Um legado que não se apaga
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Um legado que não se apaga

RaiseHands
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Você se preocupa com o que deixará de marca nesse mundo? Eu sim, e já falei algumas vezes em artigos e outros tantos conteúdos como isso é importante para mim. Hoje eu quero falar com você que não quer passar em branco nos nossos tempos. Algumas pessoas se preocupam genuinamente com isso, outras não. E, estou certo de que isso é uma opinião puramente pessoal.

Grande parte dos nomes célebres que nós relembramos rotineiramente, seja nas artes, ciências ou qualquer outro campo do conhecimento, ficam conhecidos post mortem. Pessoas que tiveram visões a frente do seu tempo, que provavelmente não foram ouvidas enquanto viviam, e conforme a humanidade foi evoluindo passou-se a entender o que essas pessoas queriam dizer. Não vou ficar aqui enumerando, mas em uma pesquisa rápida por notáveis isso pode ser facilmente constatado. Imagine que Galileu Galilei foi duramente criticado na Inquisição por conta da sua teoria heliocêntrica, por aí vai.

Antigamente era mais difícil registrar uma visão ou um conhecimento que estava sendo criado. Você dependia de manuscritos ou ideias aplicadas sobre tela para que alguém no futuro pudesse ler, apreciar e quem sabe entender o que era visto por um gênio. Havia sim algumas testemunhas de tudo aquilo, mas essas também morriam com o tempo. Isto é, no século passado e antes dele, as opções para deixar um legado no mundo e ser reconhecido como “pai da criança” eram bem mais restritas.

Hoje tudo o que fazemos fica muito bem registrado, inclusive as nossas tolices. Quer dizer, o que achamos ser tolice, mas que no futuro pode ser “a nova teoria da relatividade”, não sabemos. Isso acontece independentemente da nossa vontade.

O mundo de hoje gira no entorno da informação (Galileu e o Sol que me desculpem).

O ponto é que muitos de nós passamos a vida sem notar que isso está acontecendo e simplesmente ficamos registrando as coisas à esmo. Isto é, sem ter claro se estamos ou não deixando documentado algo relevante para nós mesmos e que possa contribuir com o mundo de alguma forma.

Fazer isso não está errado não, o importante é registrar, mas se você assumir um pouco melhor a consciência sobre o que está fazendo ou falando para o mundo, conseguirá direcionar melhor os seus esforços ao alinhá-los com a sua verdade. Garanto que fazer isso é uma das melhores sensações do mundo.

O meu Avô, militar durão, me deixou seu legado de honradez. Meu Pai, comunicador, tem me deixado o legado sobre a importância de defender minhas ideias. Em ambos os casos, os registros não são muito digitais ou recuperáveis.

Essa passada de bastão vem sendo feita ao longo dos anos de maneira desestruturada e pouco registrada. Uma conversa informal alí, uma taça de vinho aqui, uma bronca que nos coloca na linha acolá. Mas não de forma que eu possa revisitar isso, escutar novamente, entender melhor conforme eu for ficando mais maduro. No caso do meu Pai, alguns audios de WhatsApp para escutar no futuro. Sobre o meu Avô, nem isso.

O meu Pai e o meu Avô serão lembrados pela imagem que eu vou transmitir para meus filhos e com ela o legado que eles deixaram e que por mim foi interpretado. Não é algo exatamente direto e puro. Comigo será diferente.

Meus netos, bisnetos, e todos os que vierem a seguir lembrarão do Rodrigo, o Jimmy. Que mudou algo no mundo enquanto viveu sobre a terra. E eles poderão conhecer as minhas ideias com os próprios olhos e ouvidos. Farão isso revisitando o amontoado de vídeos, áudios e imagens que eu estou produzindo ao longo dos anos. Eles terão a oportunidade de conversar comigo, mesmo quando eu não estiver mais aqui.

Quando nós cutucamos as pessoas para que sejam comunicadoras, nós também estamos falando sobre isso. Seus descendentes vão querer conhecer mais sobre você do que o Pavê que você posta no Instagram. Comece a comunicar a sua verdade. Está aberta a temporada de deixar legados muito bem documentados.

Jimmy

Originalmente publicado em https://www.linkedin.com/pulse/um-legado-que-n%C3%A3o-se-apaga-jimmy-/