Entre corridas e regressos
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Entre corridas e regressos

O sempre dura até o fim de sua existência.

Carlos Augusto
3 min
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O sempre dura até o fim de sua existência.

Trabalho, objetivos, desejos, sonhos e ideais, família, saúde... São tantas partes importantes a que devemos nos atentar que por vezes nos resta a vontade de jogar tudo para o alto e observar o vazio sem se preocupar com o que vem amanhã. Qual é o real significado disso tudo?

Entre entusiasmos e inercias, deparo-me refletindo sobre o ritmo das coisas. Na correria do dia a dia por vezes ligamos o piloto automático e esquecemos de aproveitar cada pequeno momento do cotidiano e perdemos a autonomia sobre nossas decisões. Será se realmente estamos gastando nosso escasso tempo com as coisas certas?

Eu poderia ser um exímio judoca nesse exato momento.  Eu poderia ser um ótimo jogador de futebol. Quem sabe um psicólogo ou engenheiro. Eu poderia ser um contador ou até mesmo um analista financeiro. Mas será que noutras realidades eu estaria livre dessa pertinente indagação?

As vezes me parece que dinheiro é tudo, as vezes parece que não é nada. Parece que relaxar e buscar alegria é o mais importante ou cuidar e fazer feliz as pessoas amadas o é. As vezes eu acho que fazer o melhor que eu puder e deixar meu legado no mundo seja o mais importante - Como isso me tortura por dentro. As vezes eu só quero desfrutar do momento sem me preocupar com mais nada.

Entre trechos desordenados discorro sobre pertinentes sentimentos que ora alimentam a minha ambição e orgulho, ora amarguram o meu estado de inação. Dentre os opostos, parece-me não haver um meio termo e de frustração em frustração construo uma arma poderosa que dia após dia, eu chamo de eu - as vezes de farsa.

As pessoas sentem a minha falta. Sacrifico momentos únicos que nunca terei a oportunidade de vivenciá-los mais. Tudo pela fé num futuro longínquo sem garantias de êxito e ainda, se um dia existir, com certeza não será exatamente como sonhei. Podemos sacrificar todo o tempo do mundo em nome de nossos sonhos, nossas ambições e objetivos de vida, mas as pessoas não tem todo o tempo do mundo para tal, pelo menos não para você.

Cada um está vivendo a sua própria história, travando suas próprias batalhas e muitos já estão no final dela, mesmo algumas próximos a você. Especialmente estas, será se elas subsistirão até o dia de você fazer jus ao seu sucesso? Até que ponto vale o risco em nome de sua persistência?

Não espere mais para ser quem você é. Abrace com força. Valorize pequenos diálogos nos intervalos da corrida pelo capitalismo. Almoce junto. Vibre junto. Esqueça dos seus problemas enquanto você pode rir de uma situação divertida com alguém amado. Não espere mais para realmente amar quem você ainda pode. Não espere mais para preparar o café da manhã enquanto você ainda tem a oportunidade ou ajudar como você pode hoje porque isso será infinitamente mais representativo do que qualquer coisa a mais que você puder fazer daqui a 10 anos, já que a oportunidade está bem na sua frente e a possibilidade futura pode nunca acontecer. Independente do quanto você consiga somar hoje, o mais importante não é a quantidade, mas a satisfação de fazer, mesmo que pequenas coisas, e observar o valor agregado para as pessoas amadas.