Estamos aqui nesse mundo, querendo ou não, cumprindo uma trajetória. Viver a vida, seja como for, é passar por uma jornada completa recheada de emoções do começo ao fim. Dentro da jornada da vida existem outras pequenas jornadas, seja a de estudos, a familiar, a profissional e todas elas compõem aquilo que nós somos como pessoas. | ||
O mais difícil nessa experiência é conviver com a incerteza sobre os caminhos que estamos tomando ou mesmo onde as nossas escolhas vão nos levar no final das contas. Eu costumo dizer que a nossa jornada de vida fica um pouco mais confortável quando escutamos do nosso coração o melhor caminho a seguir. E eu não estou falando no sentido etéreo da coisa não, quero dizer que ouvir o que muitos denominam “chamado” faz com que tenhamos uma vida mais plena e completa. Falei em um artigo recente sobre propósito e essência. | ||
No último ano, eu tenho participado de uma das jornadas mais loucas da minha vida, que é contribuir para que outras pessoas entendam como escutar o seu coração, sua essência ou propósito, como queiram, e que, além disso, comuniquem isso para o mundo. Se é difícil escutar o nosso coração, imagina ensinar o caminho para alguém e ainda querer que a pessoa fale sobre isso. É, eu nunca gostei de tarefas fáceis. | ||
A maior parte das pessoas não conseguem perceber como tem tanta coisa a dizer, é normal acharmos que a nossa jornada é desinteressante. Isso acontece, primeiro, porque estamos dentro dela e, segundo, porque precisamos entender, acima de tudo, que tipo de transformação a nossa jornada está promovendo em nós mesmos e como isso poderia inspirar outras pessoas. Tudo tem, pode ser bem lá no fundo, um propósito. Nós fazemos o que fazemos porque temos sonhos, queremos conquistar as coisas e nos sentimos ansiosos por querer fazer valer o nosso voucher de “100 anos” (às vezes expira antes) no Planeta Terra. | ||
Eu penso que se cada um de nós comunicar para o mundo como estamos nos transformando em pessoas melhores, e isso de alguma forma contribuir para a transformação de outro alguém, nossa isso é muito bom! | ||
Essa é a missão que eu tenho assumido neste momento de vida. | ||
Para que alguém consiga contar para o mundo tudo o que sente e como enxerga as coisas, precisa necessariamente se tornar comunicador. Entender como pode transformar a sua história em algo interessante e construir uma narrativa envolvente que conecte as aventuras soltas que a vida nos apresenta. Precisamos ser contadores de histórias épicas. | ||
Há algo tão emocionante como sentar na frente da telona e permitir-se viajar pelas histórias contadas nos filmes da Disney e outros estúdios? Nessas histórias há sempre um herói passando pelas mais diversas peripécias ao longo da sua jornada. E essa jornada é que nos mantém tão envolvidos. Por que então não sermos os heróis da nossa própria vida? | ||
Existe um carinha chamado Joseph Campbell, antropólogo, e que, em 1949, criou uma estrutura de storytelling que passou a ser muito utilizada em obras narrativas. Ela é até hoje a base para muitas produções literárias ou cinematográficas. Trata-se de uma lógica cíclica de contar histórias onde o protagonista passa por uma série de desafios até se tornar herói. Conhecida como Jornada do Herói, ela conta exatamente a história de um protagonista ao longo de sua jornada. | ||
Sendo assim, eu fiquei pensando, como seria a Jornada do Comunicador? Alguém que sai da zona de conforto e, enquanto descobre sua essência, o seu propósito, vai narrando para o mundo todos os seus desafios, superações, fracassos e sucessos? Seria qualquer pessoa comum, como eu e você, apresentando abertamente aquilo que sente e que transformações está colocando para si ou impactando no mundo. | ||
Para aplicar o modelo base da Jornada do Herói à sua Jornada do Comunicador, poderíamos fazer da seguinte forma: | ||
O mundo comum: é o que faz parte do seu contexto hoje, as coisas que você acredita mas que ainda não comunica para o mundo. | ||
