Desinvestimento em startups
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Desinvestimento em startups

Ocorre quando o empreendedor ou o investidor vende total ou parcialmente sua participação societária na startup.

Rafael Ribeiro
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Após obterem investimentos para impulsionar seu crescimento, as startups buscam consolidar-se no mercado e atingir o objetivo comum de empreendedores e investidores: multiplicar o seu valor e retornar o valor investido. Uma das formas de alcançar esse objetivo é por meio do desinvestimento, que ocorre quando o empreendedor ou o investidor vende total ou parcialmente sua participação societária na startup.

As duas formas principais de desinvestimento em startups são:

1- Venda de participação

A primeira forma de desinvestimento é realizada por meio da venda de parte ou do total da participação societária para terceiros. Os compradores podem ser outros sócios da startup, investidores interessados em aportar mais recursos na empresa para possibilitar seu crescimento, outras empresas que desejam entrar no mercado em que a startup está inserida ou que tenham interesse no produto desenvolvido pela startup em benefício de seu próprio negócio, ou mesmo concorrentes da startup que desejem ampliar sua participação no mercado.

Essa alienação é realizada por meio de contratos de compra e venda de participação societária, além do cumprimento de formalidades societárias, como a alteração do contrato social no caso de sociedades limitadas, ou a realização de anotações nos livros societários de registro de ações e de transferência de ações no caso de sociedades anônimas.

Essa opção é considerada mais simples, menos custosa e mais rápida para ser formalizada, sendo amplamente utilizada, fundos de investimento, aceleradoras e investidores anjos geralmente inserem nos contratos uma cláusula de cessão para quaisquer pessoa física ou jurídica visando obter ganhos antes mesmo da venda do negócio.

2- Abertura de capital

A outra forma de desinvestimento é por meio da abertura de capital, um procedimento exclusivo das sociedades anônimas, que permite que as ações da empresa sejam negociadas no mercado de valores mobiliários.

A abertura de capital é um processo burocrático e custoso, que envolve também a assunção de novas e mais complexas responsabilidades por parte da empresa, conforme exigido por lei e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Apesar dos custos e burocracia envolvidos, a abertura de capital pode ser interessante para os sócios da startup devido às vantagens decorrentes desse procedimento.

Uma das principais vantagens da abertura de capital é a possibilidade de trazer liquidez para as ações da empresa, que passam a ser negociadas de maneira mais ampla, tornando-se acessíveis para uma quantidade maior de investidores. Em algumas situações, pode ser a única forma de desinvestimento, caso o sócio que deseje alienar sua participação não encontre compradores fora do mercado de valores mobiliários.

Além disso, a abertura de capital pode trazer maior visibilidade e credibilidade para a startup no mercado, uma vez que a empresa terá que cumprir com requisitos de transparência e divulgação de informações financeiras e operacionais exigidos pelas regulamentações do mercado de valores mobiliários. Isso pode atrair a atenção de potenciais parceiros comerciais, clientes e investidores, fortalecendo a reputação da startup e facilitando a realização de negócios.

No entanto, é importante destacar que a abertura de capital também implica em uma série de obrigações e custos adicionais para a startup, tais como a contratação de auditores externos, advogados e consultores financeiros para garantir o cumprimento das regulamentações, a divulgação regular de informações financeiras, a realização de assembleias de acionistas e o pagamento de taxas e impostos associados à negociação de ações em bolsa. Além disso, a startup também pode perder parte do controle e da privacidade sobre suas operações e estratégias empresariais, uma vez que terá que prestar contas a uma base mais ampla de acionistas.

Portanto, a decisão de optar pela abertura de capital como forma de desinvestimento deve ser cuidadosamente avaliada pelos empreendedores e investidores, levando em consideração os benefícios e os custos envolvidos, bem como o estágio de desenvolvimento da startup, suas perspectivas de crescimento e a estratégia de saída planejada. É importante contar com o apoio de profissionais especializados e realizar um planejamento detalhado para garantir uma transição suave e bem-sucedida para o mercado de valores mobiliários.

Conclusão

Em resumo, o desinvestimento é uma etapa importante no ciclo de vida de uma startup, que pode ser realizada por meio da venda de participação societária para terceiros ou pela abertura de capital. Ambas as opções têm suas vantagens e desvantagens, e a escolha adequada dependerá das circunstâncias específicas de cada startup e dos objetivos de seus empreendedores e investidores. Independentemente da opção escolhida, é fundamental realizar uma análise detalhada, buscar o apoio de profissionais qualificados e planejar cuidadosamente o processo de desinvestimento para garantir o sucesso e a consolidação da startup no mercado.

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