A Força pertence a todos, não a um grupo específico.
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A Força pertence a todos, não a um grupo específico.

Quando a Lucasfilm foi vendida para a Disney, algumas ideias de George Lucas foram imediatamente jogadas para escanteio. Entretanto, teve uma, mais especificamente uma pessoa, que a nova direção aceitou para assumir o posto de presidência da ...

Projeto Star Wars
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Quando a Lucasfilm foi vendida para a Disney, algumas ideias de George Lucas foram imediatamente jogadas para escanteio. Entretanto, teve uma, mais especificamente uma pessoa, que a nova direção aceitou para assumir o posto de presidência da Lucasfilm: Kathleen Kennedy.

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Apesar das ressalvas pela mudança no comando, o início parecia ser bem promissor. Poucos anos depois, já tínhamos a primeira temporada da série Rebels, embora ainda muito fraca, comparado com o que veio na sequência. Depois vieram os filmes. Como os filmes são a mídia principal de Star Wars, se eles vão bem, passa a impressão de que a saga está indo bem. Se forem mal, automaticamente passa a impressão de que todo o resto também está indo mal. Apesar de no mesmo período entre 2015 e 2019 (período em que lançou a Trilogia Sequel) haver no Universo Expandido histórias bem interessantes, seja em livros ou nas séries, a trilogia de filmes decepcionou e passou a impressão de que todo o resto estava mal. Mas por que toda essa contextualização para entrarmos na questão da Kathleen Kennedy?

Justamente para mostrar que os filmes, em especial os Episódios VII, VIII e IX, eram de longe, os mais aguardados, porque, entre tantos motivos, traziam personagens clássicos. No entanto, como diria o Conde Dookan: “O dobro do orgulho, o dobro da queda”. Em um momento em que certas coisas estão sendo deturpadas, até mesmo conceitos muito bem estabelecidos em Star Wars, a nova trilogia de filmes era um terreno quase perfeito para tais distorções. A frase “a Força é feminina”, como trazida por Kathleen, acaba tendo o efeito reverso. Ela acaba excluindo todas as outras pessoas, até mesmo que não se identificam com isso e aquilo, e mais, as pessoas acabam pegando antipatia.

“Mas isso era pra mostrar que as mulheres também têm espaço na saga”. Concordo plenamente, menos com os meios. Mas quando foi que elas deixaram de ter espaço? Aí eu pergunto, quando foi que a Força deixou de ser feminina, sendo que ela pertence a todos nós, independentemente de cor, raça, sexo, etnia e etc.? Como em outras publicações, a Leia precisou forçar a barra pra ser aceita e se tornar inspiração de várias pessoas independentemente dos critérios acima? Padmé precisou? Ahsoka? Mara Jade? Jaina Solo? Olha, a lista é grande. Como já falei, a Rey tinha grande potencial e, ainda assim, ela é para muitos uma grande personagem, o que é compreensível. Só que ela não foi a primeira personagem feminina de destaque na saga, tão pouco a primeira protagonista. Esse tipo de influência da Kathleen acabou prejudicando uma personagem tão promissora como a Rey.

Um exemplo na Trilogia Sequel que o pessoal reclamou foi a Vice-Almirante Holdo. Eu particularmente até gosto da personagem, como aquela que tem como mentora da General Organa, e que se inspira nela. E o problema em si não foi nem tanto ela substituir o Almirante Ackbar, o problema foi o Ackbar ser descartado da forma que foi. “Ah, mas estavam destacando a Leia e o filho”, mas até aí tudo bem, adorei também. Mas é o Almirante Ackbar. Você acaba descobrindo só depois que ele se foi quando uma das oficiais da Resistência menciona ele como um dos que estavam na Ponte de Comando.

Além do mais, tinha personagem melhor que a Holdo para colocar em mais destaque. Não necessariamente no posto de Almirante da Frota ou General, mas se o critério for proximidade com a Leia, poderiam muito bem colocar em evidência a Tenente Connix. Como eu falei, ela não estava em um posto tão alto na hierarquia, entretanto seria uma forma de mostrar alguém que tinha a confiança da Leia, e de a Connix passar por um verdadeiro teste sendo uma das comandantes.

Aí o pessoal vem e fala: “ah mas vocês ‘nerds’ não aguentam ver uma personagem feminina como protagonista”. Sério? Como disse, Rey não foi a primeira protagonista, e o que prejudicou ela foi a produção e essa ideia da Kathleen. Mas, pegando um exemplo, bem recente, “ah você não suporta personagem feminina forte”, tá, como você explica a Jyn Erso e todo o sucesso dela? Ela foi de longe a maior protagonista (talvez a melhor personagem) criada nesse período. O que tem de gente que gosta dela, não dá pra contar nem nos dedos do Grande Exército da República.

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