Você Merece Ser Feliz! (?)

Photo by Brooke Cagle on Unsplash

“Você merece ser feliz!” Quantas vezes não escutamos isso durante nossa vida, principalmente quando começamos um relacionamento amoroso? Pois é… Com certeza você lembrou de pelo menos umas 5 vezes que disse ou ouviu essa falácia de alguém.

Não estou querendo, de maneira nenhuma, reduzir a alegria em encontrar alguém para partilhar os momentos (bons e ruins) da vida. Seria, no mínimo, hipocrisia da minha parte dizer algo do tipo.

Na verdade, tentei escolher a dedo cada palavra a ser escrita aqui pois, como escutei em uma pregação nesta semana, tudo que eu direi aqui será para você e, ao mesmo tempo, tudo que eu disser, não será para você. Ou seja, não é para vestir a carapuça em ninguém mas, talvez, gerar um alerta em cada um de nós sobre o quê temos buscado e com qual prioridade.

Partindo do pressuposto que o casamento, nos moldes de Cristo, tem como principal objetivo adorar a Deus — tal expressão de adoração é alcançada através de um contínuo processo de santificação — qualquer outro motivo que pensemos em colocar como alvo é anulado.

Conforme é dito por Tiago Cavaco em seu livro “Felizes Para Sempre e Outros Equívocos Acerca do Casamento”, casamento é uma peça, pregada por Deus, para que aproximemos mais dEle. Afinal, fidelidade, amor acima de qualquer crise e outras coisas lindas que prometemos no altar, sem a ação do Espírito Santo, são impossíveis de serem cumpridas em sua totalidade — afinal, buscamos sempre sermos felizes, mesmo que isso signifique um divórcio.

Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela. Efésios 5:25.

Posto isso, você e eu podemos chegar a uma conclusão inicial que casamento é qualquer coisa, menos algo voltado às nossas necessidades egoístas, mas sim a algo muitíssimo maior!

Não nego que existam particularidades que busquemos no outro — ligadas ou não a aparências. O fundamento, porém, nunca pode ser isto. Se nossa busca por alguém baseia-se em algo que o outro pode nos proporcionar — um amor utilitarista — ou pelo que ele(a) pode trazer de prazer a mim, por sua aparência e beleza, estamos fadados a relacionamentos vazios e com prazo de validade determinado — e este é bem anterior ao até que a morte os separe.

Robbie Castleman, em seu livro Amor de Verdade Num Mundo de Falsidade, o qual ainda será alvo de uma maior análise no quadro Saber Indica, relata algo que, para muitos, seria razão para nunca manter um relacionamento: a incerteza de seu (até então) noivo sobre ser a autora a mulher certa para ele. Pois, em sua concepção, ela não era tudo aquilo (estou falando de aparência física) que ele imaginaria que sua mulher seria. Ele, porém, não conseguia ficar sem pensar nela, ou partilhar seu dia, conquistas etc. com ela, de maneira que ela o completava como nenhuma outra.

Alguns de vocês podem achar este cara, com perdão da palavra, um babacão. Mas, infelizmente, isso é presente até demais dentro de nossas igrejas… Homens e mulheres que buscam satisfação de sua carne apenas, através de um relacionamento Hollywoodiano, onde as aparências são muito mais importantes que a realidade que Cristo nos mostra.

Realidade esta que nós, cristãos, temos deixado à deriva, buscando apenas aquilo que vemos, enxergamos. E é cômico que não percebamos que estas coisas passarão rapidamente, pela idade, ou pelas circunstâncias.

Dinheiro, beleza, meus amigos, pode acabar. Clichês óbvios que, por tão óbvios, perderam sua devida e necessária importância para as pessoas.

Esquecemos a Soberania de Deus nos detalhes invisíveis ao primeiro olhar! Muitas vezes, aquilo que você vê como bom, está há milhares de quilômetros do caminho que Ele trilhou para você. O resultado? Frustrações, por diversos motivos. Seja por ausência de reciprocidade, seja por fracasso num relacionamento ou qualquer outro motivo que você queira colocar aqui.

O coração do homem pode fazer planos,
mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor.
Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos,
mas o Senhor pesa o espírito. Provérbios 16:1–2

Posso aqui colocar minha vida como prova. Enquanto busquei aquilo que, para mim, era o melhor, nunca me mantive. Nunca consegui encontrar nada que pudesse ser bom para mim. Na verdade, estava usurpando o lugar que possivelmente seria de outro, apenas por capricho e orgulho em não admitir que a escolha melhor nunca poderia partir de mim.
Você já pode imaginar no que deu… Nada além de frustrações, pecado e ranger de dentes — e muito tempo e dinheiro gasto em terapia. Fora os danos emocionais que foram causados por este relacionamento à outra pessoa…

Quando realmente entendi que somente Deus poderia escolher o que era bom e necessário para mim, inclusive assimilando a ideia que poderia nunca ter alguém ao meu lado, pude encontrar quem realmente era minha companhia para esta vida. De ambos os lados, à primeira vista, talvez nunca fossemos a primeira escolha um do outro. Mas Deus trabalha nos detalhes! E são nestes que você encontra a alegria. 
Detalhes que minha noiva tem — tanto em aparência quanto em personalidade — e que, à primeira vista, nunca veria, são coisas que me fazem apaixonar por ela a cada dia. Não há um dia que algo que descubra não me faça amá-la um pouco mais.

Photo by Shelby Deeter on Unsplash

E nesta descoberta e reconhecimento de Deus em nossos caminhos é onde encontramos a felicidade.
Até mesmo a ausência de alguém (a atemorizante solteirice) deve ser motivo de alegria.

Percebi tudo o que Deus tem feito. Ninguém é capaz de entender o que se faz debaixo do sol. Por mais que se esforce para descobrir o sentido das coisas, o homem não o encontrará. O sábio pode até afirmar que entende, mas, na realidade, não o consegue encontrar. Eclesiastes 8:17.

Para finalizar, deixo para você a seguinte afirmação:

Sim! Você pode e deve ser feliz! Tal felicidade, porém, deve ser completa em Deus e naquilo que Ele tem desafiado você a viver!

Deus te abençoe, trazendo a você o verdadeiro significado da alegria num relacionamento. E que este seja para a Sua glória!

Nos ajude a espalhar a palavra do Reino! Deixe seu comentário e compartilhe nossas publicações!

By Raphael Bessa on December 8, 2017.