A Teoria das Pílulas
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A Teoria das Pílulas

Brown Pill? Grey Pill? Conheça uma versão diferente da teoria da "Red Pill"

Zé do Posto
12 min
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Uma simples escolha ou uma reação complexa às crenças e à realidade?
Uma simples escolha ou uma reação complexa às crenças e à realidade?

1.     Introdução

Rótulos e catalogações são conceitos coletivizantes que limitam o “ser” a possibilidades pré-determinadas por quem traçou os paradigmas do dito catálogo. Ayn Rand tecia críticas ao coletivismo sempre fazendo uma correlação com o totalitarismo, nas palavras dela “Totalitarismo é coletivismo”, afinal, a premissa do totalitarismo é que uma ideologia dominante seja a matriz daquele grupo social, logo a individualidade e o contraditório viam-se cerceados.

Portanto, quando se rotulam comportamentos, idéias, pessoas ou quaisquer coisas que dependam da subjetividade para desenvolver uma personalidade singular, estamos a alijar o ser por meio de uma censura pré-estabelecida, tal como Rand apregoava: “Coletivismo significa a subjugação do indivíduo a um grupo - não importa se a uma raça, classe ou estado. O coletivismo sustenta que o homem deve ser acorrentado à ação coletiva e ao pensamento coletivo em prol do que é chamado de ‘bem comum’”

Este artigo tem o objetivo de ilustrar, de forma objetiva, a “Teoria das Pills” por uma perspectiva neotomassiana[1] e servirá como um apoio aos conteúdos que serão produzidos tanto neste blog como no canal do YouTube, exatamente como o Glossário[2], que recorrentemente deve ser consultado.

Advirto que jamais se deve levar esse discurso ao pé da letra, como se tudo fosse um axioma infalível, um ponto exato como uma função matemática, até porque idéias estão sempre num incessante processo de transformação dialética e sincretizada.

2.     Por que “Red” e “Blue”?

Os termos “Red Pill” e “Blue Pill” foram cunhados em Matrix e disseminados como análogos a várias teses filosóficas diferentes.

O azul, na cromoterapia, é uma cor que remete à tranqüilidade, às “águas conhecidas”, à linearidade de uma vida comum, seguindo os passos de nossos pais e avós, muitas vezes buscando sonhos que eram deles ou imposições sociais de sucesso e destaque.

Entendo que a Blue Pill é aceitar essa condição, é projetar sua vida por um caminho pré-determinado e conceber esse caminho como o único, o marco zero de qualquer projeto de vida ou jornada de desenvolvimento parte de uma concepção Blue Pill.

Portanto, o universo Blue Pill é uma idealização, uma espécie de modelo a ser seguido, seja através de uma tendência, como a “Cultura do Adulto Brasileiro” que consiste em estudar, se formar numa conceituada universidade e arrumar um bom emprego, seja no Poder Público ou em uma Multinacional; seja através do conceito americano, que é casar, constituir família e viver em função dessa família; o modelo “empreendedor” que é abrir o negócio e se dedicar exclusivamente à expansão e diversos outros modelos que reúnem consigo a capacidade de alienar aqueles que acreditam neles como única forma de viver como a de frustrar aqueles que não obtêm sucesso no que é prometido.

O vermelho não vem de uma simbologia psicanalítica, mas da hermenêutica bíblica e de alguns pressupostos um tanto quanto gnósticos. Em Genesis 3:5, Eva replica à Serpente: “Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.” Portanto a Red Pill seria uma referência ao fruto proibido, que a Teologia aduz como sendo uma maçã (Do latim “lignum scientiae bonus et malum[3], a palavra “malum”, que significa “mal” se assemelha com “malus” que significa maçã, logo a associação de mal e maçã era automática, e maçãs são vermelhas).

Caberia uma discussão teológica sobre Deus, supostamente, desejar os humanos na "Matrix" e o Diabo (serpente) os "libertar" através da Red Pill? Seria o MGTOW uma ode ao gnosticismo?
Caberia uma discussão teológica sobre Deus, supostamente, desejar os humanos na "Matrix" e o Diabo (serpente) os "libertar" através da Red Pill? Seria o MGTOW uma ode ao gnosticismo?

O efeito da pílula é o de desvelar a realidade, conforme Genesis 3:7: “Então os seus olhos abriram-se; e, vendo que estavam nus, tomaram folhas de figueira, ligaram-nas e fizeram cinturas para si.”

Apesar de muitos que descobrem e assimilam a Red Pill se arrogarem de uma pretensa superioridade intelectual, isso não é verdadeiro. Conhecer a verdade e compreender em que contexto ela se aplica em sua vida é uma informação valiosa mas que não implica em um superioridade intelectual, a grande vantagem disso está na resiliência e numa espécie de anticorpo para a frustração.

