A Jornada do Comunicador
0
0

A Jornada do Comunicador

RaiseHands
0 min
0
0
Email image

Estamos aqui nesse mundo, querendo ou não, cumprindo uma trajetória. Viver a vida, seja como for, é passar por uma jornada completa recheada de emoções do começo ao fim. Dentro da jornada da vida existem outras pequenas jornadas, seja a de estudos, a familiar, a profissional e todas elas compõem aquilo que nós somos como pessoas.

O mais difícil nessa experiência é conviver com a incerteza sobre os caminhos que estamos tomando ou mesmo onde as nossas escolhas vão nos levar no final das contas. Eu costumo dizer que a nossa jornada de vida fica um pouco mais confortável quando escutamos do nosso coração o melhor caminho a seguir. E eu não estou falando no sentido etéreo da coisa não, quero dizer que ouvir o que muitos denominam “chamado” faz com que tenhamos uma vida mais plena e completa. Falei em um artigo recente sobre propósito e essência.

No último ano, eu tenho participado de uma das jornadas mais loucas da minha vida, que é contribuir para que outras pessoas entendam como escutar o seu coração, sua essência ou propósito, como queiram, e que, além disso, comuniquem isso para o mundo. Se é difícil escutar o nosso coração, imagina ensinar o caminho para alguém e ainda querer que a pessoa fale sobre isso. É, eu nunca gostei de tarefas fáceis.

A maior parte das pessoas não conseguem perceber como tem tanta coisa a dizer, é normal acharmos que a nossa jornada é desinteressante. Isso acontece, primeiro, porque estamos dentro dela e, segundo, porque precisamos entender, acima de tudo, que tipo de transformação a nossa jornada está promovendo em nós mesmos e como isso poderia inspirar outras pessoas. Tudo tem, pode ser bem lá no fundo, um propósito. Nós fazemos o que fazemos porque temos sonhos, queremos conquistar as coisas e nos sentimos ansiosos por querer fazer valer o nosso voucher de “100 anos” (às vezes expira antes) no Planeta Terra.

Eu penso que se cada um de nós comunicar para o mundo como estamos nos transformando em pessoas melhores, e isso de alguma forma contribuir para a transformação de outro alguém, nossa isso é muito bom!

Essa é a missão que eu tenho assumido neste momento de vida.

Para que alguém consiga contar para o mundo tudo o que sente e como enxerga as coisas, precisa necessariamente se tornar comunicador. Entender como pode transformar a sua história em algo interessante e construir uma narrativa envolvente que conecte as aventuras soltas que a vida nos apresenta. Precisamos ser contadores de histórias épicas.

Há algo tão emocionante como sentar na frente da telona e permitir-se viajar pelas histórias contadas nos filmes da Disney e outros estúdios? Nessas histórias há sempre um herói passando pelas mais diversas peripécias ao longo da sua jornada. E essa jornada é que nos mantém tão envolvidos. Por que então não sermos os heróis da nossa própria vida?

Existe um carinha chamado Joseph Campbell, antropólogo, e que, em 1949, criou uma estrutura de storytelling que passou a ser muito utilizada em obras narrativas. Ela é até hoje a base para muitas produções literárias ou cinematográficas. Trata-se de uma lógica cíclica de contar histórias onde o protagonista passa por uma série de desafios até se tornar herói. Conhecida como Jornada do Herói, ela conta exatamente a história de um protagonista ao longo de sua jornada.

Sendo assim, eu fiquei pensando, como seria a Jornada do Comunicador? Alguém que sai da zona de conforto e, enquanto descobre sua essência, o seu propósito, vai narrando para o mundo todos os seus desafios, superações, fracassos e sucessos? Seria qualquer pessoa comum, como eu e você, apresentando abertamente aquilo que sente e que transformações está colocando para si ou impactando no mundo.

Para aplicar o modelo base da Jornada do Herói à sua Jornada do Comunicador, poderíamos fazer da seguinte forma:

O mundo comum: é o que faz parte do seu contexto hoje, as coisas que você acredita mas que ainda não comunica para o mundo.

