Por que esperar o ano todo para desejar todas as coisas boas? Para recomeçar ou parar mudar?
Quem nunca se importou demais? | ||
Quem nunca esperou demais? | ||
Quem nunca sentiu demais? Pensou demais ou chorou demais? | ||
Quem nunca se sentiu inútil ou mesmo a "ultima coca-cola do deserto"? | ||
Quem nunca desejou demais, fez planos demais ou quis demais? | ||
Quem nunca sentiu que AQUELE momento era o melhor momento da vida, mesmo sem ter ciência dos momentos futuros que ainda estão por vir? | ||
Quem nunca sentiu que aquele momento seria o pior de todos, o mais doloroso? E mesmo entre centenas de dores passadas, a que está sendo sentida doa mais? | ||
Quem somos nós senão nossos momentos e sentimentos? | ||
Nostalgia e amargura do que passou. Expectativa e medo do que está por vir. Conseguimos manter sob a nossa alma energias opostas e ainda encontrar significado nisso tudo, mesmo que não entendamos quase nada. | ||
No primeiro minuto de cada ano temos a convicção de um recomeço. Entre fogos de artifício e abraços calorosos de alegria e gratidão, renovamos nossas expectativas. Tudo parece novo mas a distância entre o último momento de um ciclo para o início do próximo é apenas o de um bater de relógio. | ||
Ano após ano... redeclarações, reatribuições, promessas vazias. Parece um ciclo infinito de valorização deturpada. A euforia do momento cativa mais do que o simbolismo. Porque esperar minutos ou horas, semanas ou até o ano todo para no último momento desejar todas as coisas boas do mundo? | ||
Talvez, o último momento de cada ciclo sirva para nos lembrar de que enquanto tivermos a oportunidade para esperar pelo próximo momento final, podemos recomeçar, desejar tudo de bom e ajudar todos os dias. Devemos parar de esperar por mais um reveillon, quando já se vai mais um ano de oportunidades não aproveitadas. |