O Divórcio foi o tiro fatal do feminismo
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O Divórcio foi o tiro fatal do feminismo

Sim, o divórcio é a escravidão de nosso ego e nossos vícios se travestindo de liberdade!

Zé do Posto
10 min
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Texto original escrito em 19/09/2017, revisado e atualizado em 22/08/2021:

Quando um divórcio passa a ser apenas questão de tempo é sinal de que a sociedade está gravemente doente<br>
Quando um divórcio passa a ser apenas questão de tempo é sinal de que a sociedade está gravemente doente

Este texto não é uma verdade absoluta, apenas tem a finalidade momentânea de questionar a mutação social gradual e o uso do Deus Mercado para fins progressistas, o que mostra que o Capitalismo é apenas um sistema econômico e não uma bandeira política, tanto que até o mais vermelho dos esquerdistas (como Xi Jinping) parou de combatê-lo de fato.

Antes de discutirmos "divórcio", temos que discutir o que é Casamento.  A instituição do casamento formal remonta do Direito Romano, do conceito de Pater Familias, onde cada família se regia com poderes de autoridade política e se estendiam para além dos laços sanguíneos daquele clã.  Através da instituição do casamento os nomes e propriedades das famílias eram perpetuados e, na antiguidade, o poder familiar era muito grande sendo o casamento a oportunidade de firmar alianças entre clãs, buscando pouco a pouco uma hegemonia de poder.

Vamos nos ater ao "casamento cristão", já que a nossa civilização é essencialmente Cristã, mesmo pessoas que não são religiosas ou cristãs vivem sob o padrão civilizacional do Cristianismo. 

Sob essa perspectiva, o casamento é um sacramento, uma união espiritual entre filhos de Deus para constituir família à luz do evangelho. Na Idade Média, a Igreja institucionalizou o matrimônio, inseriu Cristo na família e lhe deu a bênção nupcial, valorizando também a condição feminina - o que podemos ver na etimologia de "Matrimônio" (que vem de mãe, matriarcado).

A constituição de uma família - da idade média à pré-modernidade - era o principal objetivo dos indivíduos, por diversos motivos, desde a manutenção de patrimônio e poder até a realização do "amor romântico".<br>
A constituição de uma família - da idade média à pré-modernidade - era o principal objetivo dos indivíduos, por diversos motivos, desde a manutenção de patrimônio e poder até a realização do "amor romântico".

 Até meados da década de 70 era muito comum que as famílias se organizassem, impreterivelmente, com a mulher em casa cuidando do lar e da prole e o homem trabalhando para prover materialmente a família, tarefas delineadas rigorosamente e com o amor e a parceria como amálgama.

À mulher cabe a diplomacia e a serenidade para administrar os conflitos do cotidiano e manter a família sob seu julgo moral, sob sua supervisão e autoridade, em decorrência disso o poder da “mãe” é tão influente, inclusive em querelas judiciais pela guarda dos filhos. Ao homem cabe a proteção e a segurança exercendo, portanto, o papel de autoridade máxima da unidade familiar, o papel do "pai". Um homem alijado de sua masculinidade - seja desprestigiado pela esposa, destituído de poder material ou desonrado perante a sociedade - é uma autoridade fraca e aquela família estará em iminente ameaça.

A família em harmonia é aquela onde ambos se completam e sua presença constante garante à instituição familiar um sólido alicerce contra quaisquer ataques subversivos ou influências perniciosas do ambiente externo. Por isso há a necessidade de que os pensamentos e objetivos dos nubentes sejam os mesmos, algo muito complicado de se conseguir num presente onde o individualismo é tão exaltado.

A partir do final da década de 80 e início da década de 90, quando o divórcio – até então tratado como um tabu – passou a ser introduzido pouco a pouco na vida cotidiana, este papel firmemente delineado passou a se distorcer até ruir por completo.

O divórcio é o resultado de conflitos que surgem quando o casal toma rumos individuais de pensamento e objetivos e passam a medir forças entre si, muito em razão da cultura onde estão imersos.
O divórcio é o resultado de conflitos que surgem quando o casal toma rumos individuais de pensamento e objetivos e passam a medir forças entre si, muito em razão da cultura onde estão imersos.

Pouco a pouco deixou de ser um tabu se tornando banal e, por conseguinte, banalizando a instituição do casamento em seu âmago. Ora, casar-se, até então, era uma decisão delicada que implicava em assumir um compromisso sério para o resto da vida, as pessoas costumavam ser bastante cautelosas em relação a isso. Os matrimônios eram precedidos de longos anos de namoro e noivado e, ainda assim, nada era garantia de sucesso.

