Seja uma pessoa melhor parando de ler notícias
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Seja uma pessoa melhor parando de ler notícias

Vou compartilhar aqui algo acredito muito. Escutei um áudio no Telegram do professor Raul Martins e achei por bem fazer esse texto, afinal, pouco a pouco tenho compartilhado aqui com você tudo que considero ser importante.

Cris Resende
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Vou compartilhar aqui algo acredito muito. Escutei um áudio no Telegram do professor Raul Martins e achei por bem fazer esse texto, afinal, pouco a pouco tenho compartilhado aqui com você tudo que considero ser importante.

O negócio é o seguinte: se você não trabalha com algum tipo mídia grande, jornal, canal grande de informação de atualidade, ... se você não é um jornalista, não leia jornais, não consuma as grandes mídias. É uma perda de tempo tremenda e explico o porquê.

Muito me preocupa o fato de estarmos sempre conectados à telas, quando não estamos em frente à elas estamos falando delas, pois elas trazem uma falsa sensação de conforto e de conexão com as outras pessoas, quando na verdade elas nos alienam, nos tiram da realidade, nos separa das pessoas que estão do nosso lado.

Não tenha essa neura de manter-se “atualizado” pelas notícias, elas vão te distanciar daqueles que mais importam pra você, das pessoas que te cercam e a sua realidade factual, do mundo em que você verdadeiramente opera.

As informações que a grande mídia traz, mesmo quando não foram recortadas de modo a serem deturpadas pelo viés ou ideológico, ou intelectual, ou político do canal de informação, o que ocorre na maioria das vezes, o tipo de informação divulgada por esses canais, nunca é conhecimento. É sempre informação, e uma das características mais fortes de informação é ser dispersa, ela não faz parte de um todo e não é conhecimento.

Explico:

Não há nenhuma relação lógica entre as diversas notícias e outras informações providas pelos canais de mídia grande, elas não seguem um sistema e muitas vezes não seguem se que um padrão lógico de pensamento.

Em segundo lugar: essas informações vão mudar no dia seguinte. Então, são passageiras, são efêmeras. Logo é natural que você, se estiver sempre seguindo jornais, comece a ficar ansioso, irritado, comece a sentir que não sabe nada e precisa de mais notícias pra preencher um vazio (que nunca será preenchido por notícias, mas acreditamos que uma hora essa sensação passa), mas que você acredita que te conecta aos outros, à realidade. Só que não ela te separa da realidade.

Pense comigo: Quanto do mundo, da sua história, dos fatos do seu dia a dia passaram enquanto você estava lendo uma notícia de algo bem distante de você? Tipo, eleições nos EUA. E no que de fato essas eleições influenciam na sua vida? O que pode o novo presidente fazer que vai diretamente influenciar qualquer aspecto do seu acordar e ir dormir?

Essa é uma sensação falsa de pertencimento à algo maior, de ter que saber das notícias que esses canais grandes querem passar nada mais é do que a necessidade material deles precisarem te manter ali conectado à eles, se não não sobreviverão pois dependem de audiência, mas nada do que noticiam  tem relação alguma com o verdadeiro conhecimento. Este sim te conecta ao próximo, às outras pessoas, o contrário das notícias.

Conhecimento é o ato ou efeito de se conhecer algo, tomar ciência seja por meio da razão, seja por meio da experiência. Nenhum canal de notícia provê conhecimento porque, em primeiro lugar você precisa vivencia-lo para que ele seja real, é uma cognição mais profunda do que somente observar, ler uma notícia.

Como o Raul disse:

“Ler o jornal é como beber água do mar, quanto mais você bebe, mais você fica com sede”.

Porque o jornal te dá a ilusão de ser capaz de matar a sua sede. Assim como a água do mar, te dá a ilusão da saciedade e mesmo que beba litros e litros você não ficará saciado.

Agora, se beber um copo de água doce, você estaria perfeitamente saciado, perfeitamente hidratado e no final das contas satisfeito.

Nessa analogia, o que equivale a água doce é a literatura, porque enquanto as informações são passageiras, efêmeras e frouxas, soltas, quando você pega um bom livro, conto, poema ou ensaio, aquilo de que o livro trata não é passageiro. É eterno.

Qualquer homem ou mulher pode se identificar com angústia de um Hamlet.

Qualquer homem ou mulher pode admirar a grandeza de um personagem como Moisés ou o próprio Cristo,... a Bíblia tem tantas historias que nem conseguiria citar.

Qualquer homem ou mulher ficaria admirado diante do heroísmo de um personagem de Dante ou do heroísmo de Dom Quixote.

Qualquer homem ou mulher pode se divertir com a genialidade de Machado de Assis.

Eu, particularmente, amo os personagens de Jane Austeen, leio seus livros desde criança.

Quando você se volta para a literatura você está bebendo água doce. Mesmo que você beba pouco, você fica saciado, não fica nervoso, neurótico, deprimido, procurando saber mais. É um exercício de contemplação da beleza que te deixa pleno, completo, te mostra o melhor das situações vividas por personagens cuidadosamente construídos e por isso falam uma linguagem universal. Dali se pode retirar exemplos que de fato te ajudarão a resolver problemas na sua vida. Notícia alguma tem essa capacidade.

