Lula “vence” em 2022

Segundo a maioria das pesquisas sobre as eleições de 2022, Lula ganharia em todos os cenários, em alguns, já no primeiro turno.

A pesquisa da XP Ipespe, onde foram ouvidas mil pessoas entre os dias 5 e 7 de julho, apontando a vitória de Lula em todos os cenários.

Já a pesquisa da EXAME/IDEIA, ouvindo cerca de 1.200 pessoas entre os dias 22 e 24 de junho, por telefone, aponta vencimento do petista no segundo turno por larga vantagem e ainda mostra rejeição recorde de Bolsonaro.

Na pesquisa do IPEC, Lula teria 49% das intenções de votos e pela margem de erro, estaria eleito já no primeiro turno. Foram ouvidas 2.002 pessoas, entre os dias 17 e 21 de junho.

O DATAFOLHA divulgou sua pesquisa, onde foram ouvidas 2.074 pessoas acima de 16 anos, entre os dias 7 e 8 de julho em 146 cidades. Como as anteriores, Lula é vitorioso em todos os cenários, além da queda expressiva da popularidade do atual presidente.

Outras pesquisas divulgadas nesta semana também mostram Lula liderando as preferências de voto, como informaram CNT/MDA, Quaest/Genial e PoderData.

Você deve estar se perguntando, o motivo da queda de Bolsonaro e a “surpreendente” liderança, em certa medida, meteórica do ex presidiário. 

Para os antipetistas, como também para os conservadores de direita, esse cenário é desolador. Uma explicação pode ser dada apontando para o massacre midiático das narrativas sobre uma possível corrupção do atual presidente. Porém, a mídia divulga como uma corrupção realmente ocorrida, com compras de vacinas superfaturadas e com propinas. O que sabemos não passar de narrativa. Talvez isso tenha afetado a popularidade de Bolsonaro, o que nos leva a outra indagação necessária.

Se a corrupção apontada na CPI pode ter sido fator fundamental para a queda do atual presidente, teria ela conduzido os eleitores a preferir um candidato que há pouco tempo estava preso, exatamente por corrupção? Lembrando que, apesar da soltura do ex presidente, Lula nunca foi inocentado, apenas recolocado em primeira instância, o que sabemos, será levada à prescrição.

Não duvido de pesquisas. Aliás, ela é certamente o retrato do “recorte” de onde foi efetuada. Exemplo. Se eu entrevisto 1.000 pessoas, por telefone, como a maioria destas pesquisas, escolhendo os sindicatos espalhados por todo o Brasil, certamente terei uma amostragem favorável ao Lula. Outros recortes poderão ser escolhidos, principalmente para evitar um 100% de votos em um candidato. Ou seja, das 1.000 pessoas ouvidas, 350 poderão estar nestes sindicatos, 250 pessoas poderão estar na faixa etária entre 16 e 18 anos, menos experientes e mais propensas à influência do “progressismo” e, finalmente, 400 pessoas ligadas aos clubes de armas, militares ou temas conservadores. Pronto, temos uma pesquisa que realmente será fidedigna ao extrato pesquisado, porém estará próxima da intenção final que se quer dar à ela. Apesar de ser legal, não deixa de ser uma pesquisa sem ética e manipulada. Todos nós nos lembramos das pesquisas para 2018, segundo elas, Haddad é nosso atual presidente. Só que não.

Então, diante disso, preciso fazer um questionamento final, porém fundamental. Se Lula tem todo esse apoio apontado pelas pesquisas, onde está a multidão nas ruas em seu apoio? E qual o motivo de ele não sair às ruas e andar tranquilamente, ao lado do seu povo? 

Por favor, sem aquelas alegações, que sinalizam virtudes sobre “fique em casa” e “distanciamento social consciente”, me poupe.

Tem alguma sugestão de tema: Mande na DM do Twitter: @Redacao_Direita.

Alexandre Miranda é historiador formado pela Puc-Minas, com ampla experiência na área da educação, tem especialização em Psicopedagogia Clínica, com ênfase em atendimento psicoterápico a crianças e famílias em situação de risco.

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