O fundo do poço
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O fundo do poço

Sã0 123 anos de glórias, sofrimentos, altos e baixos normais a todo clube de futebol. E não, o Vasco não ficou menor, nem vai acabar. É só sensacionalismo e reação passional ao momento.

Rica Perrone
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Sã0 123 anos de glórias, sofrimentos, altos e baixos normais a todo clube de futebol. E não, o Vasco não ficou menor, nem vai acabar. É só sensacionalismo e reação passional ao momento.

Mas ontem, as 18h, o Vasco atingiu o fundo do poço de sua história.

É compreensível o descontrole de diversos torcedores na tarde de ontem. O cenário nunca foi tão desesperador.

E não pelo que vai acontecer. Sabemos, não vai acontecer nada. Mas pelo pelo que já aconteceu. 

Em determinado momento ontem o vascaíno olhou pra São Januário e se viu diante do maior momento do seu rival, do Flu indo pra Libertadores, do Botafogo subindo e seu clube perdendo a chance de voltar a série A. 

Nesse mesmo minuto ele tomava uma goleada do Botafogo dentro de sua casa. E junto disso tudo, diante das últimas eleições, ele guardava com ele a convicção de que quem pode mudar isso não faz a menor questão.

Eleições fraudulentas, conselho acomodado, presidentes não eleitos, figuras que apitam no clube e não são nada desde 1970. O Vasco não anda. 

Ontem foi como se o torcedor pudesse ver a materialização da perda de força. Seu amor estava estirado no chão, sangrando, e ele nada mais podia fazer. 

Pior: Quem o jogou nas cordas e bateu não foi apenas o Botafogo. Foi cada dirigente que por lá passou e se não desviou dinheiro, desviou algo ainda maior: o objetivo. 

No dia 7 de novembro de 2021 o Vasco chegou no seu pior momento. 

O fundo do poço serve pra você ficar nele de vez ou pra pegar impulso pra subir. Que sem violência, através de inteligência, a busca do afastamento de lendárias figuras que nada acrescentam e uma nova mentalidade, o vascaíno entenda o que dirigente nenhum lá entendeu ainda: É pra reconstruir, não pra quebrar um galho.

Não adianta meter 5 reforços em 2022, subir e em 2023 cortar a luz da sede por falta de pagamento. Que jogue com base, que se anuncie um plano real pra x anos. Mas que seja pra não voltar ali nunca mais.

A série B é normal. Todo time um dia joga um ano ruim e cai. Nada demais. 

Quando um Vasco joga de igual pra igual com os times da série B, quando em São Januário quem propõe o jogo é o CSA, ou quando um rival te goleia no primeiro tempo, não é mais uma questão de reforço e treinador apenas.

Vida longa ao Vasco. Mas com saúde. 

Ninguém quer viver respirando por aparelhos. Ainda mais quando a morte não é uma opção.

Você faz muita falta, Vasco. Muita. 

Volte. 

RicaPerrone