A frustração é um sentimento exclusivo de quem nutre expectativas, portanto é presente no pessoal que está na Blue Pill, porque ele se sente “enganado” pelo universo, por Deus, por qualquer representação que ele acredite ter controle do seu futuro. Dificilmente um Red Pill irá se frustrar, porque ele não alimenta esperanças sobre aquilo que ele não possui controle e transforma em resiliência a frustração advinda de fracassos pessoais.

Será que motivação e autoconfiança em excesso são receitas certas para a frustração? Será que abdicar do pessimismo e abraçar o "pensamento positivo" não é o que tem criado mais pessoas deprimidas?
Será que motivação e autoconfiança em excesso são receitas certas para a frustração? Será que abdicar do pessimismo e abraçar o "pensamento positivo" não é o que tem criado mais pessoas deprimidas?

Tratar como “realidade” e “ilusão” cada uma das pills é apenas o início do entendimento de seu conceito que vai muito além de uma simples escolha, como aludido no filme “Matrix”, mas lidar com as consequências dessas escolhas.

3.     A Red Pill e o Niilismo Deleuzeano

Em Genesis 3:7 o conceito de Red Pill é demonstrado muito antes da civilização humana existir e, como em toda aquisição de conhecimentos que põem à prova crenças anteriores, aquilo era um caminho sem volta, algo que mudaria o curso da vida da pessoa que tinha contato com ela, tal como ocorreu no Jardim do Éden.

A realidade (na alegoria bíblica representada pela nudez) foi chocante, mexeu com as emoções de Adão, que se escondera de Deus para não ser visto daquele jeito. Normalmente quando alguém é confrontado com uma verdade que provoca uma disrupção em suas crenças pode ter, a priori, quatro reações baseadas nas formas de Niilismo propostas por Gilles Deleuze:

1.       Niilismo Negativo, que originalmente é a negação do mundo real por um mundo superior extra-mundano, como se a representação da "Matrix" fosse um escapismo calcado na religião. Em um plano meramente material/social seria o de negar esse “choque” e rotular como “louco” aqueles que aderem a ele, agarrando-se à Blue Pill e combatendo quem tentasse lhe tirar daquela “Matrix”. Esta reação é presente no pessoal do PUA que faz militância, como se tornou o Nerd Sedutor ou o Édson Castro do Manual do Homem Moderno.

Édson Castro e Rafael Lopes são exemplos de homens que conheceram e rejeitaram a Red Pill
Édson Castro e Rafael Lopes são exemplos de homens que conheceram e rejeitaram a Red Pill

2.       Niilismo Reativo, que Deleuze colocou como a reação ao mundo imperfeito, oriunda do conceito nietzschiano da “morte de Deus”, porém dissociado dos rumos mundanos: o mundo permanece em movimento, permanece existindo, apesar de "Deus estar morto". Em “Matrix”, Neo se enfureceu ao saber da verdade, o que popularmente se convencionou a chamar de “The Red Pill Rage” ou “Ragepill”, estágio que deve ser transitório sob pena de provocar danos psicológicos na pessoa. Neste estágio encontram-se muitos inscritos de canais da machosfera.

Muitos homens, principalmente os mais jovens, adentram na "Rage Pill" quando vêem que a teoria faz sentido e explica muitos de seus infortúnios
Muitos homens, principalmente os mais jovens, adentram na "Rage Pill" quando vêem que a teoria faz sentido e explica muitos de seus infortúnios

3.       Niilismo Passivo, onde a “morte de Deus” retira o sentido da vida, um conceito em que Deus e o mundo estão associados intimamente e que a “morte” dele implica em uma taxativa impossibilidade de um futuro ideal. Enquanto o Niilismo Reativo da “Ragepill” pode cultivar uma certa fobia social no sujeito, o Niilismo Passivo pode levar o sujeito a um quadro de sociopatia ou depressão profunda, fazendo-o atentar contra a própria vida ou a de terceiros, que ele culpe por "matar a Deus". É o que se convenciona a chamar de “Black Pill” já que a cor preta remete à escuridão, às trevas. Neste plano encontramos todos os processadores Pentium.

Ellitot Rodger, um processador pentium[4] que tirou a vida de pessoas nos Estados Unidos efetuando disparos
Ellitot Rodger, um processador pentium[4] que tirou a vida de pessoas nos Estados Unidos efetuando disparos

4. Niilismo Ativo, quando a depressão é superada pela força e a “Red Pill” é assimilada em seus pontos positivos. O indivíduo volta-se para si, em uma criação de valores e auto-afirmação (no sentido positivo do termo). Em um conceito nietzschiano, ele estaria no caminho para o “ubermansch”, superando o homem. É o oposto da pílula preta, portanto é a “luz” ou “White Pill”, onde o conhecimento da verdade é convertido em força, o branco significa a pureza, a plenitude. Neste estágio vejo o Ricardo Thomé, o Duarte Henrique e também o Matheus Copini.

