É fácil de achar

A seleção alemã é patrocinada por Adidas e Coca-Cola. Duas das marcas que bancaram a Copa de 22 no Qatar pela FIFA. 

A seleção brasileira pela VIVO, patrocinadora oficial da Copa.

E se você for na propaganda global da Adidas você encontrará diversos craques de todas as seleções. Se você for nas campanhas regionais vai encontrar os mais diversos jogadores em campanhas de patrocinadores diretos e indiretos da Copa do Qatar. 

Foi dito dia 22 de novembro deste ano. Não há qualquer movimento contrário. 

Ninguém falou nada. Todos ganharam. 

Os mesmos anunciantes da Copa estão com Federações, que estão pagando jogadores, que foram usados em campanhas dos seus respectivos patrocinadores.

Alguma palavra foi dita enquanto a roda do dinheiro girou?

Nenhuma.

Agora, com a Copa em andamento, os mesmos envolvidos em todo esse bolo de dinheiro querem ir lá e dizer pra você que são contra? E você compra? 

Porra, amigo. Pelo amor de Deus. Seja razoável. Ou você participa ou você é contra. Ganhar dinheiro pra estar em algo que você discorda e ir lá protestar é lacração, canalhice, oportunismo.

Você sustentou isso. Promoveu. Fez existir. E se não, fez campanha publicitária pras marcas que bancaram essa Copa. 

Mas tinha 12 anos de lucro. Silêncio.

Agora, o som ensurdecedor dos protestos e a comoção popular com os hipócritas.

Como você pode reclamar de uma Copa cujo dinheiro do seu patrocinador bancou? Porque não largou o patrocinador? Porque não cobrou? 

Porque promoveu? Porque recebeu pra estar la? Porque sua federação lucrou bilhões por dentro e por fora? 

Agora? Agora você está revoltado?

Me desculpe. O que pra muitos é causa nobre pra mim é marketing. A causa esteve por 12 anos na sua cara. Você não disse uma palavra enquanto o pix caia. Agora é contra?

Isso tem nome. Chamamos de lacração. Se opor a algo que você faz vistas grossas quando te convém.

E a Copa de 22 é um exemplo disso. A causa é justa. O protesto é justo. O contexto é tosco. 

Rica Perrone