Assim, somente a literatura é capaz de prover às nossas almas, um ferramental que possa ser aproveitado de modo efetivo em nossas vidas cotidianas, na concretude da realidade individual. Coisas que de fato podemos controlar. Nos ajuda a tomar melhores decisões de vida simplesmente por lembrarmos desses exemplos magníficos registrados ao longo da história humana.

Nenhuma notícia de nenhum canal, por maior que seja, vai te prover nada disso. O foco sempre é naquilo que não faz a menor diferença no nosso cotidiano. Naquilo que pouco importa as nossas opiniões, pouco importa os nossos desejos. O foco está sempre naquilo que não conseguimos controlar. Assim esse consumo é mera vaidade de quem consome, pois de fato não tem serventia para ninguém, a não ser que ganhe a vida com isso.

Veja esse período de pandemia, estamos completando um ano de quarentena. Há mais de dez anos não consumo notícias, mas nem por isso deixei de ficar sabendo de tudo que está acontecendo. Quando tudo começou e tivemos um período mais intenso de reclusão tomei uma postura onde o foco foi sempre controlar aquilo que de fato consigo controlar, como a minha alimentação, exercícios, banhos de sol, ou seja, viver o mais saudável possível. Que outra forma temos de combater um vírus se não essa? Não sou médica, bióloga, nem capaz de inventar vacina, mas posso controlar essas coisas que faço todos os dias e me focar também em conhecimento real que vai me trazer mais bem estar e não ansiedade, o que agravaria ainda mais um possível quadro gripal.

Ao mesmo tempo investi na minha mente, meditei, rezei, exercitei a minha religiosidade da maneira que me foi possível. Fiz leituras espirituais e o sentimento foi de melhora, apesar da realidade presente neste mundo pandêmico, apesar dos novos problemas que tivemos que lidar aqui em casa. O barco navegou tranquilo.

Todas as pessoas ao meu redor que estavam ligadas às telas, às notícias, estão até hoje deprimidas, ansiosas, lutando contra a realidade distante sem prestar atenção naquilo que elas podem fazer de efetivo para combater esse vírus, que nada tem a ver com usar uma máscara, mas sim preparar o corpo e o espirito, fortalece-los, pois se algo acontecer, se a gripe vier, que não seja tão grave como foi para tantos.

Conhecemos muito pouco disso tudo e o que vejo nas grandes mídias por alto são somente falsas informações e uma tentativa gigante de manter o foco de todo o mundo naquilo que não faz diferença alguma no nosso dia a dia, que mão combate efetivamente nenhum vírus.

Posso estar errada, mas é assim que vejo o que acontece hoje no mundo das telas, esse tipo de tratamento superficial é dado à todos os assuntos, assim considero que não merece a minha atenção e meu ativo mais escasso que é o tempo. E digo isso tudo sem participar desse mundinho de telas, por isso estou passível de erro, pois não vejo, não acompanho, o máximo presente na minha semana são algumas lives e filmes que limitadamente assisto como complemento do que eu estudo.

Não me sinto desconectada do mundo, ao contrário, sinto que começo a entende-lo, logo um sentimento de amor cresce. Não se ama aquilo que não se conhece. Talvez seja essa a relação do aumento dos quadros depressivos e o consumo de notícias. Como amar o mundo, amar a vida se a janela que observa está turva, embaçada, cheia de falhas?

Não ler notícias faz de você uma pessoa melhor, se consumir literatura, isso faz de você uma pessoa ainda melhor, em paz, tranquila e saciada.

Essa ânsia de manter-se atualizado, é fetiche, ilusão. Quanto mais notícias consumir mais distante da beleza, da bondade e da verdade você vai estar. Pior serão os seus pensamentos.

Você não está ficando mais inteligente porque você acompanha jornais, porque não existe nenhuma articulação entre as notícias, a realidade e sua vida. Elas são somente um recorte dos fatos que alguém quer que você saiba, onde as intenções não são claras. Como consumidores não participamos das reuniões de pauta.

Além disso, os jornalistas de hoje não são como os de antigamente. Eles, em grande parte, não são homens e mulheres de cultura. Na verdade, eles não são homens e mulheres reais.  Acreditam que a mediocridade é suficiente, não têm compromisso com a verdade mas sim com o holerite e pra isso pouco importa o que pensam, devem ser bons em acatar as ordens do editor. Eles são fantoches desse sistema, com, claro, honrosas exceções, mas não é a regra.

Mas meu conselho é, não ceda essa tentação diabólica, do capeta, de você ficar se atualizando dessa maneira. Poupe seu tempo e use-o de maneira produtiva se quiser ler.

Consuma a grande literatura mundial com exemplos amplamente reconhecidos. Verá que o efeito é o inverso do efeito causado pelas notícias divulgadas na grande mídia.

Você verá o efeito de aprofundamento na sua alma, pois será um efeito de aumento da sua inteligência, da qualidade dos seus pensamentos e logo, da qualidade de vida em geral.

temos muitos livros bons no mundo, escolha um e vai lendo sem pressão, sem ter que cumprir meta. Escolha algo enriquecedor e veja como isso te afeta. Compare com o consumo de noticias.
temos muitos livros bons no mundo, escolha um e vai lendo sem pressão, sem ter que cumprir meta. Escolha algo enriquecedor e veja como isso te afeta. Compare com o consumo de noticias.