O Esquadrão Suicida (Review sem spoilers)
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O Esquadrão Suicida (Review sem spoilers)

Não gostou do primeiro? Provavelmente vai amar esse.

Thomas
3 min
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Título original: The Suicide Squad

Diretor: James Gunn

Ano de lançamento: 2021

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Depois do primeiro filme do Esquadrão Suicida, eu jamais queria ver nada envolvendo esse nome de novo.

Na época foi criado muito hype em cima dele, e com bom motivo: os trailers eram espetaculares e o filme prometia ser diferente de tudo que tava sendo lançado na época dentro dos filmes baseados em HQs. O filme foi uma experiência terrível pra mim, que me fez querer sair do cinema, e praticamente me fez perder confiança em tudo o que o DCEU pudesse fazer.

Quando anunciaram um novo filme, eu ignorei de cara... até eu ver quem ia estar dirigindo.

Ambos os filmes dos Guardiões da Galáxia foram exemplos perfeitos de blockbusters divertidos, com humor certeiro, doses de emoção na quantidade e que não se levam tão a sério. Tudo isso casava muito com o que Esquadrão Suicida original prometeu ser, e falhou muito em cumprir. Então eu me permiti criar um hype pra esse, e felizmente dessa vez saí do filme sem querer socar alguém.

O novo Esquadrão Suicida, chamado apenas de The Suicide Squad, já diz muito em sua proposta só pelo título: com a exceção de algumas interações específicas entre personagens, ele praticamente ignora o que aconteceu no primeiro filme, não sendo nem uma continuação, nem um reboot.

Ele pega o que deu certo no primeiro filme (a pegada mais leve, e alguns personagens como a Harley e Amanda Waller) e conta uma nova historia com a mesma proposta. Mostrou perfeitamente que o problema do original não foi o conceito, mas sim a execução.

Mas chega de traçar paralelos com o primeiro, até porque quanto mais eu não pensar naquilo, melhor. 

Desde a primeira cena você já tem uma noção muito boa de como vai ser o resto do filme: maluco, cheio de ação e cheio de comédia, explorando o ridículo do gênero e usando ele a favor do filme.

A proposta do Esquadrão enquanto time é a de juntar vários criminosos (a maior parte vilões B que ninguém nunca ouviu falar) e jogar eles em missões quase impossíveis em troca de sua possível liberdade. Se tiverem sucesso, ótimo, se morrerem, ninguém vai sentir falta. Isso inclui a própria DC: com certeza nenhum roteirista tava pensando em escolher alguém como o Polka-Dot Man pra um futuro projeto.

Geralmente filmes de herói tem muito protagonismo: existe perigo, mas você sabe que ninguém importante vai acabar morrendo, e se morrer é lá pro final. E aí está uma das maiores forças deste filme: como todos os personagens são descartáveis, ninguém está realmente seguro. Você passa o filme inteiro sem saber quem vai conseguir sobreviver, o que aumenta o nível de tensão em cada cena de ação. E pode ter certeza que o filme não é nada previsível: tem várias twists interessantes e utiliza o máximo da ideia de personagens descartáveis.

E aqui também vemos algo que Gunn mostrou que sabe fazer bem: interação entre times. Só que ao contrário de Guardiões, onde os personagens se tornam uma família, temos relações muito diferentes. Todos eles são forçados a realizar essa missão, então não é como se fossem virar amigões de uma hora pra outra, como aconteceu no final do original (ok, agora sim parei de falar daquela bosta). Bloodsport se conecta com Ratcatcher 2 e tem uma rivalidade com Peacemaker, enquanto o King Shark nem chega a interagir com Rick Flag. É uma equipe onde alguns se dão bem por motivos específicos, outros se odeiam, e outros nem chegam a interagir diretamente. E não tem problema nenhum nisso.

A plot parece que existe apenas para trazer momentos de interação entre os membros da equipe e para encaixar cenas de ação e comédia umas com as outras, o que não é um problema. A historia está longe de ser ruim, é apenas um veículo para coisas mais importantes, e não o ponto focal. E é aí que o filme acerta em cheio: promete um filme extremamente divertido, e entrega isso com maestria, do início ao fim.

Se tem algo que não gostei, foi o uso de música licenciada: Gunn usou disso com maestria nos Guardiões, mas aqui me pareceu forçado, e que tinha música demais. Mas é um pequeno nitpick em uma experiência majoritariamente positiva.

Resumindo: se você tá afim de ver um filme leve e dar boas risadas, assista sem medo. É sem sombra de dúvidas um dos melhores filmes da DC e uma das coisas mais puramente divertidas que você vai ver esse ano.