A Novilíngua da Esquerda Brasileira
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A Novilíngua da Esquerda Brasileira

Como a linguística é usada como um poderoso instrumento de controle dos discursos

Zé do Posto
16 min
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Se tudo der certo, farei meu vídeo-resposta ao Tragicômico, mas este texto (escrito no comecinho de 2020 e revisado em 04/09/2021) serve como um suplemento para o meu vídeo e, ouso dizer, ao vídeo do próprio Tragicômico.

Como diria Clarice Lispector: "a palavra é meu domínio sobre o mundo", essa frase é de uma genialidade tão grandiosa que poderia resumir todos os tratados sobre <i>infowar</i> já publicados até hoje!<br>
Como diria Clarice Lispector: "a palavra é meu domínio sobre o mundo", essa frase é de uma genialidade tão grandiosa que poderia resumir todos os tratados sobre infowar já publicados até hoje!

A distopia orwelliana, que na época da publicação do livro1 soava alarmista, foi se tornando assustadoramente verossímil, primeiro quando diversos regimes totalitários tiveram suas atrocidades reveladas ao mundo e, posteriormente, com uma silenciosa engenharia social, tal como a parábola do sapo na panela, que provocou estragos praticamente irreversíveis no que conhecemos hoje por “Civilização Ocidental” ou “Civilização Judaico-Cristã”.

A histeria ao redor das ditas “fake news” validaram a criação de diversas agências de fact checking e também de uma CPMI inquisitorial parida do devaneio de jornalistas do Establishment que, agindo como a temida Gestapo, selecionou cuidadosamente quem seria perseguido intimado a depor. Posteriormente a Suprema Corte criou dois inquéritos inconstitucionais - ao melhor estilo “DOPS” - para fazer perseguições políticas dignas do pior Estado de Exceção a quem apresente críticas às “instituições democráticas”.

A liberdade de expressão ilimitada (que será tema de outra publicação) sempre traz controvérsias, e apesar de eu não gostar da pessoa, devo concordar que o blogueiro de extrema-esquerda, Glenn Verdevaldo, que vazou informações roubadas de conversas privadas que influenciaram na política e na segurança nacional (afinal a vaza jato foi sim um pretexto para a manobra abjeta dos advogados do Lula) é um defensor dessa premissa, tanto que já se posicionou contra a censura até de pessoas da direita.


Verdevaldo defendeu por cinco anos um&nbsp;NEOBIGODISTA
ASSUMIDO&nbsp;sob a premissa de lhe garantir a "liberdade de
expressão", <a href="https://www.e-farsas.com/glenn-greenwald-advogou-para-um-lider-neonazista-de-graca-por-5-anos.html">nem a agência de fact checking conseguiu negar isso</a>.
Verdevaldo defendeu por cinco anos um NEOBIGODISTA ASSUMIDO sob a premissa de lhe garantir a "liberdade de expressão", nem a agência de fact checking conseguiu negar isso.

O que Verdevaldo fez é sim uma coisa muito temerária segundo a lei juspositivista e, sendo ele estrangeiro, seria passível de prisão ou extradição, mas, como se trata de uma guerra declarada, o Ministério da Verdade2 aliviou para o sujeito e seu blog progressista, o Intercept, que foi responsável por algumas fake news como a tal "violação culposa" que ganhou projeção no caso Mari Ferrer.

Se não bastasse isso, a novilíngua e o duplipensar3 parecem cada vez mais presentes, tanto pelo uso exaustivo de vocábulos progressistas entre as classes falantes quanto pelo esvaziamento do significado em relação ao significante.

Para não tomar tempo com um assunto complexo e que eu não tenho amplo domínio – que é a linguística – as palavras (signos) são compostas pelo significado e pelo significante. Significado é a descrição da palavra e significante é o valor estético da mesma, o impacto que ela provoca.

Por exemplo, quando eu uso a palavra “cachorro” o interlocutor visualiza a figura oculta de um cachorro, associa sua imagem ao bordão “melhor amigo do homem” e, se tiver um animal de estimação, irá imediatamente ligar a palavra a ele, criando até um laço de carinho.

Neste caso o significado é “mamífero da ordem dos canídeos” e o significante é a própria imagem de seu Totó abanando o rabo quando você chega em casa após o trabalho.

