O Brasil discute política. E erra grotescamente quando ouve pessoas midiáticas de diversos setores dando seus pitacos sobre o que não sabem com propriedade.
O Brasil discute política. E erra grotescamente quando ouve pessoas midiáticas de diversos setores dando seus pitacos sobre o que não sabem com propriedade. | ||
Quando se fala em discutir política pra muita gente basta ter o nome de um partido ou candidato. É como dizer que estamos falando de futebol quando citamos a prisão do goleiro Bruno. | ||
Estamos falando de um crime. A profissão dele é jogar futebol, mas essa discussão não é sobre futebol. | ||
Quando falamos em corrupção, estamos falando em valores. Não sobre política. Quando discutimos leis, estamos falando de justiça. Não de política. | ||
Quando falamos em protocolos médicos estamos falando de ciência, não de política. Quando acusamos um condenado estamos constatando a regra. Quando acusamos de crime por "achismo" estamos cometendo um crime. | ||
O crime virou normal. Tão normal que se opor radicalmente a um partido que cometeu o maior assalto a cofres públicos da história do mundo virou motivo de repulsa. | ||
E então, diante da impossibilidade de debater o crime, discute-se política. E ambos sem saber o que estamos falando. | ||
Espalhamos assim uma onda de opiniões vazias e bem midiáticas influenciando milhões de pessoas a saber tão pouco quanto nós. E pior: achamos que há contribuição nisso | ||
Discutir corrupção, postura ou valores não tem viés político. Ou não deveria. | ||
"Não roubarás". | ||
Essa mania de brasileiro em escutar celebridade sobre todas as questões do mundo é a maior idiotice dos dias de hoje. Por diversos motivos, mas vou listar alguns. | ||
Conhecimento: Não são especialistas e não tem qualquer profundidade no que estão propagando. | ||
Ideologia: As pessoas da classe artística e jornalistas são em sua enorme maioria de esquerda. E portanto passam uma idéia de maioria absurdamente mentirosa. E ao conviver nessa bolha, são incapazes de sair dessa idéia. | ||
Alienação: Quase todo famoso vive uma vida completamente diferente das pessoas. Cercado de tapa nas costas, de gente elogiando e confundindo popularidade por uma profissão com notoriedade em qualquer assunto. | ||
Essa soma faz com que as discussões busquem condutores. E ninguém sequer pergunta se o condutor tem formação pra conduzir. | ||
Gados. É isso que somos. Mas ser gado de artista e jornalista é tão estúpido quanto ser gado de político. | ||
Eu acho que nunca na vida discuti política publicamente. Nunca falei sobre acordos, pacotes economicos, medidas, capacidade de ministros, alianças com esse ou aquele, etc. | ||
Meu ponto sempre foi moral. Valores. Eu não voto no PT, ponto. Aí por ideologia. Até então. Depois da lava jato, por vergonha na cara. | ||
Bolsonaro jamais foi minha opção de salvar o Brasil. Tem diversos textos meus publicados onde digo que não é sequer meu candidato. O meu era o Amoedo. Mas num segundo turno, diante do adversário, fiz o que a maioria fez: se posicionou na alternativa de um possível erro ao invés de errar com certeza absoluta. | ||
Demonizado pelos artistas e jornalistas, criou-se uma repulsa nova. Quem são os seus inimigos? Se forem os mesmos que os meus, vou contigo. | ||
E isso é outro erro. Mas é um erro humano. Na falta de virtudes de ambas as partes você vota pelo "contra quem". | ||
Em momento algum essa discussão toda que citei passa por política necessariamente. Mas por valores, conceitos, manipulação e repulsa a um dos lados. | ||
Você simpatiza com quem odeia seu inimigo. | ||
E imaginar que vamos pra 2022 diante de uma nova campanha "ele não", é a mais clara amostragem que não se trata de política ou de moral. Mas de interesses. | ||
Porque não "eles não"? | ||
Porque nenhum dos lados quer o certo. Querem é o seu. | ||
A mídia quer a esquerda. Os artistas querem dinheiro. As emissoras querem perdão por dívidas. E nós, todos nós, quer apenas ter razão. | ||
RicaPerrone |