Respeitando aquela ideia de ter saúde mental, eu decidi não preparar a newsletter dessa semana. Tô trabalhando mais do que antes, porque, afinal, as pessoas ainda consomem notícias; e isso é uma coisa boa, mas dá trabalho.
Respeitando aquela ideia de ter saúde mental, eu decidi não preparar a newsletter dessa semana. Tô trabalhando mais do que antes, porque, afinal, as pessoas ainda consomem notícias; e isso é uma coisa boa, mas dá trabalho. | ||
Então, nos poucos horários livres, eu tô assistindo Califado, passando raiva no twitter e fazendo live com a Miwa. | ||
Mas até que eu tô curtindo trabalhar, porque tô conseguindo escrever sobre muita coisa que gosto. Essa semana, por exemplo, entrevistei o cara que criou The Midnight Gospele isso vai sair aqui na PunkYog mais pra frente. | ||
Também falei com um filósofo, Alexey Dodsworth, que estuda o transumanismo, que é um movimento que defende a melhoria do ser humano através da tecnologia, tipo o Elon Musk que tá investindo dinheiro em pesquisa de transplante de cérebro, pra poder trocar de corpo quando envelhecer. E, quem sabe, viver pra sempre. | ||
Os caras do Google investem em uma empresa que pretende "resolver a morte", a Calico. | ||
Existe toda uma coisa de ética aí, que eu vou falar mais pra frente, mas eu queria falar de outra questão. Eles defendem que todo ser humano seja livre pra poder fazer o que deseja com o próprio corpo, até implantar um tentáculo mecânico, se quiser. Mas tem uma questão de filosófica aí: o quão livre a gente realmente é? | ||
O Alexey falou: | ||
Veja, por exemplo, esses casos de anorexia, bulimia, em que a pessoa acha que está acima do peso, porque a sociedade vende uma imagem de magreza inalcançável e elas são impactadas por isso. Agora, imagina alguém que resolve implantar um braço mecânico e transforma isso numa coqueluche. O que eu questiono é que os transumanos parecem ser um pouco ingênuos em relação ao conceito de liberdade. Não tenho certeza se, filosoficamente falando, nós somos realmente livres, considerando uma série de pressões que sofremos da publicidade, por exemplo. | ||
Daí, hoje, minha prima postou esse mini doc aqui chamado Cativeiro, que é lindo e até meio triste. Numa cena, uma senhora muito simples diz que seguiu os passos da mãe e trabalha há 50 anos na mesma cozinha. Quando perguntaram se ela não se sentia presa numa rotina, ela respondeu que não, se considerava livre, porque pode fazer o que quiser. | ||
Ela não parecia realizada, aí que fiquei pensando: será? Que escolha tem uma mulher que trabalha há 50 anos na mesma cozinha? | ||
Será que a gente também não é meio ingênuo em relação ao conceito de liberdade que a gente tem? Será que não tá todo mundo preso numa cozinha? Porque, se for, eu quero descobrir logo, me libertar e ir pra Ubatuba. | ||
Enfim, achei curioso isso que aconteceu e queria compartilhar. Não tenho conclusão. Também queria dizer que, já que não preparei a newsletter, vou compartilhar o caminhão de matérias que eu escrevi esses dias e foram publicadas ao mesmo tempo. | ||
Tipo essa aqui que a Amandinha me pediu pra fazer sobre como lidar com a solidão na quarentena. Gosto muito dessa matéria, porque consigo citar Britney Spears duas vezes e porque o Christian Dunker disse isso: | ||
É preciso enfrentar a ideia de que, se ninguém está com você, você está consigo, você é um imenso continente a se descobrir, e que, enquanto você não se suportar, dificilmente vai abrir espaço para ser amado por outra pessoa”. | ||
O Leo também me pediu pra conversar com um pessoal pra ver o que eles acham que vai acontecer com o mundo depois desse apocalipse do coronavírus. Não tentei ser a Mãe Diná, a matéria é mais sobre o presente do que o futuro. E falei com gente legal demais, tipo a Monja Cohen e a Lilia Schwarcz. | ||
Inclusive publiquei uma entrevista com a Monja Cohen, falando do vídeo que ela fez pistola, & outra com a Lilia Schwarcz, falando de como o Brasil tá na merda, mas ela tem esperança. Vai sair mais coisa da Monja Cohen aqui também, claro. | ||
Esses trabalhos me alegram nesses dias e acho que podem alegrar vocês também. | ||
Vai pela sombra & fica na paz de Bowie. | ||
Com amor, | ||
Nathan |