Todos temos duas vidas, mas para a segunda nascer, precisamos matar a primeira.
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Todos temos duas vidas, mas para a segunda nascer, precisamos matar a primeira.

Vou lhe contar uma estória que só existe na cabeça vadia de quem escreveu este artigo.

Raphael Ivan
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Vou lhe contar uma estória que só existe na cabeça vadia de quem escreveu este artigo.

Em um dia qualquer conheci um rapaz, vamos chamá-lo de Navi. Conheci Navi em um bar, reclamante da atual vida como qualquer outro ser medíocre que caminha por este planeta.  Navi falou sobre suas frustrações amorosas, contou sobre seu termino inesperado de um relacionamento, que até aquele momento, Navi não o via como ruim. Navi falou sobre seu trabalho, o quanto seu chefe era insuportável, explorador e o quanto odiava acordar para ir trabalhar. Falou também que não gostava de como seu corpo estava atualmente. Que havia se abandonado, durante o tempo que esteve com outra pessoa. Comentou sobre seus sonhos não realizados, todas as viagens que não fez  e as aventuras sexuais que não teve. Lá pelo meio da noite, eu já não aguentava mais ouvir Navi reclamar de sua vida. Minha vontade era simular uma ida ao banheiro, dar descarga comigo dentro, sair pelo esgoto  e numa mais voltar ali. Por fim, continuamos a conversa. Algumas longas horas depois, ele partiu.


Dois anos se passaram e reencontrei Navi, mas agora em uma conferência sobre Investimentos, num desses hotéis finos de São Paulo.  Apesar de ser o mesmo Navi, eu reencontrei outra pessoa.  Um homem atlético, elegante, bem vestido e feliz. Que me contou, empolgado, sobre a empresa que recém havia aberto e que agora concorria com seu ex chefe. Me contou que iniciou um outro relacionamento tinha 3 meses e o descreveu com a felicidade de um adolescente que acaba de sair do seu primeiro encontro.


Estava nítido que aquele não era o mesmo Navi. Como que em 2 anos ele mudou tanto? Como pode alguém não ser mais o mesmo em tão pouco tempo?  O que havia acontecido? Resolvi chamar Navi para um jantar após a conferência para conversamos sobre negócios e investimentos. Na verdade, eu queria entender o  que havia acontecido de tão formidável em sua vida, no tempo que ficamos sem nos falar.  Minha curiosidade estava em saber como ele conseguiu mudar sua vida daquele forma. Como saiu de um flagelo humano para um homem tão contagiante?


No decorrer do jantar, Navi me contou que uma semana após me encontrar no bar, ele resolveu pedir demissão, pegou sua mochila e foi viajar.  Durante a viagem, Navi se pegou em uma crise profunda existencial e mediante a tanta dor, ele resolveu que não queria mais ter a mesma vida e que precisava mudar.  Durante as 3 horas seguintes, Navi me ensinou o que nenhum livro havia me ensinado. Ele me ensinou um conceito que nunca mais esquecerei. Ele me explicou que  todo ser humano possuí duas vidas. Uma,  é sua atual realidade. A outra é composta das  suas aspirações e desejos, como um futuro defunto que é.  Uma é fruto de sua aceitação, covardia e apatia pela vida. Outra, é sua criança interior implorando por atenção.

Em sua explicação, ele descreveu que nossa primeira vida era a nossa atual situação a outra era como a gente realmente gostaria que nossa vida fosse. Na segunda vida nós nos tornamos pilotos de nossas próprias histórias, não  apenas tripulantes na viagem. 


[Breaking the wall]

Caro leitor, pare por 1 minuto e pense como você gostaria que sua vida realmente fosse. Pensou? Esta é sua segunda vida, não a que você vive no momento.

Continuando...

A segunda vida de Navi:

    Ao voltar de viagem, Navi começou a praticar exercício, encontrou um outro emprego em uma consultoria sobre investimentos, começou a estudar e criou sua própria empresa, na sua antiga área. Hoje, Navi é um homem bem resolvido, atraente,  conquista o que deseja e o principal: Confiante e feliz. Transmite  uma energia tão contagiante, que era impossível não o perceber.  Um homem que transmite uma confiança que é conflitante o que eu havia vivenciado 2 anos atrás.  Na minha cabeça limitada, eu não conseguia entender como uma mudança tão grande poderia ocorrer em tão pouco tempo. No alto da curiosidade, não me contive e perguntei: Navi, quando você resolveu mudar, por onde você começou?

Sua resposta foi assustadora. Ele disse: "Comecei matando minha antiga vida.  Naquela noite decidi que queria uma vida diferente da que eu estava levando. Que precisava de mudanças. Durante a madrugada inteira, velei minha antiga vida. Entendi sua importância até o momento, ressignifiquei o que precisava ser ressignificado e decidi que dali em diante eu queria uma nova vida. Queria ser o que eu nasci para ser. Queria uma segunda vida. "


Navi resolveu viver sua segunda vida, que era exatamente como ele gostaria e a vida que ele merecia ter. Como um autor, ele escreveu seu próprio personagem e suas histórias.  Ao escolher matar sua primeira vida, o mundo lhe deu uma página em branco para desenhar o seu novo Navi, seu futuro e como gostaria de comportar-se dali em diante. 

Nossa segunda vida:

A mensagem de Navi foi tão forte, que passei a me questionar se era aquela vida que eu gostaria de estar vivendo. Comecei a acreditar que todos temos duas vidas, porém para a  segunda nascer, precisamos matar a nossa primeira.  Ao voltar para casa, me peguei pensando sobre minha primeira vida. Sobre como não me sentia completo. Como estava distante dos meus sonhos e o quanto estava infeliz.  Assim como Navi, decidi que precisava matar minha primeira vida, para poder  começar a desenhar, nas páginas em branco do destino, minha segunda existência. 


No simbolismo da mensagem, percebi que para matar minha primeira vida, eu precisaria fazer, hoje, as escolhas que eu faria levando a segunda vida. Que a construção da segunda vida depende das escolhas que fazemos no agora. Paradoxalmente, matar minha primeira vida significava escolher viver, de fato.    E viver, vai muito além de apenas existir.


Caro leitor, se hoje você não encontra-se levando a vida que deseja.  A vida que sempre sonhou. A vida que você merece. Mate sua primeira vida agora mesmo.Confie em você, confie na sua voz interior e o universo lhe dará uma folha em branco, para você escrever o que você gostaria de ser.  Ao se encontrar no desconforto gerado pela percepção de não estar levando sua melhor vida, permita-se comemorar o nascimento da sua nova vida, do seu novo eu.


Por fim, e acima de tudo, dedique-se todos os dias para ser quem você nasceu para ser. Escolha ser feliz; Escolha se divertir; Escolha o que seu coração está gritando para você ser;


SEJA!!!!