Soneto
Tão logo vem a chuva, então me lanço | ||
Na sólida esperanca de um abrigo | ||
Pra súplica que o vento traz consigo | ||
E à vida do calor não traz descanso. | ||
Com brasa em mãos, um teto, enfim, alcanço, | ||
E mais ardente a faz o vento amigo, | ||
E é quando a chuva, com maior castigo, | ||
Pranteia a chama e seu ardor expanso. | ||
A fúria me cobrou preço a contento | ||
Da chance de fugir, que se defasa. | ||
E entregue à voz do velho amigo vento, | ||
A quem lhe devo viva em peito a brasa, | ||
Sei que o que mais quero, a qualquer momento, | ||
Bem mais que um abrigo, é voltar pra casa. |