim porque ele amava Deus e o Evangelho. Ele estava louvando o fato de que Deus veio ao mundo e se fez pobre em amor à ele, em amor de todos nós. | ||
Ele amava a natureza sim e todas as Suas criaturas, porque ele via Deus em tudo, nas pedras, nos pássaros, na água, no outro e em todo lugar. A sua ligação com Deus era tão forte que ele conseguia ser parte de tudo, no amago da sua essência, e por amor e devoção à Deus, glorificou tudo que Ele dera de presente à nós. Não estava preocupado com ecologia, estava amando à Deus. | ||
Que este dia de São Francisco sirva para resgatar o verdadeiro significado deste querido santo que tanto contribuiu para encontrarmos o caminho na luz de Deus. Que consigamos manter à parte as ideologias para enxergarmos este poderoso exemplo como um todo, em toda a sua verdade e assim vermos o amor de Deus se tornar realidade. Que seu exemplo evoque em nós esse amor imenso a Deus, a todas as Suas criaturas e a nossa Santa Igreja, presidida hoje pelo seu homônimo. | ||
São Francisco de Assis, rogai por nós! |