Quando começamos na vida profissional, ficamos muitas vezes pensando em descobrir em qual mercado ou serviço faz sentido a gente se envolver. Nosso grande medo é descobrir mais tarde que não conseguimos entregar valor suficiente ou que não somos bom o suficiente porque não aprendemos ou porque temos pouca experiência. | ||
Muita insegurança. | ||
Passamos a aprender de tudo o que possa gerar valor para os ambientes na qual nos envolvemos, seja faculdade ou trabalho, e logo encontramos “role models”, pessoas na qual buscamos nos inspirar para crescer e seguir os passos. | ||
Entretanto, é questão de tempo para percebemos que isso não cria um diferencial significativo, estaremos sempre atrás da pessoa que é referência, e, provavelmente, outros também estão seguindo o mesmo modelo e competindo com você nesse desafio de crescimento. | ||
A primeira alternativa é encontrar mais “role models” e tentar fazer um mix dessas experiências para construir algo mais próximo ao que o nosso coração manda. | ||
Até então seguimos as pessoas e não criamos o nosso próprio trajeto, ficamos sempre atrás mantendo a insegurança e a sensação de nunca conseguir atingir essas referências. | ||
A próxima etapa passa a ser racionalmente olhar para o seu trajeto e extrapolar para onde está indo, é a hora de fazer uma pós-graduação ou uma especialização em outra área e testar novas praias. | ||
Concluído estas etapas, você começa então a se perguntar: “é só isso?” O que a sociedade estava esperando de mim era apenas essas qualificações técnicas e experiências? | ||
Naturalmente isso nos leva a olhar para dentro e procurar o que você está realmente procurando. Será que a resposta não está realmente lá fora? É a hora de introspecção e racionalização de tudo o que já fez na vida. | ||
Aí começa as ambições… Pela primeira vez, você começa a se imaginar em papéis de “role model” de você mesmo. Começa a idealização de si próprio: novos projetos, pedir as contas da empresa, empreender numa cafeteria, etc. | ||
Agora é a primeira vez que você se encontra e passa a escutar realmente seu coração. Só que com a infantilidade dos primeiros contatos com esta habilidade, um monte de devaneios desconexos surgem provocando experimentação sem nenhuma estrutura. É você tentando provar para você mesmo que consegue sozinho. | ||
A fase final é a hora que você liga o seu coração com o coração das pessoas ao seu redor. É a busca de propósito coletiva com o encontro dos potenciais de cada um no desafio. | ||
Aí chega a serendipidade. O coração começa a acalmar e passa a escutar o ambiente para perceber o que nos move e o que move as coisas ao redor. | ||
Você pára de tentar empurrar todas as coisas e foca em tocar apenas aquilo que você vê ser necessário o seu envolvimento. | ||
O mundo que parecia vazio de oportunidade se abre e as oportunidades aparecem a cada olhar do mundo. O ego já não está mais lá para idealizar as coisas. | ||
Você começa a olhar tudo e todos como peças desconexas com pouca orientação. Surge, então, a sensação de que você precisa economizar a sua energia e descobrir as oportunidades na qual você consegue o melhor retorno. | ||
É hora de se cercar de pessoas que acreditam no que você acredita, é hora de achar as pessoas que você escuta e que escutam o que você fala. É a hora da comunicação real e sincera como o instrumento de criar as conexões que transformarão o seu mundo e o mundo de quem está em volta de você. | ||
Fabio Ferrari | ||
Originalmente publicado em https://www.linkedin.com/pulse/o-que-vou-fazer-agora-fabio-ferrari/ |