O chamado à aventura: imagina que você seja convocado para a missão de mudar alguma coisa, algo relacionado à sua profissão, por exemplo. E que isso precisa ser dito para as pessoas em áudio, vídeo e texto nas redes sociais. | ||
Recusa do chamado: inicialmente você não se sente capaz de transformar aquilo que gostaria, muito menos de ir para a frente da câmera e falar sobre, isso é normal. Mas é preciso entender que a missão que você tem é muito maior que a pressão que seu ego faz para que você não se torne um comunicador. | ||
Encontro com o mentor: você já está certo de que tem uma grande transformação a cumprir. Mas a tarefa é comunicar e você ainda não superou isso. Pense em quem poderia te ajudar a vencer essa barreira, de ir para as redes sociais e contar para outras pessoas aquilo que está fazendo. | ||
A travessia do primeiro limiar: isso acontece quando você vira a chave e encontra o caminho para comunicar. Faz alguma experimentação de produzir conteúdo e percebe que comunicar é muito mais gratificante do que você poderia imaginar. | ||
Provas, aliados e inimigos: nesse caminho você vai se deparar o tempo todo com crenças limitantes e fatores que vão te desmotivar de continuar a jornada como comunicador. Não os escute e encontre forças e inspiração em quem está fazendo o mesmo que você. | ||
A aproximação da caverna secreta: depois de experimentar como é ser um comunicador, será preciso tomar a decisão de assumir esse posto. De se posicionar para defender suas ideias e aquilo que você está propondo como transformação. Nesse momento, é importante entender tudo que é preciso para sentir-se seguro. | ||
A provação: você vai passar por um processo de exposição, será criticado e encontrará pessoas que vão discordar das coisas que você está falando. A verdade é que o seu sucesso dependerá de todo o aprendizado obtido até aqui e da sua resiliência e persistência para seguir adiante. Essa batalha irá consagrá-lo como comunicador daquilo que você está fazendo para mudar algo no mundo. | ||
A recompensa: esse é o momento em que você começará a perceber um universo de pessoas fazendo parte da sua audiência, consumindo os seus conteúdos e tudo isso transformando a vida delas diante de seus olhos. | ||
O caminho de volta: é tempo de consolidar tudo o que você aprendeu nessa jornada. Revisitar o seu mundo comum, lá do começo, vai te mostrar a evolução do processo e vai colocar o seu coração em um lugar de conforto e segurança para prover ainda mais transformação através da sua comunicação. | ||
Existem ainda mais duas etapas da Jornada do Herói re-interpretada por Christopher Vogler, um roteirista de Hollywood que transformou a obra de Joseph Campbell em algo mais acessível e aplicável ao cinema. E que, portanto, é a base para muitos roteiristas hollywoodianos. | ||
As duas etapas seriam “A ressurreição”, onde a sua insegurança, enquanto comunicador, retornasse à jornada e você precisasse vencê-la novamente como prova da superação, e a outra etapa é o “O retorno com o elixir” que, neste caso, seria o seu retorno para o mundo comum, mas, dessa vez, com uma verdade pronta a ponto de que quem desacreditou do seu potencial fosse punido e a sua jornada representasse uma moral de história capaz de transformar também toda a sua comunidade original. Para a Jornada do Comunicador, eu entendo que esses dois pontos, ainda que possam ser aplicados, ficam um pouco mais distante do contexto. | ||
Quero compartilhar com você que eu, particularmente, me sinto no estágio da “A aproximação da caverna secreta”. Me percebo cada vez mais próximo de “A provação” e tenho me sentido mais seguro das minhas ideias a cada dia. Quase pronto para uma grande batalha. | ||
O que eu mais desejo, neste artigo, é te convidar para viver essa transformação junto comigo. Um dos pontos mais importantes no processo de se tornar comunicador é encontrar pessoas que também estão fazendo isso e estamos aqui diante de uma oportunidade bem legal para isso. Você topa vir junto nessa? | ||
Jimmy | ||
Originalmente publicado em https://www.linkedin.com/pulse/jornada-do-comunicador-jimmy-/ |