Em terras ermas, algo acontecia há algum tempo.
Em Terras Ermas... | ||
Em terras ermas do ocidente | ||
untadas pelo Sol, lá onde | ||
em primavera não se esconde | ||
mais a flor outrora nua, | ||
árvores crescem no afluente | ||
de um rio que em cuja garganta, | ||
alegre, um tentilhão nos canta | ||
a bela chegada da Lua. | ||
Ela, tão nobre, ao ir em frente, | ||
um véu de nuvens bem desmonta | ||
e a compensar nublada afronta | ||
as faias jorram joias brancas. | ||
Seja a rama reluzente | ||
esvoaçando ao bel dos ventos | ||
tal cabelos em ornamentos | ||
da donzela estranha à tantas. | ||
Neste curso, persistente, | ||
embora esteja ante o fim | ||
dele, que mergulhou a mim | ||
em um negror profundo e hostil; | ||
lançado à fúria imponente | ||
de toda parede dura | ||
de montanha em hora escura | ||
que se assoma como o frio. | ||
E as sombras implacavelmente | ||
vêm o Sol dissimular, | ||
ao que após ondula o mar | ||
de estrelas nos caminhos breus. | ||
Nos céus em que Ele vê-se ausente, | ||
um coração vê-se absorto, | ||
mas não direi-lhe está morto!, | ||
e nem às estrelas adeus! |