E foi superestimando essa incerteza que as nossas queridas feminazistas conseguiram emplacar o divórcio e pulverizar o matrimônio, sempre com um discurso eivado de desfaçatez e sofisma, prometendo mundos e fundos mas entregando também uma dívida salgada.

Os direitos da mulher em um processo de separação são bastante generosos, justiça seja feita, pela sua primazia na guarda dos filhos. Ocorre que o homem não pode trabalhar para simplesmente dar todo o seu salário em pensão alimentícia, isso iria ferir de morte o princípio da razoabilidade, pois ele renunciaria o fruto de seu trabalho em prol de terceiros, razão pela qual o legislador estabeleceu um teto para a quantia a ser paga, normalmente 1/3 dos vencimentos.

Agora, sejamos sinceros: qual a possibilidade de uma pessoa sustentar uma casa com 1/3 do valor que outrora recebia integralmente? Nenhuma, isto é óbvio! E qual foi a solução? O Mercado de Trabalho, é claro!

Até então a inserção da mulher no mercado de trabalho era muito mais tímida e restrita às áreas estereotipadas como escolas primárias, serviço social e algumas poucas áreas profissionais liberais, e normalmente abandonavam a carreira quando se casavam para dedicarem-se ao outrora nobre papel de esposa, poucas continuavam trabalhando, normalmente quando eram muito pobres e tinham que ajudar a manter a casa.

Quando o nicho que lhes ofertava trabalho ficou saturado, elas se viram obrigadas a buscar qualificação e competir com homens em outras áreas, e é ai que vem a parte mais espinhosa deste texto: ESTA FOI A PIOR COISA QUE PODERIA TER ACONTECIDO.

Pronto, agora essa turba vai vir me agredir... (PS: tem uma velha da idade da minha vó na frente da "sapatão, preta puta" [sic]! Que vergonha alheia!)
Pronto, agora essa turba vai vir me agredir... (PS: tem uma velha da idade da minha vó na frente da "sapatão, preta puta" [sic]! Que vergonha alheia!)

Calma, feminazis e manginas! Antes de me chamarem de misógino, maxxxista, faxxxista e taxxxista, tenham a decência de ler todo o texto e pensarem com o pouco de massa encefálica que vos resta. Lembrem-se de que se prosseguiram até aqui foi porque leram a nota que escrevi no início do texto.

Vamos explicar porque o ingresso artificial da mulher no mercado de trabalho foi uma coisa péssima, sem passionalidade, apenas com racionalidade.

1. Aumento absurdo e abrupto na oferta de mão de obra

Lembro-me que teci uma crítica bem forte à Reforma Trabalhista do Vampirão Temer, especialmente por conta da nova lei de imigração.Havia dito que flexibilizar as relações de trabalho com uma iminente oferta de mão de obra oriunda de países miseráveis – pessoas que aceitariam quaisquer cláusulas absurdas em um contrato de trabalho pois estavam fugindo de uma situação de miséria – era uma receita certa para a desgraça.

Em uma escala parecida isso aconteceu quando os divórcios se multiplicaram e só não resultou em uma explosão de desemprego porque o Brasil estava com a economia em ascensão pela abertura do mercado e a estabilização da hiperinflação. Ainda assim o número de postulantes ao mercado é infinitamente superior ao número de vagas, o que implica num poder de barganha descomunal do empregador e na redução média de salários, agravadas por um ônus que originalmente não era das mulheres: o de prover a família.

Em países ricos isso não foi um problema porque a economia acompanhou esse crescimento. Muitas pessoas enxergaram uma oportunidade de abrir seus negócios e, ao invés da economia implodir, ela cresceu de maneira formidável.

2. Dupla jornada

Toda mulher reclama disso, sejam as conservadoras ou até mesmo as feminazis. O que foi conquistado não é uma mera “ocupação do espaço masculino” e sim um acúmulo desse ônus com as atribuições de uma mãe de família. O homem executivo continua sendo o que era antes, já a mulher executiva não deixou de ser a mãe das crianças para se dedicar exclusivamente à carreira, chega em casa e precisa dar atenção aos filhos no pouco tempo que tem, atenção esta que é exigida pelos filhos e quase que exclusivamente à mãe, justamente por sua condição de mãe.

No que isso tudo implica? Desde uma maior oneração da Previdência Social - uma vez que as mulheres tendem a se afastarem muito mais do que os homens, especialmente por gravidez e doenças com os filhos nos primeiros anos de vida – até na procrastinação e, em alguns casos mais extremos, desistência de ter filhos, sendo estes preteridos pela carreira.