O chamado à aventura: imagina que você seja convocado para a missão de mudar alguma coisa, algo relacionado à sua profissão, por exemplo. E que isso precisa ser dito para as pessoas em áudio, vídeo e texto nas redes sociais.

Recusa do chamado: inicialmente você não se sente capaz de transformar aquilo que gostaria, muito menos de ir para a frente da câmera e falar sobre, isso é normal. Mas é preciso entender que a missão que você tem é muito maior que a pressão que seu ego faz para que você não se torne um comunicador.

Encontro com o mentor: você já está certo de que tem uma grande transformação a cumprir. Mas a tarefa é comunicar e você ainda não superou isso. Pense em quem poderia te ajudar a vencer essa barreira, de ir para as redes sociais e contar para outras pessoas aquilo que está fazendo.

A travessia do primeiro limiar: isso acontece quando você vira a chave e encontra o caminho para comunicar. Faz alguma experimentação de produzir conteúdo e percebe que comunicar é muito mais gratificante do que você poderia imaginar.

Provas, aliados e inimigos: nesse caminho você vai se deparar o tempo todo com crenças limitantes e fatores que vão te desmotivar de continuar a jornada como comunicador. Não os escute e encontre forças e inspiração em quem está fazendo o mesmo que você.

A aproximação da caverna secreta: depois de experimentar como é ser um comunicador, será preciso tomar a decisão de assumir esse posto. De se posicionar para defender suas ideias e aquilo que você está propondo como transformação. Nesse momento, é importante entender tudo que é preciso para sentir-se seguro.

A provação: você vai passar por um processo de exposição, será criticado e encontrará pessoas que vão discordar das coisas que você está falando. A verdade é que o seu sucesso dependerá de todo o aprendizado obtido até aqui e da sua resiliência e persistência para seguir adiante. Essa batalha irá consagrá-lo como comunicador daquilo que você está fazendo para mudar algo no mundo.

A recompensa: esse é o momento em que você começará a perceber um universo de pessoas fazendo parte da sua audiência, consumindo os seus conteúdos e tudo isso transformando a vida delas diante de seus olhos.

O caminho de volta: é tempo de consolidar tudo o que você aprendeu nessa jornada. Revisitar o seu mundo comum, lá do começo, vai te mostrar a evolução do processo e vai colocar o seu coração em um lugar de conforto e segurança para prover ainda mais transformação através da sua comunicação.

Existem ainda mais duas etapas da Jornada do Herói re-interpretada por Christopher Vogler, um roteirista de Hollywood que transformou a obra de Joseph Campbell em algo mais acessível e aplicável ao cinema. E que, portanto, é a base para muitos roteiristas hollywoodianos.

As duas etapas seriam “A ressurreição”, onde a sua insegurança, enquanto comunicador, retornasse à jornada e você precisasse vencê-la novamente como prova da superação, e a outra etapa é o “O retorno com o elixir” que, neste caso, seria o seu retorno para o mundo comum, mas, dessa vez, com uma verdade pronta a ponto de que quem desacreditou do seu potencial fosse punido e a sua jornada representasse uma moral de história capaz de transformar também toda a sua comunidade original. Para a Jornada do Comunicador, eu entendo que esses dois pontos, ainda que possam ser aplicados, ficam um pouco mais distante do contexto.

Quero compartilhar com você que eu, particularmente, me sinto no estágio da “A aproximação da caverna secreta”. Me percebo cada vez mais próximo de “A provação” e tenho me sentido mais seguro das minhas ideias a cada dia. Quase pronto para uma grande batalha.

O que eu mais desejo, neste artigo, é te convidar para viver essa transformação junto comigo. Um dos pontos mais importantes no processo de se tornar comunicador é encontrar pessoas que também estão fazendo isso e estamos aqui diante de uma oportunidade bem legal para isso. Você topa vir junto nessa?

Jimmy

Originalmente publicado em https://www.linkedin.com/pulse/jornada-do-comunicador-jimmy-/