"Tornar-se uma pessoa melhor" é a maturidade plena da "Red Pill", ensinamentos que Thomé e Duarte tentam transmitir
"Tornar-se uma pessoa melhor" é a maturidade plena da "Red Pill", ensinamentos que Thomé e Duarte tentam transmitir

Em uma perspectiva gnóstica o escarlate é a cor da aura do iluminado, que, quando domina o conhecimento atinge seu último estágio, de plenitude, portanto, em uma visão esotérica, a única forma de se atingir o pleno desenvolvimento seria enfrentando a provação de confrontar a verdade e se desenvolver através dela.

Caberia aqui um debate teológico sobre essa relação entre a gnose e a Red Pill que poderia referendar os argumentos do Paulo Kogos[5] sobre o “MGTOW ser uma ‘ideologia’ anti-cristã” (a propósito, confira meu vídeo resposta a isso), porém o fato de uma alegoria gnóstica ter sido usada, muito mais em alusão à cultura pop, não dá lastro para isso. Poder-se-ia aferir ao filme (Matrix) traços gnósticos e até satanistas seguindo por essa linha, mas isso seria assunto para outro texto.

4.     O “sincretismo” das pills

Em um plano prático a Red Pill acaba não tendo um fim em si mesma e a reação à ela é o que determinará quais rumos o sujeito vai tomar, portanto ele pode aplicar este conhecimento da forma como lhe for conveniente, desde negá-lo e permanecer na matrix até tentar dominar a matrix, daí temos algumas ramificações, como as que projeto abaixo.

Um cara que não abandona o “plano blue pill” de constituir uma família pode tentar obter sucesso nisso com os conhecimentos que teve pelo despertar, chamando-se de “Purple Pill”, já que a mistura do azul com o vermelho resulta no roxo. Pode-se ter uma discussão sobre uma sub-divisão na Purple Pill, a magenta ou a lilás que varia de acordo com o papel que o cara dará à figura feminina na vida dele onde teoricamente o magenta seria um cara que rechaça relacionamentos de longo prazo em qualquer hipótese e o lilás o que admite isso ou mesmo um casamento próximo dos moldes tradicionais, personagens notáveis temos o Bruno Giglio do Social Arts e o próprio Rollo Tomassi.

“Purple Pill” é o "redpillado" que não abre mão dos relacionamentos de longo prazo, mas não os idealiza e isso é o que os difere dos "Blue Pill"
“Purple Pill” é o "redpillado" que não abre mão dos relacionamentos de longo prazo, mas não os idealiza e isso é o que os difere dos "Blue Pill"

Quem desenvolve uma visão pessimista de mundo mas tenta sobreviver a ele por meio do autoconhecimento e aprimoramento, eu chamo de “Brown Pill”, a pílula marrom. Ela se difere da “White Pill” porque o pessimismo é mantido, mas não chega à “Black Pill” porque já foi assimilado o verdadeiro sentido da “Red Pill”, onde o idealismo é rejeitado convertendo o ímpeto e o fatalismo numa visão introspectiva, no qual o sujeito vai optar pelo seu bem-estar, também é conhecida como “Monk Pill” cujo objetivo principal é desenvolver-se e aproveitar este desenvolvimento na solitude. Neste plano eu classifico os Vikings e o Dom Sandro, além de ser a base da filosofia da sigla MGTOW.

Relacionamento é, impreterivelmente, uma fria! Você deve superar seus instintos primitivos como uma forma de se blindar de vulnerabilidades, esta é a filosofia da "Brown Pill"
Relacionamento é, impreterivelmente, uma fria! Você deve superar seus instintos primitivos como uma forma de se blindar de vulnerabilidades, esta é a filosofia da "Brown Pill"

Temos, também, a “Honk Pill” (Honk = Buzina, fazendo alusão ao adereço de palhaço), onde o humor se torna uma forma de escapismo e até de resiliência. Honk Pillers são, em sua grandiosa maioria, “Brown Pills” que não levam tudo tão a sério e fazem com que o humor seja um grande antídoto para a “Rage Pill”. O grande ícone, no Brasil, é o amigo do Platinho, Wojak que tá intimado a passar na porta da PUC pra sair na porrada com o Platinho.