O resultado disso vemos em duas partes do globo: no Brasil a Previdência incha e – aliados aos inúmeros calotes de grandes empresas e roubos do governo – quebra, dando a desculpa perfeita para uma reforma que manterá o mesmo esquema de pirâmide e forçará as pessoas a trabalharem mais ainda. Já na Europa, a população nativa diminui vertiginosamente, cumprindo assim a agenda do Clube de Roma para reduzir a população do planeta.

3 . Amplificação da Hipergamia

Embora o fato da mulher assumir uma posição carreirista não ser o principal insumo da hipergamia – esse posto ainda pertence às Redes Sociais – o fato da mulher estar em um ambiente de competição com homens inibe a essência colaborativa da mulher em suas funções tradicionais e é muito comum que essa competição seja levada também ao lar, passando ela a enfrentar o marido por não ter mais a mesma admiração de outrora por ele, tudo isso graças a inflação dos padrões de “alfa” e “beta” dela, que passa a ter nota de corte superior, já que ela tem contato com homens de maior projeção social e elas mesmas podem obter esse poder (quem conhece a natureza da mulher sabe que isso é uma conta que não fecha).

4. Terceirização do pátrio poder

Eis que finalmente chegamos no ponto mais diabólico das consequências desse novo arranjo familiar: a terceirização do papel de pai e mãe.

Aqui foi dado o tiro de misericórdia na família cristã, uma vez que com os pais preocupados demais em trabalhar para ganhar dinheiro tendem a transferir o mister de educar os filhos para as escolas e outros agentes sociais. E o Estado se molda de maneira a permitir esse avanço inexoravelmente, haja vista que as escolas de tempo integral são metas do Plano Nacional de Educação além de todos os acadêmicos da pedagogia corroborarem com pensamento daquele velho asqueroso chamado Paulo Fezes, que outorga ao professor um papel muito maior daquilo que lhe é cabido.

Por mais que os docentes sejam doutrinados a doutrinar, é recorrente a reclamação de alguns que, em poucos minutos de lucidez, bradam pela omissão das famílias e do acúmulo de obrigações, apenas um dos muitos problemas da educação brasileira. O cerne é: quando os pais deixam de ser referência, alguém será: um professor, um YouTuber, um funkeiro ou qualquer um que lhe capture a atenção.

E tudo começou com a simples e inocente inserção do tema divórcio numa trama paralela de um personagem pequeno na novela da Rede Goebbels, que logo tornou a ser abordado em outra novela com um personagem maior, depois foi tema de programas jornalísticos e, em meio ao preconceito superestimado, o politicamente correto se encarregou de incutir na mente das pessoas que aquilo era “fruto da modernidade”, taxando de “troglodita” todos aqueles que a ele se opusessem.

Aposto que o leitor mais sensível deve estar achando que eu sou um membro do Califado Mundial querendo montar um Harém de escravas...&nbsp;
Aposto que o leitor mais sensível deve estar achando que eu sou um membro do Califado Mundial querendo montar um Harém de escravas... 

Assim também foi com a promiscuidade, a gravidez na adolescência e hoje se repete com essa repulsiva propaganda homossexual divulgada na mídia, tudo acontecendo de forma lenta e gradual, rumo a um caminho sem volta, tal qual Gramsci apregoava em seus cadernos do cárcere.

E por que é impossível reverter tudo isso? Aqui temos um casamento indissociável entre o politicamente correto e o liberalismo: mesmo que uma mulher deseje abandonar a carreira para se tornar uma dona de casa ela somente conseguiria se fosse rica o bastante para continuar terceirizando o pátrio poder (por meio de babás, brinquedos caros etc), uma vez que é impossível manter o caro padrão de vida atual quando abdica de suas atividades remuneradas e, ainda que renuncie também a este alto padrão, seria trucidada pelas opiniões estigmatizadas e depreciativas em relação às donas de casa.

Algumas correntes apontam isso como uma espécie de “Feminismo de 5ª Onda”, onde o empoderamento é o de capturar a vida de dona de casa com o luxo de uma princesa e a proteção que o Estado lhe deu por meio de leis e de narrativas pró-mulher.

Sem contar a supersexualização da sociedade, o que dispensa a necessidade de compromisso para que pessoas tenham relações sexuais de maneira promíscua. O trágico resultado disso é que os relacionamentos se tornaram extremamente voláteis e materialistas, as decisões sobre casamento hoje estão bem inconsequentes e a essência dessa instituição está cada vez mais falida.

Tudo isso é apenas a metástase do câncer que se alastra nas relações interpessoais há décadas! Acho praticamente impossível reverter a situação deste ponto em que chegou, o feminismo venceu a guerra dos sexos.