Eu queria abraçar o Felipão hoje
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Eu queria abraçar o Felipão hoje

Eu sempre quis, na verdade. Ele é a cara do meu avô e me traz ótimas lembranças. Meu avô, seu Armando, palmeirense, sempre me disse algo que demorei a entender.

Rica Perrone09/07/2022
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Eu sempre quis, na verdade. Ele é a cara do meu avô e me traz ótimas lembranças. Meu avô, seu Armando, palmeirense, sempre me disse algo que demorei a entender.

"Ser homem é saber dizer não". 

E o que ele queria me dizer da forma mais simples do mundo era que se todo mundo usasse drogas eu não seria homem por ir com a turma, mas sim por manter a turma e dizer "não" ao que eu não concordava. 

Que se fossem fazer algo errado em bando o homem do bando era o que falasse "não vou", mesmo que pegasse mal. 

Então, não, Vô. Eu não vou trair meus princípios pra agradar torcedor de memória rasa. Eu vou seguir defendendo o que eu acredito e eu acredito na justiça. Não divina, mas a da vida.  

Nem sempre a gente tem o que merece. Mas em algum momento quem desmereceu o que você mereceu, tem o que merece. 

Hoje é uma noite fria pra muito jornalista despeitado e incompetente. 

Gente frustrada que consegue esconder-se dos fatos por não conseguir entender seu papel de coadjuvante no futebol. 

Felipão é um fato. Não se discute com fatos, embora hoje seja quase um esporte no mínimo distorce-los. 

Concordar, gostar, não gostar, é do jogo. Embora sequer embasamento pra tal a maioria tenha. Desrespeitar, não. Desqualificar, idem. 

Uma vez o Valdir Espinosa, campeão do mundo, me disse que trabalhou comentando futebol por alguns anos em Sportv, rádio e outros convites pontuais. E que em nenhum momento, em todos esses anos, um jornalista havia sentado com ele pra aprender algo ou perguntar algo. 

Acredite. Eles acham que não tem nada a aprender com o Espinosa, mas sim com o colega ao lado que pode leva-lo ao próximo cargo. 

Isso é arrogância em estado puro. Sentar-se ao lado de um poço de sabedoria e cuspir nele ao invés de beber dele. 

Felipão hoje dorme em paz. E muitos em pânico. 

Porque ele não deve ganhar, nem tem time pra isso. Mas pode. Aliás, nem pra estar aqui. Mas está, de novo, contrariando as teorias com fatos desde o Criciuma da Copa do Brasil. 

Mas chegou. Em meio a convicções raivosas de que "já era", de que nada mais acrescentava. E fará a final com Dorival. 

Toma seu rivotril, engole sua frustração, ouça o nosso Aragão: "respeite quem pode chegar onde a gente chegou". 

Rica Perrone

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