Agora, imagine que no programa da Fátima Bernardes, na aula de Sociologia da faculdade, no vídeo do seu digital influencer favorito, na música da moda, enfim, em todos os lugares que você frequenta, as pessoas começam a dizer que “cachorro” é uma hortaliça muito saudável e saborosa, portanto as pessoas deveriam comer cachorro.Para quem ainda mantém a ideia de que “cachorro” é o seu animalzinho de estimação, esse tipo de fala é abjeta e cruel; porém a parcela que já associou “cachorro” à hortaliça saborosa vai te achar um reacionário neonazista por não concordar em “comer cachorro”.


Hegemonia Cultural é justamente a
"vacina" que faz parecerem malucos aqueles que ousam discordar do
que já foi postulado em nome da revolução.
Por que&nbsp;todos&nbsp;os esquerdistas preferem usar o&nbsp;<i>ad
hominem&nbsp;</i>e o apelo à autoridade para atacar Olavo de Carvalho ao
invés de compreender sua obra e refutá-la?
Porque enquanto existir uma maioria de idiotas acreditando neles, não será necessário
provar que seu discurso é verdadeiro!
Hegemonia Cultural é justamente a "vacina" que faz parecerem malucos aqueles que ousam discordar do que já foi postulado em nome da revolução. Por que todos os esquerdistas preferem usar o ad hominem e o apelo à autoridade para atacar Olavo de Carvalho ao invés de compreender sua obra e refutá-la? Porque enquanto existir uma maioria de idiotas acreditando neles, não será necessário provar que seu discurso é verdadeiro!

Isso pode parecer bizarro, mas é o que já acontece: palavras como “ditadura”, “censura”, “ódio”, “igualdade”, “diversidade”, “democracia” e “bigodismo” tiveram seu significado totalmente esvaziado e mantido o seu significante e são utilizadas constantemente em discursos panfletários com um altíssimo poder de fogo, causando estragos violentíssimos em muitos que ainda entendem que ler “A Folha de São Paulo” é sinal de alta cultura e estar antenado.

Antes de prosseguir com os exemplos de nosso cotidiano, vamos viajar aos Estados Unidos – que é um país capitalista opressor e até bigodista, segundo a turminha da Escolinha do Professor Horkheimer4 – para responder a segunda pergunta mais feita no meio da política (a primeira diz respeito ao espectro político do bigodismo):

“Por que o Liberal no Brasil e na Inglaterra é considerado 'direita' e nos E.U.A. 'esquerda'?”

O mesmo termo pode nos remeter a coisas completamente distintas: o liberal inglês seria algo próximo de um Roberto Campos, o liberal brasileiro é um Cocô Instantâneo da vida, posto que o liberal dos E.U.A. seria um militante qualquer do PSOL, tipo um Marcelo Freixo ou uma Talíria Petrone.

Toda essa confusão foi graças ao Ex-Presidente Franklin Delano Roosvelt, cuja assessoria de campanha, sabendo do significante da palavra “Liberty” no contexto histórico dos E.U.A., fez questão de se apropriar dela e associá-la ao progressismo5.


Banner
da campanha de Roosevelt e o surgimento do New Deal Liberalism,
cuja internet tem&nbsp;bastante&nbsp;material a respeito, mas em
inglês.
Banner da campanha de Roosevelt e o surgimento do New Deal Liberalism, cuja internet tem bastante material a respeito, mas em inglês.

Vejam, abaixo, como a esquerda americana já se utilizava desse jogo de palavras:

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Tradução: A liberdade da democracia não está segura se as pessoas tolerarem o crescimento do poder privado a um ponto onde ele se torne mais forte que o próprio Estado Democrático. Isso, em essência, é F*sc*sm* - a propriedade do governo por um indivíduo, por um grupo, ou qualquer forma de controle privado6.

Percebam o veneno implícito nessas palavras. Meu comentário está nas notas de rodapé.

Era fácil de criticar o socialismo em um país onde o ideal marxista era diametralmente oposto aos princípios da nação americana, contudo o conceito de “liberdade” do “don't tread on me” estão muito presentes naquele povo. Se revestir de liberdade tornou sua candidatura muito mais palatável, afinal “liberal” é uma 'coisa boa', posto que “socialista” ou “progressista”, não eram. No pacote vinha incluso um discurso “anti-bigodista” (entre aspas), muito afável a uma nação fundada sobre valores do republicanismo, talvez até por isso o comunismo nunca tenha prosperado por lá.

