A hegemonia alcançada por méritos
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A hegemonia alcançada por méritos

Quando Surge
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Nicolau Barbour.

As previsões se confirmaram, e agora temos finais 100% brasileiras na CONMEBOL, e se já não bastasse isso, temos também 9 equipes brasileiras confirmadas para próxima edição da Libertadores e 6 equipes na Sulamericana, além da Recopa que também será disputada entre brasileiros.

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Em julho o blog publicou que a tendência para os próximos anos era exatamente essa, um domínio absoluto de Brasil e Argentina nas competições sulamericanas.

Em 2021 a Libertadores será decidida entre Palmeiras e Flamengo, que também foram campeões em 2019 e 2020. Já a Sulamericana reunirá o emergente Red Bull Bragantino e o campeão da “Sula” de 2018, o Athletico. E a tendência é que este cenário se repita mais vezes nos próximos anos.

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A hegemonia brasileira é fruto de muito mérito, pois em meio a tantos problemas o Brasil nunca deixou de investir no futebol, são estádios/arenas de alto nível, no mínimo 10 clubes com CTs de ponta e com folhas salariais enormes para comportar o pagamento dos elencos. O fator econômico é provavelmente a causa desse momento histórico, os clubes brasileiros se reoganizaram e hoje olham para Libertadores como o grande objeto de consumo e automaticamente passam a desvalorizar competições como os estaduais, que durante muito tempo dividiram as atenções com a Libertadores, até mesmo pelo conflito de datas.

Se observámos mais ao norte, nossos vizinhos da CONCACAF também vivem situação semelhante a nossa, na última década os mexicanos dominaram completamente a Concachampions, foram 10 títulos para o país, enquanto o máximo que os demais países juntos conseguiram foram chegar 4 vezes na final. E isso é também um retrato da economia do México, os clubes por lá investem tanto quanto os clubes brasileiros e não atoa são soberanos na América do Norte. Em 2021, mais uma vez teremos uma final mexicana na Concachampions entre Monterrey e América.

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O cuidado que temos que ter com a Libertadores, é principalmente com seu nível técnico, já que a comparação deve ser feita com a Champions League, e não será repassando vagas obtidas pelo Brasil por mérito para outros países sulamericanos que vamos conseguir melhorar a competição. Bragantino, Fortaleza, Athletico, Fluminense, Ceara e Bahia hoje tem condições de entregar mais qualidade ao torneio do que o 3º colocado do campeonato da Venezuela, Peru, Chile e Bolívia. Para diminuir as vagas do Brasil e da Argentina sem danificar a qualidade, o caminho seria incluir os times do México e da MLS na Libertadores, ou seja uma “unificação” entre CONCACAF e CONMEBOL.

Conforme sugerido, não podemos nos apegar a desculpas, como o deslocamento, esse é um problema mais de calendário da CBF do que seria dos clubes, e não faltaria formas de diminuir esse “desgaste”, como já ocorre na Champions asiática, por lá a fase de grupos e até o mata-mata é dividio por leste/oeste, aqui podería ser feito a distribuição da fase de grupos de acordo com a linha do Equador, por exemplo.