’PRA QUEM? Moebius e o palácio’’
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’PRA QUEM? Moebius e o palácio’’

Aqui eu falo um pouco sobre essa HQ fascinante: ‘’PRA QUEM? Moebius e o palácio’’

Pedro Henrique Lencina Pinheiro
1 min
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Antes de começar, diria eu sobre mim mesmo que tenho o mesmo tanto de inabilidade e medo, assim, mesmo que forçando a pensar nesse texto apenas como um exercício, temi não conseguir traçar todos os pontos dessa obra tão pequena e tão enorme que é ‘’PRA QUEM? Moebius e o palácio’’ de Guilherme E Silveira. Lançada a pouco neste mesmo ano (2021) essa obra é a forma mais perfeita de entrelaço entre poesia, quadrinhos e artes plásticas.

Ao abrir a obra temos um anúncio, uma chegada e um efeito dessa chegada. Esse efeito perdura, tem seu diminuendo e reflora. Tantas mídias mescladas como uma só –de forma consciente, uma vez que a matéria é a mescla de tudo que toca- facilmente seriam perdidas e colocadas em segundo plano caso fossem feitas a mando de mercado, mas, ressalto, não são.

Talvez, não nego, me faltem dispositivos para pensar em ‘’PRA QUEM? Moebius e o palácio’’

Toques violentos de tinta permeiam cada painel pintados numa escala de branco a preto, dando formas as mais variadas figuras, quando, de forma repentina, o igual diferente aparece. Nesse painel eu encontrei uma surpresa. Ao desdobrar cada pequena dobra, encontro uma figura diferente. Musicalmente, os painéis tem um certo ritmo, onde de súbito o brando aparece numa totalidade, dando início ao recomeço das gotas de preto e pinceladas mais fortes.

A figura do demônio, do bode e da fita de Moebius são, para mim, o grande destaque e dos painéis, não que em outros a maestria técnica e artística não seja fascinante.

Poeticamente, somos postos numa lista de definições que apontam para um rito de destruição e recomeço. O mundo textual de pode ser definido como a dança de Shiva procurando definir-se.

Os primeiros quadros são quadros menores dentro do painel que abre a HQ, mostrando talvez que a experiência de Moebius não cabe em figuras tão fechadas. Talvez, como toda a literatura, e aqui é o local onde me arrisco mais por um motivo de conforto, as leituras possíveis dessa obra sejam infinitas e, por ser assim, a obra é viva.

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