A Semiótica é algo extremamente complexo, podendo se ramificar para áreas da psicologia (Gestalt) e até da neurolinguística. Esta ilustração é um pentelho de pulga perto do todo, que possui uma vastidão absurda e até conceitos filosóficos (presentes em abundância na obra de Umberto Eco e Noam Chomsky).
A Semiótica é algo extremamente complexo, podendo se ramificar para áreas da psicologia (Gestalt) e até da neurolinguística. Esta ilustração é um pentelho de pulga perto do todo, que possui uma vastidão absurda e até conceitos filosóficos (presentes em abundância na obra de Umberto Eco e Noam Chomsky).

Onde mora o perigo? Se você respondeu “na manipulação da opinião pública pela mídia” você ERRRROWW! Cada vez menos pessoas politizadas dão credibilidade à mídia, cada um vai procurar a informação na fonte que a apresente com seu viés, de preferência já embalada com um panfleto para fazer proselitismo, não adianta dizer que não, porque ambos o fazem, o que significa que os lados “polarizados” já compreenderam o cerne da questão, então não estão “alienados” como diria o Barbudão do Capital.

O grande perigo mora na engenharia social que essas técnicas empreendem, no poder de moldar a opinião de uma maioria silenciosa que só liga pra política na hora de apertar os benditos botões na urna eletrônica, cuja busca por informações políticas se resumem em chamadas do telejornal ou na banner da Folha de São Paulo promovida na timeline do seu Facebook enquanto vê memes e fotos de gatinho.

Banners que utilizam de manchetes sensacionalistas, mas que se blindam com uma roupagem de sensatez, causam um gigantesco impacto nas pessoas normais cujo conhecimento de senso comum é o que as governa. A narrativa pode até não pegar, mas o impacto daquelas palavras fortes fica martelando o subconsciente das pessoas que, no choque do momento, acabam compartilhando notícias com grande indignação, cuja militância deveria ter sangue frio para verificar e desconstruir com toda a paciência, educação e clareza, mas poucos o fazem! Agem com histeria equiparada a de um esquerdista maconheiro que chama de “bigodista” todos aqueles que não entendam “dedada no forevis” como arte e que ousam se limitar ao conceito da biogenética, na qual a espécie humana nasce do sexo masculino ou feminino. A essa altura, não importa se a narrativa já foi refutada, o estrago é feito de outra forma: no aceite involuntário de certas premissas impostas pelo debatedor, e a arte do debate é algo muito mais fulcrado na inteligência emocional do que no próprio conhecimento sobre o assunto. O vencedor do debate, normalmente, é aquele mantém o equilíbrio quando interpelado.

Em meio à toda aquela confusão da Secretaria de Cultura, fiquei apavorado com alguns discursos de idiotas úteis da direita quando atacados pela esquerda: tinha de tudo um pouco, desde gente minimizando a monstruosidade que foi o bigodismo, passando por pessoas que simplesmente rebatiam com o fato de que o Comunismo matou 6 vezes mais, chegando até ao absurdo de apoiar o ex-secretário, afinal “o discurso ipsis litteris não continha um teor supremacista”7.


Pra
quem ainda não entendeu a&nbsp;<b>MERDA</b>&nbsp;que o Sr. Roberto Alvim fez,
quem sabe ilustrando fica mais fácil de entender... (Cara, o Goebbels tá
parecendo um hobbit nessa foto!)
Pra quem ainda não entendeu a MERDA que o Sr. Roberto Alvim fez, quem sabe ilustrando fica mais fácil de entender... (Cara, o Goebbels tá parecendo um hobbit nessa foto!)

Quanto aos idiotas úteis da esquerda, nenhuma surpresa: transformaram o bigodismo em um simples xingamento, reduzindo seu significado - quando com maior profundidade – a uma variação mais agressiva do termo “racista” e aplicada a qualquer coisa contrária a pauta progressista e globalista, já que o nacionalismo é imediatamente associado ao bigodismo, o que por si só já é absurdo.

Quando esse tipo de bosta é propalada por um pateta anônimo no Twitter, daqueles que têm aquela bandeirola triangular vermelha do lado do nome, ainda “passa”... o problema é quando alguém entre esses caras que tenha alguma notoriedade começa a aplicar isso de forma indiscriminada, que foi o caso do Sr. Anderson França, da Folha de São Paulo, que publicou um texto com charges insinuando que uma dupla sertaneja8 (que eu nem acredito ser apoiadora do Bolsonaro) era “bigodista” porque não rasgou as pregas do rabo com o discurso de um cara que já havia sido demitido e depois publicou uma montagem do símbolo da Polícia Militar com a Suástica dentro9.