Olha, ser ameaçado por esse campeão mundial do "peso mosquito" e fazer piada, é realmente levar a vida no humor... Eu estaria me cagando de medo de passar perto da PUC, Wojak é o cara da Honk Pill mesmo
Olha, ser ameaçado por esse campeão mundial do "peso mosquito" e fazer piada, é realmente levar a vida no humor... Eu estaria me cagando de medo de passar perto da PUC, Wojak é o cara da Honk Pill mesmo

E, agora, em uma visão de minha autoria, jaz a rejeição à modernidade e à própria humanidade. Esses predicados pressupõem um niilismo implacável como o da Black Pill,  mas aquele que toma este rumo permanece de pé, lutando, porque ainda lhe resta a esperança. Em uma leitura mitológica, a caixa de Pandora libertou todo o mal da humanidade, os sete pecados capitais e também a esperança, em God Of War 3, Pandora dizia a Kratos que "a esperança é que nos faz fortes, é o porquê de estarmos aqui, é o que nos faz lutar quando tudo mais parece perdido".

Em um olhar nietzschiano, a esperança seria também uma espécie de punição divina, pois faria com que a humanidade acabasse enfrentando o suplício na expectativa de poder reverter uma sorte inexorável.

Teríamos, nesse cenário, uma fusão da Black com a White Pill dando origem à “Grey Pill”, a pílula cinza, onde apenas a esperança sustenta o sentido à vida que a “morte de deus” provocou e, através da esperança, o “grey pillado” tenta reverter o máximo de pessoas deste abismo. A “esperança”, no caso, está muito atrelada à espiritualidade, à Palavra de Deus, à fé propriamente dita... Através disso rejeita-se o Niilismo e se busca a luz, porém mantendo a visão pessimista de mundo como uma defesa indispensável. Neste quadrante encontram-se o Newman e Eu.

A esperança é a única coisa que pode tirar alguém de uma areia movediça de niilismo e depressão e, por mais que a razão te diga que tudo está perdido, uma força interior te faz não envergar e continuar lutando. Esse é o caso do Newman e o meu
A esperança é a única coisa que pode tirar alguém de uma areia movediça de niilismo e depressão e, por mais que a razão te diga que tudo está perdido, uma força interior te faz não envergar e continuar lutando. Esse é o caso do Newman e o meu

Evidentemente que essas catalogações não implicam em uma concordância plena entre seus representantes e nem que esses modelos ou metodologias sejam infalíveis, aliás, pessoas podem transitar por cada estágio. Este texto é apenas um ensaio com muita coisa opinativa que fiz pela minha visão de mundo.

5.     Considerações Finais

Por mais que os rótulos sejam limitantes – e por isso que, mesmo tendo feito este ensaio eu os rejeito quase que completamente – a catalogação de assuntos, objetos e vertentes é um instrumento muito útil para a introdução de novos adeptos e estudiosos em alguma área, porém, a tendência é que, conforme haja um amadurecimento intelectual, esses rótulos sejam despojados de seu repertório ou, quando muito, utilizados para fazer referências generalistas ou associativas rápidas, já que a coletivização pressupõe uma rápida acepção de certos padrões.

O importante aqui é compreender que os conceitos não são lineares, como no famoso diagrama político que emula, em um plano cartesiano com eixos econômicos e morais, qual seria o espectro da “ideologia”, como se fosse impossível haver uma posição distinta daquelas predeterminadas, o que ensejou debates contraproducentes sobre a posição do bigodismo e do carequismo em tais diagramas.

A divisão aqui é ora mais estanque, como nos conceitos primários de Blue Pill e de Red Pill, e as demais partem do impacto que a Red Pill terá em suas vidas, como essas pessoas vão lidar com esse choque e assimilar a informação, se vão rejeitar os relacionamentos (Black e Brown Pill) ou  se vão se manter no jogo sendo, porém, muito mais seletivos (Purple, Grey e White Pill). Se serão otimistas (Purple e White Pill) ou pessimistas (Black e Grey Pill). Se vão se voltar para si mesmos (Brown Pill) ou se vão continuar lutando por algum objetivo ou ideal (Grey Pill).

Perceba que a coloração das pílulas é flutuante e não é estanque, a única coisa estanque é a barreira da realidade e da ilusão.

[1] Ver Rollo Tomassi e “The Rational Male”, primeiro autor a utilizar as analogias da franquia “Matrix” às relações sociais. Denomino como “neotomassiana” porque a abordagem dada se estende para a metafísica e para aspectos além da praxis, que é o que embasa toda a teoria exposta no livro em tela.

[2] Disponível em: https://pingback.com/pseudoinstrospeccao/glossario-significado-dos-codigos-eufemistas-anti-censura, acesso em 11/12/2021.

[3] Livre tradução: “árvore do conhecimento do bem e do mal”

[4] Não sabe o que é isso? Procure aqui: https://pingback.com/pseudoinstrospeccao/glossario-significado-dos-codigos-eufemistas-anti-censura

[5] Ver o vídeo resposta dele ao Viking de Óculos: https://www.youtube.com/watch?v=7vT9k8KAlYI