Pão e Circo - Lei Rouanet, Virada Cultural e Showmício @ReflexõesDiametrais

  Todos os anos é a mesma história. Diversos artistas são contratados pelo poder público para se apresentarem em eventos por todo o Brasil, fomentando, assim, como diriam os apoiadores, o acesso à cultura. 

Essa galera ainda sabe o que é cultura? 

Pra variar, está ocorrendo aquele embate da idiocracia em nossa classe artística, jornalística, midiática e, é claro, dos jovens dotados do virtuoso desejo de possibilitar o acesso à cultura ao grande público.

""De graça"".

Há quem tenha a displicência de virar pra você e dizer: "Essa lei não tira dinheiro do pagador de impostos para pagar artistas em eventos públicos." Assim como existem artistas que sinalizam virtude dia e noite nas redes sociais com todo aquele papo de desigualdade social, etc., mas gozam de noites de sono em travesseiros de pena de ganso, nas melhores kings size em suas casas colossais, dentro dos condomínios protegidos pela sua segurança privada -e até aí, nenhum problema, se eles não tivessem a cara de pau de custear esse luxo com o dinheiro do pobre pagador de impostos-. risos. 

Até aqui, nenhuma novidade. Bom, primeiro vamos entender como funciona a Lei Rouanet. Criada em 1991 pelo então secretário da Cultura, Sérgio Paulo Rouanet, a lei prevê a destinação de valores que seriam retidos pela receita federal via Imposto de Renda de pessoas físicas e empresas para proponentes, ou seja, aqueles que desejam executar algum projeto artístico e necessita capitalizar recursos para tal. 

Então, o dinheiro que poderia ser destinado à educação, saúde, saneamento básico, etc., está indo direto para o bolso de meia dúzia de artistas, sendo grande parte destes já consagrados, midiáticos, cheios da grana e, haha.. a lei é de incentivo ao que mesmo?

Mas, qual o problema? O Brasil já tem tudo isso em demasia!

Bom ressaltar: Existe uma espécie de curadoria para seleção de projetos artísticos financiados pela Lei Rouanet. 

Será que este canal aqui receberia um incentivo para fomentar a cultura de leitura anti-estadista? Ou isso aqui não é cultura?

risos.

 Para além da Lei Rouanet, as prefeituras também têm o poder de financiar eventos em suas respectivas cidades e municípios. Aqui, a situação fica um pouco pior. A lei Rouanet, -que deveria ser extinta, é claro-, por pior que seja ainda depende de licitações, o que acaba por deixar os financiamentos mais transparentes. No caso das contratações diretas para eventos feitos pela prefeitura, a gastança, os desvios de dinheiro e toda aquela porquisse já comum com o dinheiro do pagador de impostos é escancarada, livre de qualquer tipo de regulação. 

Bom, dada a parte chata da história, pegue sua pipoca e vamos dar risada dos bovinos em redes sociais. 

Como de costume, -aquele verde cabulosooooo- nossos artistas não poderiam deixar de passar aquela imagem ao grande público (sedento por cultura nesses eventos) de pessoas de bem, que são contra a desigualdade e desejam genuinamente um país melhor, com mais igualdade e respeito, apoiando o famigerado, o ilustre, o magnífico, o único salvador possível da nação e, como ele mesmo diz, "a alma mais honesta desse país", Luís Inácio Lula da Silva! 

Aêeeeee, faz o L! -de Ludmilla, viu, Holiday?-

A esquerda se manifestou apoiando uma CPI para investigar as verbas pagas aos artistas sertanejos. Por quê? Porque artista sertanejo -que, sim, gostando você ou não, é uma cultura originária brasileira- no geral não apoia o Lulismo. Oras, não há outro motivo, né? Visto que todos os outros que receberam centenas de milhares de reais de dinheiro público mas falam de bunda e maconha (Além de fazer o L com as patinhas, é claro) o tempo inteiro não sofreram nenhum tipo de retaliação.

Cultura, lembra?

O vereador Fernando Holiday cobrou o cancelamento do cachê da Ludmilla por fazer "showmício" com dinheiro público. O cachê da musa brasileira foi de R$220.000,00.

GALERE, vamos aqui repensar: COMO o Estado consegue causar reboliço na sociedade MESMO quando estamos falando em """Cultura"""? Todo esse bafafá é oriundo de ação estatal? Why? 

Primeiro, não deveria haver, de forma alguma, nem em sonho, nem em piriris, nem em neuroses financiamento de dinheiro público para esses fins. Isso é de uma imoralidade tremenda, principalmente quando estamos falando de Brasil. Aqui, 50% das pessoas não tem saneamento básico. O Brasil deve formar mais analfabetos funcionais do que pessoas que têm condições de ler. Se você sair na rua, a probabilidade de voltar sem o celular é altíssima. E tamo falando de 200, 300, 500 mil reais no bolso de um único artista? Tu só pode tá comendo merd*.

Onde se está fomentando a cultura com isso? A Ludmilla ou o Gustavo Lima precisam de dinheiro pra fazer algo? Tá faltando investimento pra eles? Tu tá de sacanage, meu broder?

A opinião deste canal é óbvia e dispensa comentários, né? É ÓBVIO que, já que existe esse tipo de "fomento à cultura", esse dinheiro deveria ser destinado para recuperar bibliotecas abandonadas, financiar escolas de música para pessoas carentes, revitalizar museus, enfim.. destinar a verba para quem ou aquilo que carece de incentivos monetários para apresentar algo de cunho artístico. 

Agora, o mais engraçado, o que me dá ânsia é ver em diversos posts nas redes sociais a formação dos times.

À esquerda, temos os apoiadores dos artistas da bunda e da maconha.

"Pre-PARA que agora é hora do show das poderosas" 

À direita, temos os apoiadores dos artistas que só falam de chifre e cerveja. 

"Alô, Ambev? Dobra a produção aíiiii que a gente bebeee." 

Já ouviram algo do tipo "Direita pra lá, esquerda pra cá e o povo segue tomando no centro"? É isso aí, meu amigo.

A grande maioria dos imbecis úteis que ali discutem estão com dívidas, sem estudar, parede sem reboco, enfim.. e ficam lá aplaudindo a política de pão e circo. Em vez de se atentar ao que realmente importa, a galera adota o discurso, o populismo barato e fecha os olhos para a imoralidade e hipocrisia de toda essa gentalha. 

Pra cego ver: Este canal não é contra a existência de artistas, sejam de funk, sertanejo, axé ou K-pop. A questão é: Os interesses dos donos do dinheiro não são esses. Os interesses do povo brasileiro estão para além de performances artísticas em vias públicas. O Brasil precisa de bom-senso, transparência e, acima de tudo, de menos subvenções estatais para classes já privilegiadas.