Anderson França não tomou nenhuma reprimenda por suas postagens lamentáveis, sequer foi aventada a possibilidade de ser arrolado no inquérito dos atos anti-democráticos por solicitar o fim de uma instituição democrática (a polícia) e associá-la ao bigodismo. Será que se alguém considerado “bolsominion” associasse um certo careca ao Heinrich Himmler e um certo tribunal à Wafen-SS ele não estaria com uma tornozeleira eletrônica no pé?
Anderson França não tomou nenhuma reprimenda por suas postagens lamentáveis, sequer foi aventada a possibilidade de ser arrolado no inquérito dos atos anti-democráticos por solicitar o fim de uma instituição democrática (a polícia) e associá-la ao bigodismo. Será que se alguém considerado “bolsominion” associasse um certo careca ao Heinrich Himmler e um certo tribunal à Wafen-SS ele não estaria com uma tornozeleira eletrônica no pé?

Se essa tropa de aloprados soubesse que o bigodismo era muito mais profundo do que isso e que fora de um contexto histórico e temporal da Alemanha no Pós-Primeira Guerra perde-se totalmente o significado (como demonstrarei adiante), eles teriam uma tela azul seguida de um superaquecimento da placa-mãe!

Convencionou-se a associar as atrocidades da Ultragaz apenas com o extermínio dos 6 milhões de judeus, homossexuais e negros... A verdade é que, apesar do antissemitismo do Austríaco Nervosinho – que fez questão de externar todo o seu ódio e desumanidade aos judeus sempre que possível – não havia uma “política formal” de extermínio de negros, até pelo pequeno número deles na Alemanha e da ausência de um registro numérico consistente10. Na verdade o maior número de mortos foi o de Eslavos, especialmente na Polônia, onde todos são brancos, loiros e de olhos claros: 12 milhões de mortes, contra 250 mil de deficientes mentais e 15 mil homossexuais.

A ideologia bigodista era racista com tudo aquilo que não fosse essencialmente alemão! Era eugênica, visando construir uma sociedade dotada só pelos “fortes”, que poderiam dar algo à nação alemã, nesse ponto se assemelhando muito a todos os regimes comunistas que costumavam, inclusive, poupar a vida de seus prisioneiros se eles tivessem habilidades que pudessem ser úteis à ditadura.

Para corroborar a “democracia” bigodista ao eleger suas vítimas, chamo atenção para este trecho:

“Os bigodistas também classificaram seus opositores políticos, as Testemunhas de Jeová, os homossexuais e as pessoas anti-sociais como inimigos que colocavam em risco a segurança, uma vez que não apoiavam o regime bigodista ou porque algum aspecto do seu comportamento não se encaixava nas percepções bigodistas sobre as normas sociais. Eles procuravam eliminar pessoas não-conformistas e as chamadas “ameaças raciais” internas na busca por por uma eterna purificação da sociedade alemã.” (grifo meu)

Ou seja, como todo o regime totalitário, ele buscava uma engenharia social para criar uma sociedade homogênea, “sem classes”. Perceberam que despindo o bigodismo de seu cunho nacionalista (no sentido de identidade com a própria Alemanha) ele se torna extremamente genérico? No trecho acima, substitua “bigodistas” por “comunistas” ou “progressistas”, “ameaças raciais” por “ameaças racistas”, “purificação” por “conscientização” e “sociedade alemã” por “povo”, terá a definição do discurso de Mauro Iasi ou de Jean Wyllys.

Se o Bigodismo e o Carequismo são ideologias que unificam NACIONALISMO e socialismo, é IMPOSSÍVEL dissociá-las do contexto em que estão inseridas, ora porra! Por isso que o Comunismo se “deu bem” internacionalmente e o Bigodismo e o Carequismo, no máximo, inspiraram alguns regimes autoritários como os de Franco, Salazar, Vargas e Piłsudski. Em outras palavras, o conceito de Nacional-Socialismo aplicado a um país como o Brasil só seria factual se o cacique Raoni se tornasse um ditador que resolvesse devolver o Brasil às tribos indígenas e, para isso, decidisse eliminar portugueses e espanhóis, os oferecendo a deuses pagãos como sacrifício ou tributo, isso por si só é histriônico, mas é a única forma de existir Nacional-Socialismo em um país onde a população é majoritariamente mestiça.

