Professora para quê?
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Professora para quê?

Quando se tem um Ministro da Educação (Milton Ribeiro) que se vê no direito de declarar que: “Universidade deveria ser para poucos”, defendendo que a universidade pública precisa ser ocupada pela maioria de alunos ricos; prosseguindo, insati...

Moacir Correias
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Saudade do ano de 1970.
Saudade do ano de 1970.

Quando se tem um Ministro da Educação (Milton Ribeiro) que se vê no direito de declarar que: “Universidade deveria ser para poucos”, defendendo que a universidade pública precisa ser ocupada pela maioria de alunos ricos; prosseguindo, insatisfeito pelos programas de cotas, ainda sugeriu que pobres não pagam impostos. Faz muito tempo que a educação brasileira não parece tão irrelevante, porém para o atual governo federal se instaurou um verdadeiro charlatanismo.

Se o charlatanismo e o curandeirismo confundem-se e podem ser vistos como uma prática pseudocientífica, com suas vantagens fraudulentas, pecuniárias ou não, enganando, ludibriando, oferecendo vantagens que na verdade não existem, então é o que temos na educação nacional, depois de tantos ex-ministros.

Vez ou outra, tentam-se reinventar a roda, redescobrir o fogo, como se na verdade fosse mesmas necessárias técnicas mirabolantes que revolucionem o conservadorismo moderno da educação. Educação tem que ser tradicional e presa ao passado, pois do contrário, como poderemos ensinar o futuro? Como, por mais antenada que a sala de aula esteja, acompanhará o presente com suas modificações diárias?

Há na educação o que melhorar (a questão salarial, inclusive)? Sim, sem a menor sombra de dúvida, mas tudo que melhorar não se distanciará do humano. Podendo ao contrário, aumentar até a quantidade de educadores, trabalhando com uma classe, numa sala, num mesmo momento.

Atuais um ano e meio de pandemia da Covid-19, não veio melhorar em nada o triste quadro vigente; ao menos 5,5 milhões de crianças e adolescentes não tiveram atividades escolares em 2020 e para os que tiveram, houve uma sensível precariedade.

Os docentes, muitos sem preparo, para migrar das aulas presenciais para outros meios, tais como a Internet, a televisão e o rádio. Levando-se em consideração que, salvo outro juízo, quando passamos pelas licenciaturas, em geral não nos é ensinado “como lecionar, como dar a aula”, e que, quando estamos na “cova dos leões”, vamos aprendendo intuitivamente e ou por intermédio da ajuda de colegas. No “chão da fábrica”, lá onde a mágica acontece, está a profissional, o profissional que têm o ofício de ensinar da melhor forma possível, todos os tópicos de estudo ao aluno. Para o exercício dessa profissão, requer-se, para que a professora/professor seja alguém com qualificações acadêmicas e pedagógicas para ensinar ciências, artes, técnica e outros diversos conhecimentos. Notando-se que a sua maioria das demais profissões, em algum tempo em certo grau dependem da nossa amada educação (autoelogio), o magistério é, foi e continuará sendo uma das profissões mais importantes, na formação do cidadão (de bem?).

E para dizer mais, a dinâmica da educação, diante da crise de saúde, nos fez observar, que ao contrário do que muita gente (e governos) imagina, não haverá tão cedo, algo que consiga substituir a corporeidade da professora ou do professor, principalmente na sala de aula, onde além do docente, estão os discentes que participam da performance, apresentando desempenho e desenvolvimento coletivo, que os levam ao progresso individual.

Mesmo diante de todas as formas de plataformas tecnológicas, será sempre o humano, capacitado e profissional que “dará aula”, que verdadeiramente lecionará. Diversas mães, (alguns) pais, e outros responsáveis se viram em sérios apuros, para ajudar seus rebentos na árdua tarefa da aprendizagem sem a real proximidade da profe ou do profe.

Voltando ao século passado, aprendi a ler muitas palavras, as mais simples, lógico, antes dos cinco anos! Escolinha de pré-primário? Não! Kindergarten? Nicht!

Meus pais não são, como não eram professores (mas mesmo assim, excelente educadores informais) então, não sabiam que uma criança de quatro anos normal (supostamente) ainda não estava totalmente aparelhada para formar palavras e frase, nem fazer multiplicações de vários algarísmos. Eles se utilizavam de uns libretinhos de brochura, tabuada e “cartilha de ABC“ vendidos em pontos de ônibus e bancas de revistas da época; quando me caiu na mão a “Caminho Suave da saudosa Branca Alves de Lima“,

“nadei de braçada“. O que era ótimo, já que sempre fui preguiçoso para escrever. Agora, no "fim da rosca" (uso bastante aspas e parêntesis, não é?) tenho tentado me aperfeiçoar.

 Há algum tempo que avança na Câmara em Brasília, o projeto que institui Ensino doméstico ou domiciliar, também conhecido como no anglicismo “homeschooling”, que em oposição as formas mais tradicionais no Brasil em que se dão numa escola pública, privada ou mesmo quando o aluno é ensinado individualmente por um professor diplomado, fora de uma instituição de ensino, as disciplinas ou matérias da educação formal que é leccionada, no domicílio do discente, por um familiar ou por pessoa que more na casa.

O ensino doméstico é legalizado em vários países como Estados Unidos, Áustria, Bélgica, Canadá, Austrália, França, Noruega, Portugal, Rússia, Itália e Nova Zelândia e proibido em países como a Alemanha e a Suécia, onde é crime. A maioria dos países exige uma avaliação anual dos alunos que recebem educação domiciliar. Wikipédia

Sem que entremos profundamente no mérito da modalidade domiciliar outrossim, nos voltando para a escola mais convencional, o profissional da educação como já mencionei, será, mesmo diante de plataformas tecnológicas extremamente avançadas, sempre imprescindível, inerente, pertencente, intrínseco, específico, característico, típico, pertinente, essencial, inato, imanente, atinente, inseparável da escola, pode acreditar.

Fontes:

https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Charlatanismo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_doméstico

https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/cultura-do-fracasso-escolar-afeta-milhoes-de-estudantes-e-desigualdade-se-agrava-na-pandemia

https://www.pragmatismopolitico.com.br/2021/08/universidade-deveria-ser-para-poucos-diz-ministro-da-educacao.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educação_Nacional

https://pt.wikipedia.org/wiki/Professor

http://portal.mec.gov.br

www.mec.gov.br/cne

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=11494&ano=2007&ato=4eeUTQE1ENRpWT983

http://pne.mec.gov.br