Da cena meio engraçada e quase tosca de imitar um outro jogador na comemoração ao jeito simples de ser. Do menino que não fez a base a artilheiro do Brasileirão num time cheio de estrelas.
Da cena meio engraçada e quase tosca de imitar um outro jogador na comemoração ao jeito simples de ser. Do menino que não fez a base a artilheiro do Brasileirão num time cheio de estrelas. | ||
Do drible necessário a conclusão objetiva. Michael é nosso futebol em estado puro. | ||
Ora irresponsável. Ora decisivo. Mas sempre buscando o improvável. | ||
Como ele. Sem base, sem chances, hoje no Flamengo brilhando. | ||
Nosso futebol tem um sobrenome: improvável. | ||
Sempre que demos certo foi através do que não se esperava. As Copas que ganhamos em crise, as que perdemos favoritos. Os novos gênios que não dão em nada, os esquecidos que viram protatonistas. | ||
Nosso futebol é o drible seco. Aquele que você não acredita que ele vai ter coragem de tentar. | ||
A gente tentava. Hoje a gente copia. | ||
Michael é tão puro no que faz que se você tirar a camisa do Flamengo, coloca-lo na várzea e lhe der um colete qualquer você não verá nenhuma diferença. | ||
É craque. No sentido mais puro da palavra: tem mais habilidade e capacidade com a bola do que os demais. | ||
Se vai usar, se vai desperdiçar, outros 500. Mas tem um dom. Aliás, dois. Um com a bola, e o outro de ser simples ao ponto de ser brilhante. | ||
Pode virar um selecionável. Um banco. Não faço a menor idéia do que vai ser dele. Mas assisti-lo jogar nos remete a um futebol que amávamos. | ||
E quando você vê que o jogador mais identificado com o futebol brasileiro hoje é um garoto que NÃO fez a base, descobrimos que o problema talvez não seja a falta deles. Mas a condução. | ||
RicaPerrone |