Já que o assunto é semiose... uma imagem vale mais do que mil palavras!
Já que o assunto é semiose... uma imagem vale mais do que mil palavras!

Se adentrarmos a outros aspectos do bigodismo, como a interferência e o controle do Estado sobre aspectos da sociedade, encontraremos várias convergências com os regimes socialistas, inclusive os mais modernos, como regulação estatal em atividade empresarial, o coletivismo e o discurso “pró-operário”, tudo isso regado à megalomania insana de um desgraçado que deverá passar a eternidade queimando no inferno.

Além do termo “bigodista”, outra palavra deturpada cujo ressignificado me causa grande preocupação é “democracia”. Quando vejo essa palavra sendo proferida pela boca de Gleisi Hoffman, Lula, Guilherme Boulos e outras figuras nefastas, capazes de passar pano para o Comunismo publicamente, meu coração acelera e eu começo a suar frio!

O filme de Petra Costa11, a despeito de seu caráter revisionista e negacionista sobre a tentativa de ditadura engendrada pelo PT por aqui, canta em uníssono o coreto da esquerda desde 2015 e mantém o uso de um jogo retórico muito perigoso: o de substituir os termos “comunismo”, “socialismo”, “esquerdismo”, “progressismo” e afins por “democracia”, numa ginástica mental muito parecida com aquela que Franklin Delano Roosvelt fez com o termo “Liberal”.

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Quem ai já ouviu falar na "Janela de Overton"? Pois é... O movimento dela em direção à aceitação de algo inaceitável é instrumentalizado por esse tipo de "revisionismo linguístico"... Aqui, o #HumanizaRedes - mais uma milícia virtual do PT - tentava relativizar a pedofilia. Pra quem duvida, segue a fonte do Correio Brasiliense (que também não é de direita) confirmando

Aposto com vocês uma passagem só e ida para Pyongyang como se o PT acabar – seja por cassação de registro ou de forma intencional – eles não só voltarão com um discurso mais radical, como também utilizando um nome como: “Partido da Democracia” ou qualquer coisa que enfatize “democracia” em seu significante. Hoje é fácil bater no socialismo, qualquer um se diz “antissocialista”, soa até “cool”, mas alguém teria coragem de se dizer “antidemocrata”? Seria a peça perfeita para encaixar no xingamento de “bigodista” e angariar votos histéricos daqueles que rejeitam a “extrema-direita”, desde os esquerdistas mais ortodoxos até a turminha "sensata" que é assídua espectadora do Jornal Nacional, assina a Crusoé e acessa o Antagonista todo o santo dia.

Esse culto à palavra “democracia” – que se fosse aplicada de forma concreta iria enlouquecer os que hoje se dizem democráticos e sequer aceitam opiniões divergentes – vem do endeusamento à nossa Constituição, escrita sob um pavor injustificado da volta dos Militares ao poder o que, por si só, corroborou o mito fundador da atual esquerda brasileira.

E a apropriação dos esquerdistas de todas essas palavras, esvaziando do signo o significado, é extremamente perigosa, pois eles vão conseguir controlar o debate e conduzi-lo a seu bel-prazer, tal como na novilíngua orwelliana. Permitir que eles continuem deturpando vocábulos, logo produzirá aberrações do tipo:

  • "Sou de direita porque defendo ditadura";
  • "Sou a favor da censura, pois dinheiro público não deve ser usado para financiar artista"
  • "É nosso dever espalhar o ódio";
  •  "Nossas metas são a redução da igualdade social";
  • "Sou a favor da meritocracia, sem essa de diversidade!";
  • "Devemos combater a democracia e todo o mal causado pela esquerda";

...e, por fim, a cereja do bolo:

  • "Defendemos o bigodismo como a única e legítima forma de se combater a democracia"

As frases acima são abjetas, mas acabarão se tornando “obrigatórias” pela ação desses calhordas na linguística, na verdade estaremos tentando dizer o oposto12.

Com essa direita despreparada e arrogante que temos (paga de empreendedora e visionária, mas não consegue gerir nem um carrinho de pastel) e com uma esquerda bem organizada, que ocupou todos os espaços e não tem vergonha de ser militante, isso pode ter consequências terríveis! Se ainda duvidam, leiam 1984 e feliz 2022!

