Um desabafo sincero sobre autoestima
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Um desabafo sincero sobre autoestima

Não é de hoje que vivo numa montanha russa sobre aceitar meu corpo. Avançamos muitas casinhas, com certeza. Mas, ainda existe muita comparação e insatisfação - nem sempre coerentes - sobre o que vejo no espelho.

PollyMariaah
3 min
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Não é de hoje que vivo numa montanha russa sobre aceitar meu corpo. Avançamos muitas casinhas, com certeza. Mas, ainda existe muita comparação e insatisfação - nem sempre coerentes - sobre o que vejo no espelho.

Quem me acompanha faz tempo, sabe que meses atrás levei um dos maiores sustos da minha vida ao ser internada com uma anemia grave. Descobri isso em um check up geral (FAÇAM CHECKUPs!), fui fazer um exame de sangue e do hospital nem saí mais. Foram três noites internada, duas bolsas de sangue e o diagnóstico de falta de ferro e B12.

Segui o tratamento em casa com mais 10 injeções de B12 (quem tomou sabe quanto dói) e outras 9 bolsas de ferro intravenoso. Resultado foi ótimo. Recuperei a energia que não sabia que me faltava e o apetite que me fazia passar o dia sem comer. Voltei a ser a Polly ativa, disposta e corada.

Com isso, ganhei 4 kg. Parece nada, né? Mas, para uma obesa (porque obesidade é uma doença crônica que pode ser controlada, mas, jamais curada, ou seja, o obeso sempre será obeso) que sofreu demais em aceitar seu corpo, quatro quilos são como os quase 50 que perdi desde a bariátrica. Somado isso tem os quase 40 anos. A pele envelhece, as rugas aparecem e o colágeno some. E a comparação vem (novamente)!

Esse últimos dias estou no lado baixo da montanha russa. Evito olhar no espelho, fazer fotos e aparecer nos stories porque estou me sentindo feia, velha e infeliz com meu corpo. Chorei na terapia semana passada, achando que estava dando um milhão de passos para trás na corrida da aceitação e minha terapeuta - maravilhosa por sinal - me questionou: sua insatisfação vem pela comparação com outros ou ela é legítima da sua percepção sobre você?

Ainda estou dormindo com essa questão todo dia. Porque na verdade a verdadeira resposta está fundamentada 90% na comparação e outros 10% na legitimidade do que acho sobre eu mesma. 

Li esses dias em algum lugar que nem lembro mais que comparar-se aos outros significa comparar o que vê nos outros com o que sabe sobre si mesmo. Mas, o fato é que você não é a pessoa que você se compara. 

E o que percebi nesses últimos dias é que quanto mais eu me comparava com outros corpos, outras vidas, outras mulheres era que tirei o foco de mim e coloquei no outro. Deixei de ver tudo o que conquistei para me tornar a mulher que sou hoje - com a aparência que tenho hoje - e foquei em tentar me igualar nas imagens que não eram as minhas. 

O que tenho feito, então? Tenho focado em me reencontrar comigo mesma. Minha estrada é minha história. Ela é apenas minha. A vida é uma trajetória e esse caminho não é linear. 

“A razão pela qual lutamos com a nossa insegurança é porque comparamos nossos ‘bastidores’ com o filme de ‘melhores momentos’ da vida dos outros”. – Steve Furtick

Importante é encontrar seu caminho novamente. Não existem jornadas perfeitas, se você conhece alguma, é porque não conhece a narrativa completa. A única história completa que conhecemos é a nossa. Então sigamos nessa montanha russa que ela vai ser sempre, seja grato por ela ter te trazido até aqui e anime-se com os lugares onde ela ainda pode te levar.