O Brasil Pós Eleição
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O Brasil Pós Eleição

Se tem um assunto que ficou insuportável após o surgimento das redes sociais, foi a Política.

Renato Moraes Rosa
5 min
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Brasil
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Se tem um assunto que ficou insuportável após o surgimento das redes sociais, foi a Política.

Temos uma eleição que promete ser extremamente acalorada, com uma polarização que nunca vi por estas terras, a briga pela cadeira presidencial será de rua. Neste início de Maio, aparentemente Lula está á frente nas pesquisas, num país sério, um cara que presidiu a República por oito anos e ainda foi preso, jamais seria cogitado em uma eleição presidencial. A insanidade desta candidatura é tão alta, que o vice será Geraldo Alckmin, governador de São Paulo por quatro mandatos, e que concorreu em 2006 ao cargo de Presidente contra o próprio Lula. 2006 nem está tão longe assim, mas mesmo pra quem não se lembre, as declarações de ambos os lados eram de ofensas pessoais e baixaria nos programas eleitorais e debates televisivos. Por mais bizarro que seja, Lula é favorito sim, mas falo sobre isso logo mais.

Geraldo e Lula em 2006
Geraldo e Lula em 2006
Geraldo e Lula 2022
Geraldo e Lula 2022

Seu principal concorrente é ele, o atual presidente, Jair Bolsonaro, aquele que traiu seu Posto Ipiranga e deixou o Centrão comandar as regras da economia do país, por um certo interesse em um caso onde seu filho foi alvo de investigação em esquema de rachadinha. É incrível como essa figura se tornou outra pessoa após se eleger em 2018, além de fazer o jogo do centrão, pra ter governabilidade, fez uma gestão da pandemia desastrosa, se não fosse o governador de São Paulo, João Doria, comprar as vacinas para todo o Brasil, estaríamos na idade da pedra em relação a vacinação no país, fora as declarações asquerosas sobre as vítimas da pandemia e suas ironias em relação a sua atitude negacionista, mencionando que não se vacinaria pois poderia virar Jacaré.

Bolsonaro Deputado
Bolsonaro Deputado
Bolsonaro Presidente
Bolsonaro Presidente

Apesar de oficialmente a campanha ainda não ter começado, Lula segue dando declarações que nada o ajudam, parece que quanto mais fala, mais contribui pra uma possível reação de Bolsonaro nas pesquisas. Porém, ainda acho Lula favorito, pois além do seu barulhento fã-Clube, Lula ainda conta com grande parte dos que se decepcionaram com esse governo atual, enquanto Jair fala somente para a sua bolha de Bolsonaristas fanáticos, Lula tem como comparar seu governo, principalmente no setor econômico, onde o governo atual em nenhum momento conseguiu  deixar qualquer resquício de avanço e muito menos prosperidade para a população. Se Lula focar nisso e ficar calado, ganhará fácil.

Minha preferência seria uma sólida terceira via, que não chega a nenhum acordo, pois todos eles querem o poder;

João Dória poderia estar na briga pelo seu pioreirismo na vacinação, mas aparentemente, o a população não gosta de traidores, e Doria fez isso na prefeitura, após largar o cargo pra ir pro governo de São Paulo, e só se elegeu governador, após colar sua imagem a de Jair Bolsonaro, fazendo a campanha do Bolso-Doria. Meses depois, já fazia de tudo pra se descolar do presidente e se tornar um ferrenho opositor, sua rejeição por essas traições, o deixarão com 3 ou 4 por cento no final do primeiro turno.

Bolso-Doria
Bolso-Doria

- Ciro Gomes claramente é o mais preparado, tem um projeto nacional de desenvolvimento do país, debate com qualquer um sobre suas ideias e claramente conhece todos os problemas, além de apresentar soluções interessantes para o crescimento e desenvolvimento do Brasil. Mas os eleitores não compram esse candidato que ao sair nas ruas, parece se comportar como um coronel dos anos 40. Responde a inocentes provocações com grosserias, com um jeito truculento, infelizmente não consegue tirar votos de nenhum dos lados.

Ciro Gomes
Ciro Gomes

Nem vale a pena falar dos demais, pois se Doria e Ciro tem chances remotas de chegarem num segundo turno, o que resta são candidatos que entram pra briga sabendo que a derrota é garantida.

Mas e então, como será o Brasil após as eleições de Outubro? O caos até o início da Copa pelo menos será garantido, nenhum dos lados vai suportar a derrota, imagino os bolsonaristas alegando fraude nas urnas, caindo num discurso que as urnas eletrônicas não são seguras e que houve algum tipo de maracutaia. Se ocorrer um milagre e o Lula perder, a classe artística vai continuar insuportável, seja por seu anti-bolsonarismo, ou seja pelo seu Lulismo insano. Não que os artistas verificados do Twitter tem alguma influência neste país, vimos isso nesta edição do BBB, onde não conseguiu desbancar o favorito da competição e sua padaria robótica.

Mas vamos tentar analisar os dois cenários a partir de 2023. Será que Bolsonaro vai continuar deixando o centrão governar em seu lugar ou vai dar alguma autonomia para o seu Ministro da Fazenda?

E o mais provável, Lula presidente, será que com 80 anos, o presidente vai governar com a mesma facilidade da época em que financiava Bolívia, Venezuela e Nicarágua, ou com as redes sociais fiscalizando muito mais de perto, vai chegar perto de uma administração econômica que foi a do primeiro mandato de 2002 á 2006?

O cenários em ambas as situações são tenebrosos, a polarização vai garantir o Caos e o crescimento é quase um sonho de uma noite de verão.

Mesmo depois de mais de 30 anos após sua morte, Cazuza segue sendo atual em suas frases em seus clássicos musicais e meu sentimento é exatamente o mesmo, como por exemplo no início da Música Ideologia: ´´ Meu Partido, é um coração partido. E as ilusões, estão todas perdidas. Os meus sonhos, foram todos vendidos, tão barato que eu nem acredito.´´  Nada como uma música dos anos 80 ser tão atual.

A esperança pode ter sido a última, mas já morreu faz tempo.

Cazuza
Cazuza
Urna Eletrônica
Urna Eletrônica