Notas de Rodapé:

1 A primeira edição deste livro foi publicada em 1949, logo após a Segunda Guerra Mundial e no início da Guerra Fria. É muito importante captar essa temporalidade e o momento histórico onde isso foi publicado, pois naquele momento os países comunistas eram muito fechados e a informação não tinha o alcance dos dias atuais, isso nos demonstra a visão de Orwell que, mesmo tendo feito duríssimas críticas ao socialismo, jamais deixou de ser um esquerdista até o tutano.

2 O personagem principal do livro, Winston Smith, era um funcionário do Ministério da Verdade, um órgão de controle da mídia e da história que se encarregava de eliminar fatos e notícias contrárias ao regime de Big Brother, produzindo uma realidade paralela e totalmente apartada da verdade, sob forte influência da propaganda totalitária.

3 Não é possível exprimir de forma visceral os conceitos de novilíngua e duplipensar em uma simples nota de rodapé, é necessário ler o livro para ter a plena concepção do que é e de como isso se aplica. Basicamente são manipulações linguísticas com o intuito de suprimir do idioma nativo palavras que permitam críticas a Big Brother e ao Ingsoc, utilizando de manipulação dos signos, conotações contraditórias e dúbias.

4 Quando os intelectuais da Escola de Frankfurt se refugiaram nos E.U.A. fugindo do bigodismo, não demoraram muito para aduzir que a sociedade dos Estados Unidos era tão bigoduda quanto a Alemanha do final da década de 30, utilizando isso como panfleto para suas teorias baseadas em dialética negativa.

5 Citado por Flávio Morgenstern em “Política Além das Aparências”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P3dqpZmCM8I, acesso em 22/01/2020.

6 Quote disponível em: https://www.flickr.com/photos/theamericanliberalreview/14479674345/, acesso em 24/01/2020. Meu comentário sobre: Mussolini - o grande ícone do carequismo - definia sua ideologia como o domínio COMPLETO do indivíduo pelo Estado! Ver idiotas chamando a direita de "neocarequismo liberal" é tão bizarro quanto defender Terra Plana e Ideologia de Gênero! Isso sim é puro revisionismo, perpetrado de forma canalha com fins canalhas! Perceba como ele, usando de premissas verdadeiras – como o antagonismo do Fascismo à Democracia e à Liberdade – relativiza a própria definição do carequismo de modo a invertê-la a seu favor.

7 Apesar de eu não gostar da ideia do Estado ditando a cultura – que é uma manifestação orgânica do povo – o excerto de Goebbels não fala nada sobre supremacia racial, contudo utilizar um cúmplice de um regime satânico, que ceifou 25 milhões de vidas, como inspiração para qualquer coisa é, no mínimo bizarro! Eu sou amplamente favorável a uma investigação criminal sobre todo esse circo, pois nenhuma das versões apresentadas me convenceu e eu acho que o buraco é muito mais embaixo.

8 Matéria da revista “Isto é”: https://istoe.com.br/associadas-ao-nazismo-maiara-e-maraisa-devem-processar-folha-de-s-paulo/ , acesso em 24/01/2020. Se até uma revista que ataca bastante esse governo achou isso bizarro, o que dizer de nós?

9 Matéria da revista Veja: https://veja.abril.com.br/brasil/pm-sp-processara-escritor-que-ligou-corporacao-ao-nazismo-em-charge/, acesso em 24/01/2020.

10 Conforme reportagem do Deutsche Welle, apesar de existir propaganda bigodista “anti-negra”, os dados historiográficos acerca do destino de Afrogermânicos são insuficientes para se apontar uma magnitude factual, embora seja inegável que eles foram sim alvo de perseguição e extermínio. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/negros-v%C3%ADtimas-esquecidas-do-nazismo/a-675862, acesso em 23/01/2020.

11 O malfadado “Democracia em Vertigem” no Lacraflix.

12 Na novilíngua esquerdista, ditadura é conservadorismo (ou qualquer coisa cara à direita); censura é não fomentar com dinheiro público; ódio são valores cristãos; igualdade social é intervenção do Estado na vida social; diversidade é cota; democracia é comunismo; bigodismo é conservadorismo (ou qualquer coisa cara à direita) e assim eles dirigem o discurso.