AUTODESTRUIÇÃO DOS EEUU

Republicanos e Democratas estão a um passo de destruir a maior potência econômica do mundo por pensarem diferente sobre o teto de gastos em vigor América do Norte. Este problema interno só aumenta as dúvidas com relação ao real valor do Dólar nas transações comerciais internacionais. 

A recusa dos republicanos em aumentar o teto de gastos da dívida Americana gera uma grande tensão entre os congressistas de Washington, tornando a vida do Presidente Joe Biden complicada já os democratas se recusam a cortar gastos públicos. 

Os Estados Unidos atingiram tecnicamente seu teto de dívida em janeiro deste ano, e as ferramentas que o Departamento do Tesouro dos EUA está usando para manter Washington dentro de seus limites não podem funcionar por muito mais tempo. Se republicanos e democratas não chegarem a um acordo até o final de junho, o país entrará em default pela primeira vez na história.

Em 2011, os Estados Unidos ficaram a poucos dias de entrar em default depois que republicanos e democratas lutaram para chegar a um acordo sobre o aumento do teto da dívida. Um estudo minucioso dessa experiência ajuda a mostrar o que o confronto atual pode trazer para os Estados Unidos e para a economia mundial. Durante a crise do teto da dívida de 2011, uma importante agência de crédito rebaixou a classificação dos Estados Unidos, as ações globais caíram e os preços dos títulos dos países emergentes caíram à medida que Washington se aproximava de um default. A credibilidade da moeda americana também foi afetada. 

Para Washington, os danos de uma grave crise do teto da dívida não se limitarão à economia. Os Estados Unidos obtêm um tremendo poder geopolítico do status do dólar como a principal moeda do mundo. Como a maior parte do comércio internacional é em dólares americanos, os Estados Unidos podem imprimir dinheiro para pagar as mercadorias que compram do exterior, permitindo-lhe financiar um grande comércio internacional. Déficit sem ter que se preocupar com a possibilidade de ficar sem dinheiro. O amplo uso do dólar também torna mais fácil para Washington implementar sanções efetivas, porque pode isolar seus adversários de grande parte do sistema financeiro global simplesmente restringindo seu acesso ao dólar. Mas uma grave crise do teto da dívida pode fazer com que grande parte do mundo deixe de confiar na moeda, acelerando o fim de sua supremacia internacional e, com ela, desses privilégios. Seria um desastre espetacular — enfraquecendo a economia dos Estados Unidos e minando a posição internacional dos Estados Unidos — criado pelo próprio país.