Como ler a mente das pessoas
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Como ler a mente das pessoas

Crescemos alimentando essa ideia. Seja tornando-nos o Professor Xavier ou a Jean Grey dos X-Men, seja assistindo o desenho do Pica Pau onde vudu é pra jacu.

Rafael Spínola
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Crescemos alimentando essa ideia. Seja tornando-nos o Professor Xavier ou a Jean Grey dos X-Men, seja assistindo o desenho do Pica Pau onde vudu é pra jacu.

Acabei de terminar uma sessão de treinamento no qual estamos preparando novos e aperfeiçoando atuais treinadores de uma empresa de software. Em um determinado momento, eles escreveram as principais razões pelas quais um treinamento falha:

  • Falta de engajamento do público
  • O cliente não entender o que foi passado
  • Necessidade do treinado não atende o planejado pelo treinador
  • Falta de entrosamento entre treinando e treinador
  • Desinteresse, falta de engajamento
  • Indisponibilidade do treinando

Felizmente é um cliente de longa data, cuja equipe é muito madura. E eles mesmos trouxeram a verdade incômoda. A pessoa responsável por prevenir e remediar todos esses itens somos nós mesmos.

Dê uma olhada no terceiro item. Além de ser um dos principais motivos pelos quais os treinamentos falham, ele pode ser um dos principais motivos para o medo das pessoas em ministrar treinamentos e palestras, ou falarem em público. Que, de alguma maneira, tudo o que planejamos e nos dedicamos em preparar não sirva.

Ainda assim, veja como esse item está escrito. Não podemos, como solução, subjugar a vontade do público ao nosso desejo. Seria muito fácil se pudéssemos dizer "agora você é meu, eu faço com você o que eu quero, e ai de você se não cumprir". Isso simplesmente não existe. Esse ponto reescrito é: necessidade do treinado não é atendida pelo que planejou o treinador.

E agora chegamos no título: como ler a mente das pessoas? Podemos fazer isso de um jeito muito mais simples que o que pode ter passado na sua cabeça. Faça perguntas! Se queremos saber o que se passa na cabeça delas, precisamos criar um caminho pelo qual suas ideias e desejos possa vir até nós.

Existem duas perguntas que devem ser feitas com o intuito de customizar o que vamos falar ou treinar as pessoas:

  • O que você quer?
  • Do que você precisa?

Se você descobrir apenas o que a pessoa quer, você estará lidando apenas com seus desejos, que são extremamente voláteis. Neste instante são 11:40 da manhã, e eu desejo comer uma grande lasanha a bolonhesa. Ao atender esse desejo, posso responder apenas a algo imediato e não atender às minhas necessidades e objetivos maiores, como o de perder 14 quilos até o meu aniversário, daqui 5 meses. Ou seja, atender apenas aos desejos da audiência pode inclusive desviá-la do que é realmente importante, e essa culpa pode recair toda em você.

Ao mesmo tempo, perguntar apenas o que a pessoa precisa também deixa lacunas importantes. Uma refeição composta apenas por alface e agrião talvez não tenha todo o prazer do paladar que desejamos. Por isso, entendemos e entregamos o que as pessoas querem e o que elas precisam. Se elas vão conseguir o que querem, é bem mais provável que se sujeitem ao que precisam.

Essas duas perguntas ajudam a resolver praticamente todos os pontos listados antes. Fica o desafio para você fazer a correlação. E lembre-se, para ler a mente das pessoas e atender suas necessidades e desejos, faça perguntas sobre o que as pessoas querem e precisam.